
Ola, aqui é o Pena e hoje vamos com o Chained Echoes, um RPG que apesar de seguir a linha retro pra trazer o saudosismo no publico, consegue ser bem original em como decorre o jogo.
O jogo foi produzido em desenvolvimento solo por Matthias Linda por vários anos e com o apoio de fãs por grupos de financiamento, enquanto a publicação dele foi feita pela Deck13, responsável também pelos jogos das franquias “The Surge” e “Lords of the Fallen“.
Enquanto o lançamento inicial dele é apenas digital, já temos pre-ordens abertas para a versão física dele pela 1st Press games, tendo diversas versões para PlayStation 4, Nintendo Switch e PC.

Titulo: Chained Echoes
Produtora: Matthias Linda
Distribuidora: Deck13
Gênero: JRPG / Turno
Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Gamepass e PC (Steam)
Mídia: Digital e Físico (lançamento posterior)
Textos: Inglês

História

A história geral gira em torno de Glenn, o melhor piloto de Sky Armor dum grupo de mercenários que recebeu uma missão suicida com a promessa de uma recompensa bem gorda, mas nisso desencadeia diversos eventos inesperados.

Isso por que a história ocorre no continente de Vlandis, aonde uma guerra entre os 3 grandes poderes ocorre por mais de 150 anos e devido as ações do grupo do Glenn, eles conheceram uma paz que, mesmo que curta, deu alguma esperança ao povo antes do continente ser encoberto pela guerra novamente.

Enquanto a história vai de encontro de diversos clichês dos RPGs (alguns de propósito pela piada e referências), ele mantém um desenvolvimento interessante com bastante reviravolta e até alguns pontos inesperados que agradam bastante.
Gráficos

O jogo todo é em pixel art, com uma variação de cenários, personagens e inimigos bem grande, isso sem contar a quantidade de ataques disponíveis para todos os personagens e Sky Armors (com direito a easter eggs e algumas piadas no decorrer da campanha).

Em vários pontos do jogo temos artes com um detalhamento ainda maior para ilustrar os pontos mais importantes da campanha, o trabalho foi muito bem feito aqui.
Áudio

Apesar dos gráficos em pixel art, não foram utilizados musicas em chip tunes aqui, optando pro musicas no geral orquestradas e até umas com coros de fundo. Elas foram criadas por Eddie Marianukroh e mantém muito bem o clima do jogo, em nenhum momento ficam enjoativas pela repetição.
Como já é de se imaginar, não temos dublagem nesse jogo, não afeta em nada a diversão, mas é sempre bom avisar o pessoal que faz questão disso nos jogos.
Tem a OST completa dele no Spotify, então segue a lista delas pra você curtir enquanto termina de ler o review.
Jogabilidade

Esse segue a linha dos RPGs mais clássicos, com batalhas por turno e uma boa exploração. Não temos alteração de dificuldade nele, mas não é nada apelativo que atrapalhe a diversão do pessoal que não tem tanto costume com o gênero ou que não curte jogos muito difíceis, mas ainda assim tem desafios específicos pro que querem maiores dificuldades.
Menu

Como é base de qualquer RPG, o menu principal dele é um dos pontos mais importantes do jogo e esse é bem simples e prático de navegar.
Uma coisa boa aqui é que você pode salvar em qualquer ponto do jogo, só tome cuidado pra não salvar em pontos que você não pode sair e travar o seu progresso por não estar preparado.

Em “Equipment” podemos acertar os equipamentos dos nossos personagens. Cada personagem tem um tipo de arma específica, os tipos de armaduras variam entre cada personagem. Já para acessórios, é liberado para todos.
Existe também os “Class Emblems”, que são equipamentos especiais que permitem os personagens aprenderem técnicas fora das que eles aprenderiam normalmente, além de claro, cada um melhorar características especificas baseadas na “classe” que ele corresponde,

A área de “Skills” é dividido em duas partes. A primeira é a “Set Skill”, aonde equipamos as técnicas aprendidas com os personagens. Aqui temos alguns detalhes:
- As técnicas do campo “A” (de “Active”) são as técnicas selecionáveis durante o combate;
- As técnicas do campo “P” (de “Passive”) são técnicas que ficam ativas ao serem equipadas ou ativam caso uma condição seja atendida.
Em cada uma delas tem duas áreas especificas, sendo a de cima somente para as técnicas do personagem, enquanto a de baixo você pode equipar técnicas do personagem ou aprendidas com os emblemas.
Vale notar que as técnicas tem níveis de força e elas recebem SP quando estão equipadas, mas também é possível gastar os SPs que acumulam para melhorar as técnicas (tanto as equipadas como as que estão de reserva).

Já na área “Skill Learn” é aonde escolhemos as técnicas que cada personagem aprendera. Esse jogo segue um sistema de evolução parecida com a do Chrono Cross, aonde você recebe uma estrela a cada chefe ou missão paralela importante, que substitui o nível. Com elas, você pode aprender uma técnica nova ou pegar uma melhoria de característica e cada certo intervalo, recebe bônus durante essa melhoria.

A área dos “Sky Armor” também é dividida em duas parte. Em “Settings” equipamos nossos mechas com um frame principal (que é o modelo do mecha), uma arma de curto alcance e uma de longo alcance. Diferente do grupo geral, apenas quatro personagens conseguem pilotar essas armaduras, então aqui você configura diretamente cada um deles.

Em “Skill Proficiency” é apenas uma lista da habilidade que o piloto tem com cada uma das armas que os Sky Armors podem equipar, mostrando quais ele está utilizando no momento e quais técnicas estão liberadas. Aqui infelizmente não podemos pegar uma técnica de uma arma e equipar em outra, são restritas a cada arma.

A área “Inventory” é apenas para verificar os itens que o seu time tem e tem a possibilidade de descartar qualquer um que você não queira mais (isso ocorre mais com os cristais). Alguns itens chaves tem informações importantes para as missões paralelas.

A área “Jornal” no geral é mais voltada para informações sobre as missões ativas e dos monstros que você já derrotou, mas o setor “Reward Board” tem bastante importância. Aqui ficam desafios extras para realizar nas diversas áreas do jogo com recompensas que te ajudam bastante.
Conforme completa várias em quadrados adjacentes, você cria “correntes” que, ao alcançar um certo nível, liberam mais prêmios, entre eles até mesmo de estrelas pra evoluir os personagens.
Ilha (Base do Clã)

Similar ao que vemos nos jogos da franquia “Suikoden”, após avançar certo ponto da campanha adquirimos uma ilha que funciona como base central para o clã do seu time. A partir dai podemos recrutar outros NPCs para melhorar a base e liberar novas vantagens para a exploração, como saber quantos baús e itens escondidos tem numa área.

Espalhados pelas cidades e campos de batalha temos umas bigornas especiais que permitem diversas customizações. A primeira delas permite melhorar armas e armaduras, deixando elas mais fortes e adicionando espaços extras para cristais mágicos que acrescentam certos bônus.

Na hora de acrescentar os cristais, é necessário que a arma tenha espaços suficientes para comportar o tamanho do cristal e cada equipamento comporta mais vários cristais, bastando ter espaço suficiente para isso.

Também é possível combinar cristais do mesmo efeito para melhora-los e adquirir efeitos mais fortes, mas tem algumas regras aqui:
- A cada combinação, o cristal base perde um ponto de pureza e quando ele chega a zero, não é mais possível realizar combinações com ele.
- Cristais que são produto de uma combinação (que tem o “*” na frente do nome) só são utilizáveis como cristais base, nunca como o de fusão (que é perdido no processo);
- Dependendo dos cristais inclusos na fusão, o tamanho dele pode variar (que é marcado pela quantidade de pontos debaixo do nome);
- Somente alcançar certos níveis níveis de poder (III, V e X) que libera um bônus do efeito, sendo substituído pelo mais forte;
Qualquer cristal pode ser equipado e retirado dos equipamentos sem gastos, mas ao retirar um cristal do equipamento, ele perde toda a pureza que tinha ainda, impossibilitando que um cristal que foi produto de fusão receba melhorias posteriores.

Enquanto a parte de compra e venda é o normal que já vemos nos jogos, existe um campo nas lojas chamada “Deals”, que funciona da mesma maneira que temos no Final Fantasy XII. Ao vender certos itens para qualquer vendedor, ele libera certas ofertas que, ao completar toda a lista, lhe permite comprar certos itens especiais por um preço especial.
Exploração

Durante a exploração, temos vários pontos aonde podemos subir e descer colinas, interagir com os NPCs e conhecer novas cidades e campos com monstros.

Conforme explora o mundo, o mapa vai completando, permitindo ter uma boa visualização geral das áreas. Usando ele também é possível viajar rapidamente a qualquer local que você já tenha visitado.

Com as Sky Armors você consegue sobrevoar vários locais do mapa, alcançando pontos impossíveis a pé, mas claro que não é possível fazer isso em qualquer local, como por exemplo não é possível entrar nelas ou aterrissar em locais com mato alto ou perto de inimigos

Por ultimo também temos um airship que possibilita viajar todo o continente e entrar em locais que não são acessíveis diretamente a pé ou com a Sky Armor.
Batalhas (Humanos)

As batalhas gerais do jogo seguem um padrão de até 4 personagens na frente e outros 4 no apoio. A sequencia de turno fica no topo direito da tela e também é possível ver as características dos inimigos ao seleciona-los (somente chefes não mostram a quantidade de HP restante).

Um dos pontos interessantes desse jogo é a barra de “Overdrive” que temos no topo superior esquerdo, sendo que ela tem três partes:
- A barra laranja é um campo neutro, não altera nada as habilidades dos personagens;
- A barra verde é o de Overdrive, aonde você deseja manter o seu time, já que além de deixa-lo mais fortes, reduz a quantidade de TP utilizados nos especiais;
- A barra vermelha é o Overheat, aonde os personagens recebem mais dano e gastam a quantidade normal de TP nos ataques.
Qualquer ação que não seja a defesa faz com que o indicador mova-se para a direita em direção ao Overheat. Como no começo da batalha sempre inicia no neutro, é bom focar em avança-la o mais rápido possível, mas uma vez no Overdrive, a cada uma certa quantidade de turnos, técnicas de uma categoria (como de Ataque ou de Defesa) fazem com que o indicador mova-se para a esquerda. Elas ficam em amarelo pra facilitar a visualização e montar a estratégia.

Também é possível trocar o personagem uma vez por turno, o que pode ajudar ainda mais manter a barra de Overdrive no ponto que deseja e se adaptar com algumas variações dentro dos combates.

Outro trunfo é o “Ultra Move”, que precisa carregar a barra para utiliza-lo, mas o especial de cada um dos personagens podem virar a situação se forem bem utilizadas.
A barra de Ultra Move mantem no mesmo nível ao finalizar a batalha e todos os personagens recuperar o HP e TP também, não precisando se preocupar em recupera-los a cada combate. Como foi falado anteriormente, não recebemos exp nos combates, mas recebemos SP para melhorar as técncias dos personagens, mesmo aqueles que não estão em combate.
Batalhas (Sky Armors)

Os combates com as Sky Armor na sua base continua o mesmo das batalhas padrões, mas agora as técnicas são relativas as armas que você equipou antes do combate e não tem troca de personagens aqui, já que apenas 4 dos personagens do grupo são pilotos.

A maior diferença nesses combates é como funciona a barra de Overdrive, que agora não temos mais esse modo, apenas o modo neutro e o Overheat. Aqui você troca as engrenagens (imagine que seria algo como a troca de marcha no carro) e isso afeta como o Sky Armor e o indicador agem:
- Gear 1: A posição padrão no começo do combate, gasto de TP, danos causados e recebidos são o base normal. Atacar nesse modo faz com que o indicador vá para a direita;
- Gear 2: Nessa posição, o consumo de TP, danos causados e recebidos aumentam em relação ao valor base. Atacar nesse modo faz com que o indicador vá para a esquerda;
- Gear 0: Nessa posição os danos causados e recebidos diminuem, não é possível utilizar técnicas e é nesse ponto que a Sky Armor tem uma grande recarga de TP. Atacar esse modo não altera a posição do indicador.

A estratégia aqui fica no qual eficiente você consegue trocar as engrenagens para se adaptar as variações do combate, lembrando que só é possível trocar o modo apenas 1 vez por turno e ela segue a sequencia que eu expliquei elas, sendo Gear 1 -> Gear 2 -> Gear 0 – > Gear 1.
Assim como nos combates gerais, ao terminar todos são totalmente recarregados e ganham SP, mas o SP desses combates são apenas para as proficiências das armas dos Sky Armors.
Extras

Enquanto o jogo ainda não conta com um New Game Plus (apesar de terem rumores que pode vir futuramente), temos uma quantidade razoavel de missões extras durante toda a campanha e até uns personagens secretos que ajudam bastante na variedade de estratégias.
Conquistas

O jogo base oferece bastante conteúdo para curtir a campanha, não sendo muito complicado pra finaliza-lo depois que entende bem as suas mecânicas, mas completar a lista de conquistas dele requer explorar o jogo por completo, o que consome bastante tempo. Entre os mais complicados temos:
Conquista | Descrição |
Reward Cartel Boss | Derrotar a versão extra do ultimo chefe. |
Skill Share | Liberar todas as técnicas com todos os personagens. |
Walking Killing Machine | Completar o bestiário do jogo. |
A Blade Runner | Conseguir todas as armas finais dos personagens. |
Conclusão

Chained Echoes traz um RPG por turno que mistura diversas mecânicas de várias franquias antigas sem ser “apenas uma cópia”, agradando bastante os amantes do gênero.
Os gráficos são em pixel arts, todos muito bem feitos e detalhados já no decorrer das batalhas e cenários, tendo um detalhamento ainda maior em certos momentos da história, o que agrada bastante os amantes desse estilo.
As musicas também agradam bastante, apesar do clima retro do jogo, não utilizaram chiptunes, mantendo musicas mais orquestradas num geral, mas com algumas mais pesadas e até com coros em momentos específicos.
A jogabilidade geral dele é uma bela mistura de jogos como Chrono Trigger e Cross, Final Fantasy 10 e 12 e também do Xenogears, dando uma grande abertura para customização dos personagens e uma boa estratégia durante os combates, além da vasta exploração.
No geral, se você gosta de RPGs por turno, jogos retros e uma boa exploração e combate, esse é um jogo que vale muito a pena pegar pra jogar, já que tem um bom tempo de campanha, principalmente se você correr atrás dos extras do jogo.
Por ultimo, o jogo tem uma finalização concreta dentro do que é proposto, mas deixa diversas pontas abertas que podem indicar uma possível continuação, algo que pessoalmente, espero bastante que ocorra.