O jogo foi produzido pela Nihon Falcom, responsável pelas séries “Ys” e Brandish (todos os nossos reviews deles você encontra aqui), enquanto a publicação dele ficou a cargo da NIS no ocidente (reviews deles aqui) e pela Clouded Leopard no oriente (reviews deles aqui).

Para os jogos da série “Legend of Heroes”, temos dois especiais dando um bom geral sobre os ocorridos que você encontra aqui:

• Descobrindo Franquias “Eiyuu Densetsu” – Parte 1
• Descobrindo Franquias “Eiyuu Densetsu” – Parte 2

Finalizando a “duologia perdida” da franquia, que antes havia apenas a tradução de fãs do grupo “Geofront”, o mesmo foi contratado para finalizar esse projeto oficial.

Essa versão do jogo, que no Japão vem como “Kai”, traz um port da versão Evolution do jogo com uns adicionais para corresponder com certos eventos dos jogos posteriores. Ocorreu o mesmo no “Zero”, mas esse tem mais referências diretas ao arco “Cold Steel”, já que a primeira fase dele ocorre em paralelo justamente com esse jogo.

Titulo: The Legend of Heroes: Trails to Azure
Produtora: Nihon Falcom
Distribuidora: NIS America & Europe (ocidente) / Clouded Leopard (Corea) / Nihon Falcom (Japão)
Gênero: RPG
Plataformas: PSP e PS Vita (somente japonês), Playstation 4, Nintendo Switch e PC (Steam, GOG e Epic Games)
Mídia: Digital e Física
Textos: Inglês
Dublagem: Japonês

História

Alguns meses depois dos eventos do “Trails from Zero”, a equipe do SSS se separou para agir melhor nos efeitos que o ataque da cidade teve. Nesse meio tempo, iniciamos a campanha acompanhando Lloyd junto com outros membros da policia e da guilda dos Bracers na caça do ultimo remanescente do culto D∴G.

Após o fechamento desse caso, a equipe SSS começa a agrupar-se novamente, juntando novos membros ao grupo enquanto trabalham para manter a segurança em Crossbell.

O início da história é bem lenta e tem um grande foco em mostrar os efeitos que a cidade-estado sofreu depois de todos os eventos, mas claro que isso só serve pra conectar com tudo que ocorrerá na campanha que fecha essa duologia.

Enquanto no “Zero” tínhamos poucos personagens recorrentes da primeira trilogia, nesse temos uma quantidade enorme deles, junto com diversas referências aos ocorridos passados, então mesmo que haja uma breve explicação de certos eventos chaves, caso não tenha jogado os anteriores, você ficara por fora da muito pontos, o que diminui drasticamente o aproveitamento desse jogo.

Gráficos

Como ele é um port quase que direto, os gráficos são os mesmos que tínhamos no jogo original, com um cenário em 3D e personagens criados em 3D mas pré-renderizados num estilo puxado para o chibi, com algumas artes em 2D em anime durante as conversas dos personagens.

Devido a diferença de resolução do original para o que temos nos novos consoles, diversos pontos do jogo temos imagens serrilhadas e um pouco borradas, nada extremamente absurdo, mas provavelmente incomodará os mais exigente.

Áudio

As musicas seguem o padrão dos da Falcom, misturando musicas mais calmas com uns rocks mais agitados e até mesmo um pouco orquestrado, que deixa a campanha bem interessante do começo ao fim, principalmente nas batalhas, a variedade aqui é maior do que a que vemos nos RPGs comuns.

Como temos a playlist dele no Spotify, segue o player pra você curtir as musicas enquanto termina de ler o review. Caso não tenha problema com “spoiler musical“, recomendo fortemente escutar a musica “The Azure Arbitrator“, uma das minhas favoritas da banda (em todos os seus trabalhos).

Assim como o anterior, esse jogo tem apenas dublagens em japonês. Como no review anterior eu foquei nos dubladores dos personagens principais, dessa vez vou colocar alguns dos secundários que também não deixam nada a desejar:

• Masumi Asano: Dubladora da Noel, faz a Tira da série Soul Calibur e a Hakufu da série Ikki Tousen;
• Junko Minagawa: Dubladora do Wazy, faz a Sailor Uranos da série Sailor Moon e a Ada Wong da série Resident Evil;
• Rina Sato: Dubladora da Rixia, faz a Sailor Mars da série Sailor Moon e a Makoto do Persona 5;
• Toshiyuki Morikawa: Dublador do Arios, faz o Leon da série Resident Evil e o Sephiroth do Final Fantasy 7.

Jogabilidade

Já era de se imaginar, mas como é uma sequencia direta do “Trails From Zero” usando a mesma engine, boa parte da jogabilidade é a mesma que tivemos no primeiro jogo, mas sempre temos uns acréscimos nesse ponto, que eu vou apontar junto com que já tivemos, então não estranhe se boa parte dessa secção do texto seja parecido (mas não é copia) do texto anterior. Logo no começo você pode escolher qual dificuldade jogara, só fique atento que só é possível reduzi-la após perder uma batalha.

Caso ainda tenha os saves do jogo anterior, é possível carrega-los e adquirir alguns bônus que facilitam o inicio dessa nova campanha, tal como uma quantidade extra de dinheiro e iniciar num nível maior.

Menu principal

O menu principal continua praticamente o mesmo do anterior, as maiores mudanças são na aba de “Orbment“, mas lá eu específico melhor.

Além de mostrar o time que participa da batalha, mostra o tempo de jogo e quanto de mira (o dinheiro do jogo) temos no momento.

Status

Aqui temos uma visualização das características e técnicas de cada um dos personagens, com a descrição dos efeitos delas.

Equipment

Aqui podemos equipar os personagens. Cada personagem utiliza um tipo de arma específico, enquanto as armaduras e botas são divididos entre os para homens e mulheres, além dos unisex.

Para os acessórios, praticamente todo mundo consegue equipar qualquer um deles, com raras exceções que especificam algum tipo de arma.

Orbment

O geral dessa área continua o mesmo do primeiro jogo, aonde conforme colocamos os quartzos nos espaços (levando em consideração que precisa destravar novos espaços e aumentar o nível deles), seguindo as linhas (e cores que te ajudam a identificar cada área), são liberados magias para o personagem conforme somam os elementos dados por cada quartzo.

A grande diferença aqui é o implemento do “Master Quartz“, que são especiais e vão no centro do novo equipamento, o Enigma II. Segue alguns detalhes:

• Esses não podem ser criados por fusão de sepths, sendo extremamente raros;
• Cada um deles tem um elemento próprio e adicionam algum bônus ao personagem, mas não há restrições elementos para essa parte, qualquer personagem pode usar qualquer Master Quartz;
• Quando equipados e participando de batalhas, eles recebem exp como se fosse personagens, subindo de nível e liberando novos bônus.

Items

Aqui não foge do que já conhecemos, podemos usar os itens consumíveis e verificar as informações de qualquer item do inventário, além de conseguir liberalmente ler os diversos livros e jornais que encontramos na campanha.

Tactics

Nessa área acertamos o nosso time, trocando quais personagens participarão das batalhas e os suportes, além do seu posicionamento inicial.

System

O jogo te permite salva a qualquer momento sem precisar de um check-point, o que ajuda demais na exploração, como também temos algumas opções extras.

Uma delas é acesso o resumo do jogo anterior, o que ajuda a relembrar o que ocorreu anteriormente e os personagens que já apareceram, já que temos muitos detalhes que podemos esquecer. Esse menu também temos acesso na tela titulo do jogo.

E como anteriormente, temos a área de Record, com diversos desafios para completarmos. Eles são ligados diretamente a lista de troféus / conquistas e alguns deles já tem uma descrição pra saber o que precisa fazer.

Menu Secundário

O menu secundário te dá apoio na sua campanha e missões secundárias, focando principalmente no acumulo de informações.

Recipe Note

Continuando o que temos na franquia, os personagens podem preparar pratos a partir de receitas encontradas na campanha, sendo que cada uma dessas receitas tem suas variações e cada um deles tem uma aptidão diferente, facilitando certos resultados.

Detective Notebook

Aqui você encontra as marcações das missões principais e paralelas, te ajudando bastante com cada uma das atualizações conforme avança nelas, além de um ponto mostrando as combinações para montar as magias.

Combat Note

Esse ponto é atualizado conforme enfrentamos os inimigos do jogo, mostrando as suas fraquezas e itens que eles deixam, tudo dividido pela área que eles aparecem, já adianta bastante caso tente completar a lista de monstros.

Fishing Note

Claro que não poderíamos ficar sem a pesca nesse jogo. Aqui temos as informações dos peixes que já pegamos, como os principais locais, iscas e recompensas deles.

Explorando a cidade e seus arredores

Enquanto boa parte dos locais que visitamos nesse jogo são os mesmos que passamos no anterior, temos sim novas áreas e boa parte da exploração continua a mesma.

Ainda é possível usar o mapa da cidade pra se locomover rapidamente por ela, oque agiliza bastante a exploração, principalmente quando está realizando as missões paralelas.

Enquanto ainda temos acesso aos ônibus para se locomover fora da cidade, agora o pessoal do SSS não são mais pobretões, tendo acesso a um carro para viajar nesse enorme estado. A movimentação dele funciona como a de uma viagem rápida, mas ele não “viaja” junto com você, precisando retornar aonde ele ficou estacionado para usa-lo novamente.

Na garagem, é possível equipar novos acessórios ou trocar a pintura dele. Enquanto boa parte desses acessórios são apenas cosméticos que não afetam em nada a campanha, algum deles ajudam bastante, podendo usa-lo para descansar e recuperar as energias dos personagens.

Mesmo com o acréscimo do “Master Quartz“, o sistema de liberação de espaços no Enigma II continua o mesmo do anterior, gastando sepith para cada novo espaço ou melhoria deles, sendo mais caro quanto mais longe do centro ele está.

Também podemos usar os sepiths para criar novos quartzos, mostrando o gasto deles no canto esquerdo. Novas opções aparecem conforme avança na campanha.

E por ultimo, os sepiths também podem ser vendidos, já que os monstros não deixam dinheiro ao serem derrotados e o que ganhamos de recompensa das missões é muito pouco.

Tem uma área que podemos melhorar os equipamentos, aparecendo novas opções conforme avança na campanha.

Também temos a loja de trocas, aonde temos alguns itens muito bons e raros, mas claro que alguns não são nada fáceis de conseguir os itens necessários para a troca.

Na base do SSS encontramos as missões do jogo. As obrigatórias tem a marca de “Urgent“, enquanto as outras marcam um período para completa-las.

Vale lembrar que NEM TODAS AS MISSÕES aparecem no terminal, tendo várias delas escondidas no meio da campanha. Boa sorte para acha-las sem um guia.

No final do capitulo ou ao mandar o relatório da missão, Lloyd recebe “DP”s (Detective Points), que ao acumula-los ele sobe de rank e recebe recompensas.

E seguindo o padrão do anterior, temos novos itens para os quartos dos personagens, com novas cenas ao completar a coleção.

Mini-Games

Os mini games do Cassino continuam os mesmos, podendo apostar as suas suadas “Miras” nos diversos jogos disponíveis.

Além dos mini-games que já tínhamos, agora adicionaram uns novos, como a “Montanha-russa do horror”, aonde usando os botões que aparecem na tela, você destrói os fantasmas que aparecem na atração.

E por ultimo, temos a adição mini-game “Pom! Pom! Party!“, que lembra os jogos da série “Puyo”, precisando montar sequencias de pelo menos 3 “Poms” da mesma cor pra acumular CP, usando eles para aumentar a quantidade de linhas no campo do oponente ou diminuindo as suas dependendo da quantidade de pontos utilizados.

Exploração fora da cidade

A exploração nas áreas com monstros continua praticamente a mesma coisa, tendo um visual dos inimigos no mapa e podendo ataca-los pra conseguir uma vantagem no inicio do combate. O extra aqui é a possibilidade de quebrar alguns objetos que podem esconder itens.

Geralmente antes de alguma batalha mais difícil encontramos esse pilar, aonde podemos recuperar o HP e EP dos personagens, já facilitando a nossa vida nesses pontos.

Batalhas

As batalhas continuam praticamente as mesmas, mantendo o estilo por turno e mostrando a sequencia base desses turnos na barra do lado esquerdo. Os personagens movimentam-se no campo de batalha, tendo todo a mecânica de distancia de movimentação e alcance dos ataques.

A ordem dos ataques não é fixa, podendo variar dependendo de quais ataques são utilizados. Sempre que selecionar um ataque, mostra o “Delay” e aonde o personagem entrará na ordem de ataques depois de executa-la.

O uso das técnicas especiais também continuam com o estilo clássico da franquia, dividindo em 2 partes:

• Crafts: Essas são as técnicas exclusivas de cada personagem, sendo de uso imediato, utilizando CP;
• Arts: Essas são as magias liberadas com as combinações dos quartzos, tendo um tempo de carga e utiliza EP no uso.

Os Crafts tem um detalhe extra para os da categoria “S-Craft“. Esses são os especiais mais fortes dos personagens e podemos deixar uma deles como “padrão”, aonde podemos ativa-los a qualquer momento (tendo um mínimo de 100 CP) e roubar o turno do atacante atual. A potencia dele varia se o personagem estiver com pelo menos 100 CP ou estiver no máximo de 200 CP, mas independente da quantidade atual, todo CP é consumido.

Uma das novidades nos combates são as “Master Arts”, utilizável quando a Master Quartzs instalada estiver no nível máximo. Elas tem um funcionamento um pouco diferente as Arts normais:

• Ativando: ao selecionar a técnica, ela é ativada na hora (gasta 200 EP), acionando o efeito dela. Só é possível utilizar uma Master Art por vez e o personagem que utilizou “segura” a ativação da técnica até o seu próximo turno;
• Finalização ou Extensão do uso: Quando chegar o próximo turno do personagem, você pode finaliza-la ou estender o sue uso (gasta 100 EP). Ao estende-la, além do gasto e do efeito base, um efeito extra é ativado.

Na barra de sequencia de turnos, além de mostrar quem atacara, também mostra efeitos extras para aquele turno, que varia dependendo da área que estiver explorando, tendo vários efeitos diferentes, como recuperar HP, EP ou até mesmo acionar um ataque em grupo dos personagens.

Os ataques combinados continuam nesse jogo, necessitando que a ambos da dupla tenham pelo menos 100 CP para ativa-los, mas geralmente são ataques fortes que ajudam bastante nos combates.

Os personagens que não estão batalhando diretamente no combate que estão no apoio as vezes aparecem, usando um especial aleatório que podem salvar o jogador nos momentos mais difíceis.

Ultima novidade é o uso do “Burst“. Durante certas partes mais importantes da história libera essa nova barra que, ao carregar totalmente e ativa-la, faz com que todos os personagens do grupo possam atacar pulando os ataques inimigos, mas tem algumas regras:

• Precisa carregar os 6 setores da barra realizando ataques durante os momentos que ela está ativa;
• Precisa que os 4 personagens do combate possam agir para ativar;
• Caso passe mais de 4 turnos sem ativar quando ela estiver cheia, perde 1 setor, precisando carregar novamente pra ativa-lo;
• Ao ativar, qualquer inimigo que estiver carregando um ataque perde o turno;
• Nesse momento, os personagens recarregam mais CP e as Arts são ativadas instantaneamente;
• Caso finalize a batalha e ainda tenha setor da barra, ele continua nesse ponto no próximo combate e caso descarrege toda, termina o Burst (cada setor é 1 turno, dando 6 turnos de uso).

No final do combate, recebemos bônus de experiência baseado nas ações que realizamos no combate. Existem novos bônus nesse jogo, mas a maioria dos que tínhamos no anterior ainda estão ativos aqui.

Extras

Seguindo o padrão da franquia, temos o sistema de New Game Plus, que permite carregar diversos pontos da campanha anterior para a próxima dependendo da pontuação adquirida no save do sistema (aqueles lá do Record, lembra?).

Pra liberar os bônus dos New Game Plus e outros detalhes, ativamos no setor de extras, que também tem os mini-games pra quem quer brincar neles.

E assim como no port anterior, é possível utilizar a aceleração do jogo, agilizando a exploração ou pulando as cenas que você já viu, diminuindo o tempo que precisamos em vários pontos, ainda mais no New Game Plus.

Conquistas

Seguindo os padrões da franquia e boa parte dos jogos da Falcom, a lista de conquistas dele é bem grande e requer uma exploração minuciosa, ainda mais pela quantidade de pontos perdíveis que temos aqui e também da necessidade de completar o New Game Plus. Entre as mais complicadas temos:

Conquista	Descrição
Nightmare on East Street	Finalizar o jogo no Nightmare
Walking on Sunshine	Encontrar todos os volumes do Sunshine Agnès
Peerless Heroes	Alcançar nível 120 com Lloyd, Elie, Tio e Randy
Trails to Treazure	Abrir todos os baús

Conclusão

Legend of Heroes: Trails to Azure continua com a tradição da franquia, trazendo um excelente RPG por turno e finalizando esse arco da história.

Assim como o Trails from Zero, esse é um port quase que direto, mantendo os gráficos originais, o que no geral são muito bonitos, mas em diversas partes temos imagens serrilhadas por não estarem na mesma resolução, o que pode incomodar os mais exigentes.

A parte dos áudios sempre são excelente, com musicas de diversos estilos para manter o clima das situações, com amplo foco nas batalha, todas bem agitadas e algumas até cantadas para empolgar bem o momento critico.

A jogabilidade é praticamente a mesma que tivemos no Zero, com batalhas em turno e muita exploração com vários itens perdiveis, algo que sempre ocorre na franquia. Assim como houve nos jogos da trilogia Sky e também o seu sucessor Cold Steel, Azure traz alguns adicionais nas suas mecânicas para não continuar exatamente a mesma coisa que tivemos anteriormente.

A história, que é um dos maiores focos, também inicia lenta, adicionando muita informação no decorrer dos capítulos para pra chegar num clímax bem interessante e que já deixa aberto para os eventos em Erebonia no Cold Steel.

No geral, apesar de ser um excelente jogo de RPG por turno, não é recomendado começar por ele devido as diversas referências que temos do jogo anterior e da trilogia anterior, mas caso não se preocupe tanto com isso, vá fundo que terá várias horas de campanha e missões paralelas.