As fórmulas de diversos gêneros em sua particularidade, nos trouxeram diversos sucessos, legados, referências e fracassos. Ao passar dos anos, vemos diversos lançamentos experimentando mesclas distintas.
The Knight Witch é um desses jogos que nos traz uma mescla, por sinal bem audaciosa e interessante.
O metroidvania se encontra com um shoot’em up somado ao bullet hell, e apostando em um visual totalmente desenhado, vemos a criatividade entrar na mente desses desenvolvedores…
Desenvolvido pela Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team (sim) e distribuído pela Team17, vamos então analisar e ver o que essa fórmula mista de grande potencial nos traz????

Código fornecido para review pela Team17, versão Playstation 4/5
Review baseado na versão Playstation 5
Nome: The Knight Witch
Gênero: Metroidvania, Shoot’em Up, Action, Bullet Hell, Adventure
Desenvolvedora: Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team
Distribuidora: Team17
Plataformas: Playstation 4/5, Xbox One / Series S|X, Nintendo Switch, PC
Lançamento: 2022 (19 de novembro)
Mídia: digital e física
OBS: a versão digital inclui CROSSBUY para PS4/5 e Smart Delivery para as versões Xbox

Mídia Física

Em 23 de Maio será lançada a versão física do jogo com a opção DELUXE.
A edição inclui 4 cartões de arte conceitual, trilha sonora digital e capa reversível.
Para comprar, basta clicar no link da nossa parceira Play-Asia.
Tela Título

História / Enredo
A história começa com a narrativa 14 anos antes do evento principal do jogo…

A Casa de Daigadai era a união do mundo inteiro, onde possuía tecnologia, ciência e progresso, deixando a promessa de um futuro brilhante. Entretanto o descontrole de pesquisas fez com que os recursos ficassem escassos e o ecossistema do planeta entrou em colapso.


Em resposta aos cuidados do planeta, um grupo rebelde chamado “Os Filhos de Gaia” surgiu para tentar destruir o abuso dos usos de recursos do ecossistema. Apesar da crença de várias pessoas neles, o grupo não era páreo para o exército de Golens criados por Daigadai.
E assim, as Knight Witches despertaram…
As heroínas da natureza, tinham o poder de voar e poderes mágicos que dependiam da crença das pessoas nelas. Quanto maior o número de pessoas, mais fortes elas eram.
Faruru, a conjuradora; Sykra, a mestre das armas; Irine, a trapaceira; Robyn, o anjo da destruição.
As Witchers terminaram com a guerra que foi conhecida como O Céu Rompido.
A batalha terminou com ambos os lados perdendo, dada a devastação da batalha de das Witchers e o poder usado pelo Link. Tanto os filhos de Gaia quanto a Casa Daigadai foram extintos, pois a superficie do planeta estava destinada à morte.
Eis que com os restos da batalha e do golpe final, abriu-se uma cratera com uma rede de túneis subterrâneos, fazendo com que os sobreviventes de ambos os lados largassem suas armas para tentar salvar à todos, e então descobrindo a cidade de Dungeonidas, construída pelos gigantes Hexkari, uma cidade construída no entorno de uma máquina, uma verdadeira benção e um novo lar apareceu no destino dessas pessoas.


Energia, oxigênio, comida e abrigo. Uma nova chance de paz em 14 anos…
Graças às Knight Witches………

Então, assumimos o controle de Rayne, uma carismática aprendiz de bruxa que se vê perante uma nova invasão na cidade de Dungeonidas, vamos então proteger o legado das Knight Witches e defender o mundo mais uma vez???
Gráficos



The Knight Witch possui gráficos totalmente desenhados a mão e com paleta de cores bem variada em diversos momentos. Podendo ser fraca e opaca, mas também ser bem vibrante e viva. A arte dos personagens se dá no estilo super deformed / chibi. Apesar de os cenários e o jogo de forma geral ser desenhado, ele possui efeitos de luz tridimensionais e que podem ser fortes para os mais sensíveis, porém vale ressaltar que esses efeitos fazem belos contrastes com a arte totalmente desenhada.
A artwork dos personagens aparecem nas cenas de progressão de narrativa, além de ter também imagens conceituais para mostrar o que acontece na história.
Som / OST
O jogo não possui dublagem, porém isso não causa nenhuma incomodação, uma vez que as expressões dos personagens enquanto falam são bem notáveis e podemos “imaginar” a entonação de voz em cada conversa.
O jogo conta com uma trilha sonora orquestrada e sutil, com arranjos discretos em sua maioria do tempo.
Em momentos diversos, a trilha sonora muda para músicas mais agitadas e com arranjos focados em rock e mistos, sendo composta por Damian Sanchez (Temtem Up / Immortal Redneck / Rise and Shine).
O compositor disponibilizou a trilha sonora no Spotify, deixo aqui para que vocês apreciem enquanto leem o review/tutorial.
Jogabilidade
Como não há um mapeamento in-game, vou usar o estilo clássico de tabela com os botões do controle.
![]() | Mover Rayne |
![]() | Mirar |
![]() | Interagir |
![]() | Dash |
![]() | Usar Lâmina Rúnica |
![]() | Abrir inventário |
![]() ![]() ![]() | Lançar Feitiços |
![]() | Ver status do Link |
![]() | Disparar projéteis de magia |
![]() | Usar Brisa Guia (mostrar direcionamento para próximo objetivo) |
![]() | Ver o Mapa |
![]() | Usar Magigato |
![]() | Verificar Baralho de Feitiços |
O jogo usa um esquemático completo e com todos os botões do controle.
O ritmo rápido das batalhas é bem rápido e age de forma precisa com a resposta da entrada dos comandos, tornando o jogo com a proposta bem coerente, afina estaremos em batalhas com números consideráveis de projéteis vindo na sua direção.
OBS: o jogo sofreu uma atualização onde agora permite trocar os padrões de controles para melhor experiência para os diversos jogadores, resultando assim no esquemático in-game.

Sistema de Jogo
The Knight Witch usa uma mescla de metroidvania e seleção de mapas com shoot’em up focado em partes de Bullet Hell, além de elementos de backtracking, ou seja, retornar em partes do mapa que não eram possíveis de serem exploradas.
Rayne e suas magias…
Ao começarmos o jogo nos deparamos com as magias básicas de Rayne, onde ela pode mirar e atirar os projéteis de forma precisa e eficaz de acordo com sua necessidade.


As magias básicas são evoluídas conforme o poder de mana de Rayne, mas isso veremos no decorrer do review/tutorial. A mira, apesar de precisa, também pode ser aplicada de forma intuitiva para Rayne, ao disparar os projéteis sem mirar, Rayne irá atirar em alvos de forma instintiva, onde irá focar em alvos mais próximos enquanto você se move e atira:

Essa tática é eficaz quando tiver com muitos inimigos próximos e quer se preocupar apenas em suas fugas e esquivas de combate.
As magias básicas podem sofrer pequenas mutações instantâneas durante a exploração e por tempo limitado, no jogo elas são tratadas como armas, variando os efeitos dos projéteis que Rayne pode soltar.
Entretanto, nem só de magias básicas Rayne vive, tendo outras magias como carta na manga, literalmente. O baralho permite equipar uma poderosa estratégia de combate.

O deck do baralho tem slots de 6 cartas, porém apenas 3 podem ser usadas por vez, enquanto estiver na mão de Rayne, ela pode ser trocada por outra carta de outro slot, fazendo com que o dinamismo da batalha e das magias seja eficaz conforme sua estratégia.
O número em cima de cada carta significa o quanto de MANA é preciso para Rayne usar a carta.
A mana por sua vez são os círculos azuis abaixo das cartas na HUD do jogo.
As cartas podem ter uso instantâneo ou com tempo limitado, sofrendo o descarte e sendo trocada por outra. Mas não se preocupe, as cartas não são perdidas, então pode usar elas a vontade.
As cartas possuem tipos de magias e são divididas em:
Destruição – magias com poder destrutivo e que conjuram ataques em pequena, média e grande escala
Armas – mudança de projéteis básicos da Rayne
Conjuração – magias de poder de invocações, armas, criaturas e objetos a fim de suporte ou defesa
Trapaça – Rayne usa vantagens de buff ou debuff com relação à seus ataques ou defesas


Algo que devo frisar é que o baralho tem sua mão trocada em cada save novo, feito através dos faróis arcanos.

Os faróis também servem para Rayne refletir em qual será seu próximo objetivo, treinar seu deck de baralho, recuperar a vida e mana.
Batalhas e Emboscadas
Como pudemos notar, as batalhas são em áreas e Rayne pode se locomover em grande parte dos espaços, por obviamente ser uma bruxa e saber voar. As batalhas podem ser em ambientes abertos, onde simplesmente podem ser derrotados enquanto explora o mapa, ou em emboscadas, onde haverá uma batalha de chefe ou hordas para derrotar.


A barra surge abaixo na tela e indica o quanto de inimigos / resistência de chefes você deve enfrentar, as emboscadas podem ter um desafio considerado pelo espaço mais curto e maior número de inimigos, sendo necessário em algumas vezes precisar montar estratégias dinâmicas de combate.
Dependendo da sua eficácia nessas batalhas, você poderá ganhar 2 itens:
Pedra Sol Radiante – é ganha com Rayne não sofrendo nenhum dano durante a emboscada.

Pedra Lua Gélida – é ganha com Rayne vencendo a batalha de forma rápida e eficaz.

Porque confiar e acreditar é importante…
Um dos aspectos interessantes da evolução de Rayne no decorrer do jogo, é relacionado à crença que as pessoas depositam nela, isso é chamado de LINK, como vimos anteriormente no plot.
O link nada mais é que a conexão das pessoas na esperança de Rayne e em sua existência como Knight Witch.
Com a invasão de Dungeonidas, todos os habitantes foram presos e espalhados nos diversos locais da cidade, ao encontra-los você irá aumentar o poder de LINK de Rayne:


Ao completar o LINK, Rayne pode escolher em que tipo de atributo irá aumentar:
Corpo / Knight – foca em cadência dos projéteis básicos, vida de Rayne e efetividade de ataques
Mente / Witch – foca em magia de forma geral, além de aprimorar raio de coleta de itens

Além do Link, os aspectos de Corpo e Mente de Rayne também podem ser melhorados através das câmaras das Sementes do Crescimento.


Castelo Suspenso, NPC’s, e escolhas…
Os habitantes resgatados nos diversos ambientes de Dungeonidas, podem ser encontrados quando Rayne estiver no Castelo Suspenso.

Alguns habitantes poderão pedir quests secundárias que ajudaram no reforço do LINK de Rayne, aumentando assim seu poder. Outros poderão ajudar com algum aspecto. Por exemplo, na imagem acima temos a Madame Paquita.

Ao falar com ela, Rayne poderá gastar os fragmentos de Hex coletados nas batalhas e baús para clonar as cartas de feitiço, ou seja, você poderá equipar a mesma carta em mais de um slot. Pode parecer algo inútil no início mas acredite, irá ajudar muito…
Dependendo do seu vínculo com os favores e interação com os habitantes, alguns em específicos terão links poderosos que darão vantagens maiores para Rayne, seja de alguma forma ou de outra.

Os necropadeiros são os responsáveis para compra de itens que sejam oportunos para Rayne, seja de forma passiva ou suporte. Ao encontrar os necropadeiros, você também aumenta seu Link.


E por fim, no decorrer da história, Rayne será questionada em alguns aspectos, assim como o avanço da história, irão trazer eventos que irá fazer você decidir como ela deve agir.

Evidentemente, o jogo possui diversos aspectos que irei optar em não mostrar no review/tutorial, deixando assim para que você descubra.
Troféus / Conquistas

Dificuldade: 4/10
Os troféus / conquistas são baseados em combate, habilidade e completude, de forma resumida, você precisa (evitando spoiler):
- Ajudar um NPC à encontrar sua coragem novamente
- Ter mais de 15 de mana de uma vez
- Destruir um inimigo com a lâmina enquanto ele estiver tonto
- Use 10 cartas do baralho em 10 segundos
- Obtenha 27 Pedras de Sol Radiante e Lua Gélida
- Acumule 10 mil fragmentos
- Consiga 10 cartas com um NPC
- Tente 8 tipos diferentes de armadura
- Consiga todos os upgrades de LINK
- Derrote 1000 inimigos
- Salve alguém
- Conclua o jogo nas 2 formas possíveis
- Masterize o campo de tiro de Akai
- Quebre 100 objetos
- Ache o antigo navio
- Derrote 100 inimigos sem usar mira instintiva
- Ache 6 sementes de crescimento
- Infunda 20 Faróis Arcanos
- Derrote 5 Loot Golems
- Complete uma missão específica
E devo frisar que o jogo tem troféu missable.
Considerações Finais
Graficamente o jogo é impecável e bonito, mostrando a leveza da arte à mão e os impressionantes efeitos de luz com as explosões e iluminação dos projéteis quando são disparados pelas personagens.
A fluidez das animações em combate e a destruição dos inimigos mostram detalhes conceituais interessantes, em contraste com as imagens estáticas da artwork dos personagens enquanto conversam.
Ponto para a Unity novamente e sua versatilidade quando bem manuseada.
A trilha sonora do jogo, como dito anteriormente, é bem sutil, o que pode ocasionar uma impressão “monótona” em alguns momentos. Porém no decorrer da progressão da narrativa e das diversas situações que Rayne irá passar, notaremos mudanças dinâmicas e centradas de forma isolada, deixando o jogador mais focado nas batalhas que são necessárias focar, deixando assim a falta de dublagem indiferente e sendo possível aproveitar o jogo da mesma forma.
A jogabilidade é outro fator forte do jogo, Rayne se desloca e faz diversas ações de forma precisa, além das opções de mira intuitiva deixarem o jogo mais dinâmico com a estratégia de jogo quando o jogador se sentir ameaçado e precisar focar em evasão. Além disso, é possível usar as magias de forma consecutiva e criar combos interessantes contra os chefes, sim, você não precisa usar 1 carta por vez, pode usar todas ou as próximas se tiver mana suficiente ou estilo de cartas rápidas.
A dificuldade do jogo é moderada-alta, apesar de ter momentos de bullt hell, a jogabilidade ajuda os diversos tipos de jogadores à enfrentar as batalhas de forma sagaz, mesmo com o fato do jogo não ter opção de dificuldade.
A durabilidade do jogo é coerente com a proposta de metroidvania, uma vez que o backtracking é o foco central de exploração, a média de jogo varia entre 5 à 12 horas pra terminar a história e os extras.
A performance por sua vez, teve pequenos fechamentos repentinos com o jogo rodando por muito tempo, entretanto a versão Playstation 5 se manteve em 60fps independente da quantidade de elementos na tela.
OBS: com os últimos updates, a frequência de fechamentos repentinos não ocorreu mais.
Conclusão
The Knight Witch se mostrou uma audaciosa e surpreendente experiência e fórmula de mistura entre dois gêneros distintos, focando em uma jogabilidade precisa e que condiz com o ritmo rápido das batalhas.
O desafio faz com que você possa morrer diversas vezes, as mecânicas podem ajudar os diversos tipos de jogadores à conseguir completar o jogo, montando táticas e builds dos decks de magias para Rayne usar.
Outro detalhe interessante é a forma que o enredo é desenvolvido e as diversas situações que Rayne irá passar no decorrer da narrativa, deixando o jogador se perguntar o que é o melhor para si, seja em forma de deck do baralho ou na forma que Rayne se desenvolve no jogo.
OBS: apesar de alguns erros de performance ou falta de recursos no início do lançamento, a Super Awesome Hyper Dimensional Mega Team e a Team17 estão de parabéns por ouvir os feedbacks de quem testou o jogo e repassava por meio de relatórios ao ponto de corrigir e incluir o que era sugerido.
Com isso, vou incluir o selo de recomendado e lhe convido à conhecer o universo de Dungeonidas e à conhecer o legado das Knight Witches através de Rayne…
Pronto para destruir os Golems?????
