
* Esta análise foi feita com o código cedido pela The Arcade Crew (versão PS4/PS5)
Distribuidora: The Arcade Crew / Ratalaika
Produtora: JoyMasher / Asteristic Game Studio
Plataforma: PS4 / PS5 / Switch / PC / Amazon Luna
Mídia: Física (limitada) e Digital
Ano de Lançamento: 2022 /2023

Vengeful Guardian: Moonrider é um jogo de plataforma side-scroller inspirado nos clássicos da era 16-bits, onde um guardião revolta-se contra a sua programação e o estado totalitário para o qual foi criado.
Em um estado totalitário que oprime seus cidadãos, uma elite de guardiões criada como arma para defender os ditadores no poder assola a população.
Mas um destes guardiões, contrariando sua programação, revolta-se e decide lutar pela justiça, confrontando seus antigos companheiros e o status quo vigente.


É com esta premissa que a JoyMasher nos brinda com seu novo título, inspirado na era de ouro dos side-scrollers hardcores, trazendo ação visceral e rápida.


Inicialmente o guerreiro possui golpes de espada de plasma “simples” (altura normal, abaixado e uma versão mais forte, usada em conjunto com o dash), além de um ataque carregado (botão Círculo, gasta energia para ser usado).
Conforme avança pelas fases e derrota chefes, Moonrider vai absorvendo suas habilidades, que substituem o ataque carregado.


Além disto, é possível encontrar chips de melhorias, em locais secretos, que podem gerar novos ataques ou diferentes bônus.
É possível equipar no máximo dois chips por vez e alguns deles são poderosos, porém possuem grandes desvantagens, como o Canhão de Vidro, que deixa Moonrider vulnerável, morrendo com apenas um golpe.
A variedade de chips é grande e modifica bastante o modo como o jogador vai encarar os desafios: particularmente, me adaptei muito bem à Armadura (maior proteção, mas limita a nota da fase a no máximo B) e Espada Longa (aumenta a distância dos acertos).


Outros chips incluem: Detetive (indica caminhos secretos), Akujiki (acumula dano quanto mais inimigos derrotados), Acrobata (permite pulo duplo), Camaleão (permite mudar a cor da armadura), etc.
Ao descobrir o chip de habilidade, ela pode ser equipada automaticamente.
Entre as fases, é possível ver todos os chips que você desbloqueou e trocá-los.


Falando das fases, o jogo possui um HUB estilo Mega Man, onde é possível, após passar a fase introdutória, derrotar os chefes na ordem que quiser.
Desta forma, caso você tenha problemas em alguma fase, é sempre possível voltar ao HUB e escolher outra ou mudar os chips.


As fases se dividem entre as side-scroller “normais”, onde você avança por plataformas e pode pendurar-se em alguns locais; fases “aéreas”, onde é necessário saltar entre naves ou sobre carros em movimento para progredir, cuidando sempre para não cair, o que causa uma pequena porção de dano; e as fases na moto, com visão traseira, onde você precisa aprender o tempo correto para acertar os inimigos e tomar cuidado ao fazer as curvas e para saltar sobre bombas e armadilhas elétricas.


Os inimigos variam entre soldados humanos, ninjas, robôs e mutantes, entre outros.
As grandes estrelas do jogo, é claro, são as batalhas contra chefes que, apesar da dificuldade, são bastante justas na distribuição de HP, sem criaturas que podem aguentar muito dano.
Cada fase costuma dividir-se em dois estágios, sendo um com subchefe e o outro com um chefe.


Enquanto os subchefes variam entre grandes armas ou inimigos robóticos imensos, os chefes são os demais guardiões, que ainda mantêm-se fiéis à sua programação, ao contrário de Moonrider.


O gráfico de VGM possui um belo estilo retrô, inclusive na palheta de cores, mais opaca, que remete aos jogos de plataforma da era 16-bits, especialmente no Mega Drive, o que combina com a narrativa distópica do título.
Distopia esta que pode ser observada nos rápidos programas de TV que vemos, numa aparente referência aos comerciais sarcásticos de Robocop (e à mente distorcidamente genial de Paul Verhoeven).


A trilha sonora, composta por Dominic Ninmark, utiliza sintetizadores para entregar uma mistura dançante de música eletrônica e música tradicional japonesa.
Faixas impactantes e que dão bom ritmo à ação, parecendo versões modernas de algum jogo antigo que nunca foi descoberto.
Cada guardião, inclusive, possui uma pequena frase em japonês, ao começo de cada batalha, gravada também com uma qualidade que relembra os títulos antigos, quando o processamento de áudio sofria para reproduzir palavras.


A platina de Moonrider é bem desafiadora.
Afora os troféus por matar cada chefe, que você obterá normalmente conforme finaliza o jogo e obter todos os chips, a dificuldade concentra-se em finalizar uma missão sem sofrer dano e obter os rankings B, A e S em todas as fases.
RESUMO DA ÓPERA:
O que você obtém ao juntar elementos de Mega Man, Strider, Shinobi e Hagane?
Uma obra de arte no gênero side-scroller, especialmente no que tange aos antigos jogos de ninja; e esta obra se chama Vengeful Guardian: Moonrider!
Um jogo incrivelmente divertido de ser experienciado, com um alto desafio, mas uma dificuldade balanceada (obrigado JoyMasher, por ter facilitado um pouco a minha vida).
Como é habitual do estúdio, VGM é uma homenagem aos jogos antigos, com visual e trilha sonora retrô excelentes.

A inserção dos chips modificadores dá uma ótima variedade ao gameplay e o sistema de fases sem ordem obrigatória ajuda o jogador a não se frustrar ao empacar em algum cenário. Além disto, o jogo surpreende com uma trama interessante.
Se você gosta de jogos de plataforma da era 16-bits, Vengeful Guardian: Moonrider é OBRIGATÓRIO!!!