
* Esta análise foi feita com o código cedido pela Tripwire Interactive (versão PS4/PS5)
Distribuidora: Tripwire Interactive / Deep Silver
Produtora: Torn Banner
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / PC
Mídia: Física e Digital
Ano de Lançamento: 2021

Chivalry 2 é um jogo de combate medieval online em primeira pessoa.
GUERRA ENTRE REINOS
Após a morte do rei Alfonso Argon, o reino/continente de Agatha entrou em uma disputa de poder entre o exército de Agatha e a Ordem dos Mason.
Danum Argon, o sobrinho de Alfonso é o sucessor do trono defendido pelos ainda leais soldados de Agatha, representados pelas cores azul e dourado e o leão como símbolo.

Já a Ordem dos Mason (representados pelo vermelho e preto, tendo uma águia como símbolo), outrora uma força de elite aliada aos Cavaleiros de Agatha, viu-se liderada por Malric Terrowin durante a morte de Alfonso Argon.
Malric viu na morte do rei, durante a invasão do continente/reino de Tenosia, uma oportunidade para espalhar informações falsas e disseminar o terror com relação ao exército de Tenosia e uma iminente invasão do continente de Agatha, o que resultou em uma guerra civil no reino.

Já o continente/reino de Tenosia é vizinho ao de Agatha, sendo um local desértico.
Durante a cruzada de Alfonso Argon contra Tenosia, o povo do deserto teve sua vitória devido especialmente à não-adaptação dos guerreiros de Agatha ao clima quente.
Os guerreiros de Tenosia são representados pelo amarelo e verde, tendo como símbolo uma serpente.
ESCOLHENDO UMA CLASSE
Há quatro classes de guerreiros disponíveis:
– Arqueiro: o combatente à distância, podendo utilizar arco e flecha ou besta, além de uma machadinha (ou faca) para combate de perto. O único guerreiro que precisa se preocupar com munição, o arqueiro possui a vantagem de causar dano à distância, sendo ótimo quando posicionado estrategicamente em locais altos ou atrás de proteções, em especial no alto de castelos e torres. Sua habilidade especial é um escudo portátil, podendo ser usado como cover;

– Vanguarda: o soldado “ponta-de-lança”, utiliza armas grandes como a espada de duas mãos, machado longo, entre outras armas longas. É um dos guerreiros de classe pesada, capaz de utilizar a habilidade de “carga”, causando dano pesado ao concentrar o ataque. Sua desvantagem é a fraqueza a ataques perfurantes;

– Combatente: o guerreiro mais equilibrado do grupo, utiliza escudo e espada de uma mão, maça ou machado de uma mão. Possui boa velocidade de deslocamento, sendo sua habilidade a esquiva. Frágil contra ataques diretos, é o guerreiro mais ágil e rápido para combate direto;

– Cavaleiro: o “irmão” de categoria pesada do vanguardista, o cavaleiro é o soldado mais pesado do grupo, utilizando espada bastarda, dois machados ou martelos, possui como habilidade especial o menor uso de stamina para absorver golpes enquanto defende, além de resistir mais aos ataques, sendo sua desvantagem a pouca mobilidade.

Além das quatro classes primárias, é possível assumir o papel de monges guerreiros, cavalarianos, camponeses e outras, apenas em situações específicas de cada mapa.
CERCOS E RESISTÊNCIA
As partidas acontecem em grandes campos e cidades, além de castelos, sendo a maior parte dos cenários situações de cerco (embora hajam também arenas).
Cada equipe assume o ataque ou a defesa dos objetivos, cabendo aos jogadores adaptarem-se às situações.
Você se sentirá perdido nas primeiras partidas, mas basta jogar um pouco para conhecer melhor os mapas e os objetivos.


Aos atacantes cabe invadir as regiões e destruir e/ou saquear cidades, além de queimar vilarejos, pilhar riquezas e assassinar alvos, enquanto os defensores precisam impedi-los não apenas de avançar, mas também desfazendo suas ações, como apagar o incêndio da biblioteca jogando jarros de água ou desativar explosivos.

As armas de cerco são de grande valia em algumas partes do combate, indo de catapultas e aríetes para os invasores e trebuchets e balistas para a defesa.
E antes que alguém comente que catapultas e trebuchets são a mesma coisa, eu já adianto que não, apesar da errônea tradução, seu funcionamento as diferencia.
O jogo, inclusive, utiliza o termo trabuco para o trebuchet, que é mais correto.

Enquanto a catapulta funciona por tensão, o trebuchet utiliza o contrapeso para arremessar os projéteis
Ou seja, na catapulta, o lançador é tensionado até que a alavanca e/ou corda seja acionada, liberando a tensão e propulsionando a carga; já no trebuchet há um contrapeso que utiliza a gravidade para fazer o arremesso, assim que liberado, impulsionando mais longe o projétil.

Além destes, torres móveis para invasões pelo alto e escadas para alcançar muralhas podem ser utilizadas pelos atacantes.
FOGO AMIGO?
Cuidado ao atacar, pois você pode (e certamente vai), acertar seus companheiros ao brandir e girar grandes armas ou mesmo ao lançar flechas e outros objetos.
O friendly fire pode ser irritante, mas também gera situações engraçadas.

Todas as armas de corte ou estocada podem ser arremessadas, como último recurso, com o uso de L1+R1.
Não apenas armas, mas também objetos do cenário, como repolhos, sinos de igreja, bigornas e até pães podem ser jogados contra o adversário, sendo o dano variável dependendo do objeto.

Apenas comentando uma situação engraçada, estávamos eu e um aliado tentando quebrar a defesa de um cavaleiro, que se defendia muito bem. Após abrir a guarda de meu aliado e matá-lo, eu já me preparava para morrer, quando um terceiro soldado de nossa equipe veio correndo e arremessou um sino de igreja na cabeça do soldado, matando-o imediatamente.
MESTRES DAS LÂMINAS
Como o principal combate de Chivalry 2 é com armas de combate corpo-a-corpo (com exceção do arqueiro), saber dominar as diferentes técnicas é essencial.
Os comandos principais se dão pelos gatilhos: R1 dá a estocada, R2 o ataque pesado e L1 o ataque vertical, enquanto o L2 defende.
Além disto, o Triângulo serve pro ataque de quebra de defesa e o O é o chute, bom para desestabilizar o adversário ou até mesmo derrubá-lo do alto de algum local.

Ao defender um ataque no momento certo e contra-atacar imediatamente, você usa o Riposte, esse ataque rápido que acerta o inimigo antes que ele se recupere.
Já a Contra-Medida é um ataque seu executado após o inimigo iniciar o ataque dele, podendo ser um ataque leve (que irá acertar antes dele) ou um ataque girando o analógico, para acertá-lo mais rapidamente.

Embora seja ótimo saber usar tais habilidades, no fim das contas, no caos da batalha, muitas vezes você irá depender de um pouco de sorte também e, claro, da ajuda de seus aliados.
Arremessar armas ou outros objetos pode ajudá-lo também, apenas lembre-se que a arma arremessada deixa-o sem muitos recursos, sendo uma medida de desespero.
Você pode curar-se apertando para cima no D-Pad, se tiver um item de cura; todo guerreiro começa com um deles e mais pode ser obtido vasculhando baús ou carroças de reabastecimento. Neles é também possível pegar munição para flechas.

MODOS
O título conta com diferentes modos de jogo: partidas com 40 jogadores, partidas com 60 jogadores, objetivos em equipe (onde bots participam em grande quantidade), guerra montada, duelos de 1×1 e 3×3, além dos modos offline de treino e combates onde apenas você participa como humano, com bots em ambos os exércitos.

Afora estes, o jogo conta com eventos de campanha, que são atualizados a cada novo capítulo (enquanto escrevo o texto, a temporada de inverno foi lançada).
O título conta com atualização constante e suporte sólido, com rebalanceamento e correções de bugs (quando necessário), além de novos modos e equipamentos.
A temporada de inverno, por exemplo, trouxe novos itens de customização, exclusivos.

Falando na customização, é possível mudar o visual de cada uma das quatro classes, individualmente, para cada um dos três reinos.
Cor de pele, cabelo, cor dos olhos, cicatrizes, adereços, visual de armaduras e heráldica (diferentes brasões), além do visual das armas podem ser modificados no menu correspondente.

Além da evolução de nível do jogador, que desbloqueia novos artefatos, cada classe possui seu próprio nível e duas variações de combatente do guerreiro original.
Diferentes armamentos também podem ser desbloqueados conforme você evolui a classe em combate.
ARTE BÉLICA
O gráfico de Chivalry 2 tende ao realismo no design de armas e armaduras, castelos e estruturas, mas no rosto dos personagens não exatamente.
Mesmo assim, o título possui um leve quê de cartoon, o que ajuda a amenizar a violência e, acredite, esse jogo é BEM VIOLENTO.

Decapitar inimigos, queimá-los vivos ou simplesmente desmembrá-los com lâminas é corriqueiro nas batalhas campais.
As armas de cerco causam grande estrago, seja explodindo muros ou mesmo fazendo personagens voarem longe.

Os cenários são vastos, dividindo-se em várias sessões conforme a partida avança.
Florestas, pontes, ruínas, castelos, fortalezas, vilarejos e mercados abertos compõem os diferentes mapas. As campanhas incluem mapas diferentes, como uma fortaleza nevada durante o arco da guerra de inverno.

Acontecem alguns carregamentos de textura durante a introdução das partidas, mas nada muito perceptível durante o combate em si.
O jogo também apresenta boa estabilidade de conexão, mesmo em partidas com 60 jogadores, em parte graças ao gráfico “leve”.
No PlayStation 5 as armaduras são bastante brilhantes, embora isto não se deva a ray tracing (o que certamente pesaria mais na experiência).

A trilha sonora possui tons épicos de grandes batalhas, mas é melhor percebida nos menus ou no encerramento dos combates, uma vez que durante a luta em si, você estará ocupado ouvindo o choque de metal contra metal, explosões e gritos de guerra.
PLATINA AO ESTILO FEUDAL
A platina de Chivalry 2 consumirá um certo tempo do jogador, dado o número de vitórias necessários em cada mapa e o número de abates com cada classe.
Há outros troféus específicos de combate, mas certamente os dois que darão mais trabalho ao jogador são o de matar 13 inimigos com pães (que causam muito pouco de dano e devem ser arremessados como último golpe) e o maldito troféu de matar um adversário com uma flecha a 100 metros de distância.

RESUMO DA ÓPERA:
Chivalry 2 é um jogo viciante.
Você pode certamente gastar algumas horas nele sem perceber, enquanto passa por frenéticas batalhas online.

O jogo roda liso no PS5, sem problemas de conexão ou engasgos, apenas com um ou outro carregamento de texturas.
A violência do jogo é amenizada pelo tom cartunesco das animações e pelas situações hilárias que acontecem durante as partidas.

A comunidade é bastante ativa, com constantes partidas online, você não ficará esperando muito tempo até entrar em alguma modalidade.
O suporte do estúdio Torn Banner também é digno de nota, pela quantidade de conteúdo adicional gerado, patches de correção e balanceamento, além das novidades inclusas em cada temporada.

Chivalry 2 mostra-se uma excelente opção de multiplayer, especialmente para aqueles sem muita habilidade, mas que querem apenas se divertir.
Acredite, no caos da batalha você sempre conseguirá algumas mortes e muitas, muitas risadas…