
* Esta análise foi feita com o código cedido pela Ratalaika (versão PS4/PS5)
Distribuidora: Ratalaika Games / GrabTheGames
Produtora: Stranga Games
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X Switch / PC
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2022/ 2023

Ashina: The Red Witch é um jogo de aventura 2D sobre Ash, uma jovem que precisa ir ao mundo espiritual para recuperar o pingente roubado e a irmã, Tena, sequestrada.
Ash e Tena são duas irmãs que trabalham em empregos que detestam.
Ash, a mais velha e responsável, cuidou de Tena (a caçula, fútil e irresponsável), após o sumiço da mãe, Roh.


Após uma noite de lámen e refrigerante, Ash acorda em seu apartamento e descobre uma criatura de chapéu de palha em sua sala, assistindo TV e cozinhando.
A pequena criatura rouba o pingente de Ash, última lembrança de sua mãe e salta pela sacada.
Desesperada, a jovem vai no encalço do ladrão e acaba pegando um ônibus para o mundo espiritual, onde mais tarde ela encontrará também sua irmã, em uma casa de banho.


Ashina: The Red Witch possui ligações com Red Bow e My Big Sister (cujos reviews você pode ler clicando nos nomes), ambos também da produtora Stranga Games, porém aqui com um foco menor na parte de terror dos títulos anteriores.


O foco do jogo é a investigação de Ash para a recuperação do pingente e o resgate de Tena, que é raptada após entrar voluntariamente no mundo espiritual.
Através de conversas com os youkais, espíritos e demônios locais e a troca de itens, a garota deve desvendar o mistério por trás de sua ida para o outro lado ainda em vida e a importância de sua irmã.



A jovem encontra-se com diversas criaturas do folclore japonês, como Umi-bozus (gigantes aquáticos), Jorogumo (mulher-aranha) e Rokurokubi (mulher de pescoço longo), entre outras.
Embora o título não possua combate, a interação com a maior parte destas criaturas é pacífica, apesar de Ash ser uma humana no mundo espiritual, mas há sempre perigos à espreita…


Graficamente, Ashina possui um estilo bem simples, porém carismático e expressivo, seja pelas expressões de olhos arregalados (em poucos pixels) ou pelos movimentos simplificados, mas que conseguem transmitir a intenção claramente.



Os cenários, especialmente em comparação aos outros dois títulos do estúdio (e que compõem o, vamos chamar assim, Stranga-verso) possuem estruturas mais complexas e detalhadas, nos diferentes locais onde se passa, entre uma casa de banho, uma mina subterrânea, distritos humanos e espirituais e um templo.


A trilha sonora traz uma boa ambientação com temas e instrumentos japoneses, em especial no uso de shamisen e koto, criando uma atmosfera misteriosa e ao mesmo tempo alegre.
A platina é, tecnicamente falando, simples, embora fazer todos os finais extras em uma única run seja bem difícil, dados os requisitos necessários e que podem ser facilmente perdidos.
Há diversos outros troféus que são de ações específicas, mas que podem ser obtidos através da seleção de capítulos após finalizar o jogo, porém os finais necessitam de uma run completa para computar as escolhas.


RESUMO DA ÓPERA:
Ashina: The Red Witch é uma aventura investigativa 2D, com personagens no formato chibi e gráficos simples, mas que consegue apresentar uma trama complexa e cativante, no conto da irmã que vai ao mundo espiritual resgatar sua caçula.

O jogo faz uma ponte interessante entre os outros dois títulos da Stranga (Red Bow e My Big Sister), consolidando uma linha temporal, ainda que um pouco confusa, e faz pequenas referências a outro jogo da empresa (Just Ignore Them).
Ashina: The Red Witch consegue prender a atenção do jogador por algumas horas, com um roteiro que instiga o avanço das investigações, desta vez sem o elemento terror completamente presente, mas ainda apostando nas sombrias criaturas do folclore japonês e com um humor ácido na medida certa.