Review / Tutorial de Bramble: The Mountain King

* Esta análise foi feita com o código cedido pela Merge Games (versão PS4/PS5)

Distribuidora: Merge Games
Produtora: Dimfrost Studio
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / PC / Switch
Mídia: Física e Digital
Ano de Lançamento:  2023

Bramble: The Mountain King é um jogo de terror e aventura no obscuro mundo das fábulas nórdicas, onde um irmão precisa resgatar a irmã mais velha.

* Este jogo contém violência e temas fortes que podem chocar pessoas mais sensíveis. Embora o review seja uma versão mais leve do que a obra em si, fica o alerta.

A ESCANDINÁVIA PRÉ-CRISTÃ

Bramble utiliza criaturas do folclore escandinavo anteriores à introdução da religião cristã.
Como em muitas outras regiões da Europa, ricos folclores permeavam a imaginação popular e, mesmo após a tomada da religião monoteísta, as lendas nunca foram completamente apagadas.

O Näcken atrai crianças e mulheres para a água com sua música hipnótica


Criaturas mais conhecidas, como gnomos, fadas e trolls partilham espaço com seres mais obscuros como o Näcken (o metamorfo masculino que toca violino para atrair mulheres e crianças às águas de lagos e rios, onde as mata) e a Skogsrå (a criatura que se apresenta como mulher atraente nos vilarejos e os leva à floresta, de onde nunca retornam ou reaparecem loucos).

A Skogsrå atrai os homens com sua aparência virginal (ou sedutora) para matá-los na floresta


Ao redor do mundo, as criaturas folclóricas costumam possuir ensinamentos ou dicas do que não fazer ou em quem não confiar para sobreviver em uma era onde o conhecimento era parco.
O universo de Bramble utiliza tais criaturas do folclore escandinavo (e também parcialmente germânico), escolhendo aquelas particularmente mais agressivas e amedrontadoras, transformando a experiência o jogo em um macabro conto de fadas.

OLLE E LILLEMORE

Olle e Lillemore são dois irmãos que moram em um casa na floresta.
Durante uma noite, Olle, o mais novo, acorda e não encontra sua irmã no quarto.
Apesar do medo da escuridão, ele junta coragem e sai da casa, até encontrar a irmã em uma ruína.

Olle acorda durante a noite e não encontra a irmã
Apesar do medo da escuridão, ele reúne forças e parte em busca de Lillemore


Alegres, eles brincam com uma pedra de intensa luz, até caírem mais fundo na floresta.
Agora aparentando estarem reduzidos de tamanho (ou terem caído em um local onde tudo tem proporções gigantescas), a dupla encontra-se com gnomos brincalhões.

Lillemore se encanta com a brilhante pedra que o irmão mais novo encontrou
Distraídos, caem em uma região diferente da floresta


Tudo parece bem, com os pequeninos seres ajudando-os a avançarem, mas este não é um conto feliz.
O aviso sobre a violência e os temas extremos do jogo logo se faz presente.
Lillemore é capturada por um troll e colocada em um saco.
Agora Olle precisa partir em um busca de sua irmã, em uma jornada na qual encontrará algumas das criaturas mais sombrias que se escondem nas trevas da floresta.

Os gnomos dão as boas vindas à dupla
Mas os trolls patrulham a floresta em busca de vítimas

MERGULHANDO NA ESCURIDÃO

Olle é pequeno e frágil, incapaz de se defender diretamente, ao menos no início.
A pedra brilhante serve como guia para iluminar as partes mais escuras, sendo levantada para brilhar com L2; com R2 (enquanto segura L2) um brilho mais forte é acionado, afastando pequenas criaturas e abrindo caminhos entre espinhos, quando acionado próxima à uma rosa branca.

A pedra é o único recurso de luz em caminhos completamente escuros
E também serve para afastar criaturas das sombras


Posteriormente, nas lutas contra os chefes, segura-se L2 para mirar e R2 para arremessar nos pontos fracos de cada criatura.
Em uma das lutas contra chefes, a pedra transforma-se em uma espada de luz, que Olle empunha com força e usa para executar uma das criaturas…

Durante as lutas contra chefes, a pedra de luz transforma-se em arma arremessável
Ou mesmo uma espada


Entretanto, não há assim tantos inimigos, consistindo o título em saltos e plataformas, além de puzzles para avançar, como as misturas em caldeirões para criar poções que abram portas protegidas por fogo.

Portas protegidas por fogo precisam de poções criadas para serem desbloqueadas
Na água, plataformas precisam ser utilizadas para Olle não morrer afogado


Há também sessões de stealth e fuga, contra mortos-vivos que surgem em um vilarejo; não é possível combatê-los, apenas escapar de seus ataques (R1 para correr mais rápido).
Nestas sessões e também em outras partes, alavancas para girar sistemas de cordas ajudam a abrir portões e passagens.

Quando confrontado pelos mortos vivos, apenas fuja!
Näcken e a surpresa nada agradável na água…


Olle não sabe nadar, precisando de plataformas e pontes para se mover sem morrer afogado; algumas das plataformas são sensíveis e afundam com o peso, precisando ser pisadas rapidamente.

A PÁLIDA BELEZA DO LUAR

O gráfico de Bramble destaca-se especialmente pelos efeitos de luz e sombra, bastante impressionantes e que contribuem para a atmosfera sombria da obra.
Enquanto os gnomos, com seus chapéus enterrados sobre os olhos e os irmãos possuem um visual mais simpático, as demais criaturas, como o Näcken e a Pesta (especialmente esta) são pavorosos e decadentes.

Pesta tem um jeito todo especial de ser… e aparecer
Tuva, por outro lado, é um ser pacífico que ajuda Olle em sua missão


A floresta especialmente grande, onde cogumelos parecem postes perto dos diminutos irmãos e os ambientes gigantescos dos trolls, como a cozinha/abatedouro no início do jogo passam a sensação de opressão ante a magnitude de tudo à volta do protagonista.

O protagonista caminha entre vísceras e outras carnes no “açougue” troll
Esse espantalho está meio diferente, hein?


O gore é vasto em determinadas partes e há vários temas sensíveis abordados sem muito filtro, mostrando uma natureza crua das lendas antigas dos povos mais em contato com os perigos da escuridão absoluta antes da existência da luz elétrica.

Olle “amadurecendo” mais cedo do que o esperado
Eu avisei que o jogo era pesado
E os produtores também deixaram isto bem claro no aviso inicial do jogo…


A belíssima trilha sonora, composta por Martin Wave e Dan Wakefield é composta por 75 faixas, misturando temas com pegada medieval e aspecto sombrio (até mesmo funesto em alguns trechos).


O jogo é narrado na voz de Nola Klop, que descreve a trama e também os contos encontrados em livros durante a aventura.
Estes livros descrevem algumas das criaturas encontradas, bem como a trama do Rei da Montanha propriamente dito…

PLATINA OBSCURA

A platina de Bramble: The Mountain King possui um troféu “problemático”, que é o de encerrar a aventura sem morrer nenhuma vez (ou reiniciar um checkpoint).
Este é o desafio maior contido na lista de troféus, sendo os outros relacionados à trama, além de coletar todas as figuras de madeira presentes e todos os livros de contos.

Os livros são um dos coletáveis do título
Bem como as estátuas de madeira


RESUMO DA ÓPERA:
Bramble: The Mountain King
é uma aventura pelo fantástico e assustador mundo do folclore escandinavo, com violentas criaturas que espreitam nas sombras, esperando a oportunidade para atacar os desavisados.

Lemus, o gigante de pedra que auxilia Olle em algumas passagens


A bela arte e a trilha sonora envolvente resultam em um conto macabro de um irmão aventurando-se por imensas paisagens para resgatar a irmã, sequestrada por um troll.
O que começa como uma singela narrativa infantil, evolui para uma trama de terror com direito a muito gore.

Uma viagem ao lado obscuro da imaginação humana


Bramble: The Mountain King é um daqueles títulos que deixa uma marca na memória de quem o experienciar.
Se você é um jogador que se impressiona facilmente, jogue com cautela, o aviso no início do título está lá por um bom motivo.

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