
* Esta análise foi feita com o código cedido pela Team 17 (versão PS4/PS5)
Distribuidora: Team 17
Produtora: Storming Games
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch / PC
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2022

Batora Lost Haven é um jogo que combina ação hack’n’slash com dual stick shooter e um sistema de escolhas e dualidade de poderes, contando a história de Avril, humana que se vê escolhida como campeã do Sol e da Lua.
O FIM DA TERRA
Uma catástrofe desconhecida atingiu o planeta Terra, dizimando dois terços da população.
É neste cenário devastado que a jovem rebelde Avril, junto de sua amiga, Mila, exploram as ruínas da sociedade, quando se deparam com duas estátuas no subsolo de Londres.


Avril é transportada para outra realidade, onde duas entidades cósmicas, Sol e Lua, lhe concedem poderes físicos e mentais para que ela se torne sua campeã, capaz de restabelecer o balanço cósmico, e, consequentemente, a Terra.
Para isto, ela terá de absorver a energia do núcleo de outros planetas.

Transportada para o planeta onde deve começar sua jornada, Avril se vê separada de Mila, mas consegue comunicar-se com ela através dos poderes de Sol e Lua.
YIN YANG
Avril entra em contato com outras espécies, participando de missões que terão ligação com o acesso ao núcleo dos planetas.
Durante tais missões, difíceis escolhas terão de ser tomadas: o caminho da defensora ou o caminho da conquistadora.


As decisões impactarão diretamente no rumo dos povos e planetas específicos e não há exatamente boas decisões aqui: inevitavelmente você irá prejudicar um grupo ou personagem em detrimento de outros.
Sol e Lua tentam influenciar suas escolhas, mas cabe a você determinar seu caminho, arcando com as consequências.
MENTE E CORPO
A dualidade permeia todo o título, inclusive nos poderes que são conferidos à Campeã.
Enquanto Sol fornece os poderes físicos de Avril, Lua lhe garante os poderes mentais.

Os poderes físicos são executados com a espada, consistindo em combate corpo-a-corpo, enquanto os poderes mentais são os ataques à distância, com o lançamento de projéteis roxos.
Os golpes são executados com quadrado (simples) e o analógico direito (direcionável), precisando ser alternados conforme a natureza dos inimigos.

Inimigos indicados em amarelo precisam ser acertados com golpes físicos, enquanto os roxos com golpes mentais, maximizando assim o dano aplicado. Inimigos mais fortes podem resistir a ataques de natureza contrária à sua, tornando-se imunes.


Há também inimigos híbridos, que precisam ser derrotados com a combinação dos poderes.
Já nas lutas contra os chefes, é necessário quebrar a defesa atacando com uma natureza, para só então atordoá-lo e trocar a natureza para causar-lhe dano, com o objetivo de remover uma de suas três barras de vida (que será recuperada caso você falhe em aplicar o dano completo antes que ele se recupere).


As duas naturezas também são necessárias para a solução dos puzzles, que envolvem rotação de plataformas, utilização de bolas navegáveis para atingir botões de pressão e mesmo sequências de “pinball” e “pachinko”.
Os puzzles principais se dão durante a entrada no núcleo de cada planeta, incluindo caminhos que precedem lutas contra alguns dos chefes.

O PODER DAS RUNAS
Os poderes adicionais (equivalente às habilidades) são obtidos através de runas equipáveis.
Estas runas podem ser encontradas pelos mapas, compradas de vendedores, compradas da bruxa Batora (em uma dimensão própria) ou obtidas após a derrota de inimigos e chefes.


Conforme sobe de nível, Avril pode equipar runas mais poderosas, com novas habilidades ou versões melhoradas das habilidades prévias.
As habilidades variam entre poderes de cura, escudos de proteção, ataques devastadores, etc. Cada habilidade possui seu cooldown específico, mostrado ao lado da natureza correspondente.


ARTE INTERDIMENSIONAL
BLH utiliza câmera isométrica, ou seja, vemos os personagens à uma distância considerável.
É possível usar o zoom para aproximar um pouco mais a visão, mas mesmo assim eles continuam relativamente longe.
Por conta disto, as cores vivas e brilhantes do jogo ajudam a diferenciar protagonista, aliados e inimigos, que possuem círculos indicando sua natureza.
Durante as conversas, vemos os personagens em versões desenhadas, com cores mais leves.


Os cenários são vastos e grandiosos, especialmente pela perspectiva isométrica, que contribui para a magnitude de montanhas e grandes construções.
Embora o jogo seja linear, é importante explorar bem os caminhos secundários para encontrar dinheiro e runas extras.


O jogo possui dublagem em todos os diálogos (com exceção das frases ditas por NPCs “figurantes” aleatórios no mapa), o que contribui em muito para a imersão e torna os diálogos menos cansativos.
A trilha sonora possui variações conforme cada raça (que possui inspiração em povos humanos), sendo bastante dinâmica, indo do mais relaxante durante a exploração para partes mais agitadas durante os combates.
PLATINA ASTRAL
Não dá para falar muito sobre os troféus de Batora dado seu foco nas diferentes escolhas, que compõem boa parte do set, garantindo uma segunda run para fazer as escolhas diferentes (o que é possível via New Game +, já com as escolhas anteriores grifadas).


De resto, o troféu de chegar ao nível 25 (apenas obtido durante o NG+) e os demais troféus estão relacionados ao número de inimigos derrotados sob condições específicas.
RESUMO DA ÓPERA:
Batora Lost Haven utiliza-se muito bem do sistema de dualidade de naturezas, integrando-o a todos os aspectos do jogo, desde o combate, passando pelos puzzles e até as (difíceis) decisões.
O combate rápido e desafiador se mostra mais difícil durante o new game plus, pedindo mais cuidado e estratégia do jogador, que agora morre com muito mais facilidade e precisa prestar ainda mais atenção às naturezas dos inimigos.
O gráfico super colorido também ganha destaque, com cenários magníficos e carismáticos personagens bem animados e desenhados durante os diálogos (todos dublados, como citado no corpo do texto).
A trama é profunda e pesada, com decisões não-maniqueístas que fazem o jogador sentir o peso de cada decisão e suas (muitas vezes) desastrosas consequências, contando com dois finais.
Batora Lost Haven brilha também nos puzzles bem elaborados, onde as duas naturezas são constantemente utilizadas para progredir.
Uma aventura épica através de diversos povos alienígenas diferentes e mundos exploráveis.