Scurge: Hive

Scurge: Hive é um jogo desenvolvido pela Orbital Media e lançado para o Gameboy Advance e Nintendo DS em 2006. Sua jogabilidade pode ser considerada uma mistura de shooter, plataformas e RPG de ação, usando visão isométrica.
A protagonista é a caçadora de recompensas Jenosa Arma, que recebe a missão de recuperar dados de uma base de pesquisa no planeta chamado Inos, que enviou uma mensagem de socorro horas antes. A base serve para pesquisas sobre uma forma de vida alienígena chamada Scurge, que é altamente infecciosa e dá o nome ao jogo. Com uma roupa especial para proteção de uma possível infecção pelos Scurge, Jenosa parte para o planeta, iniciando a jornada do jogo. Ela é auxiliada pelo computador da sua nave, que tem uma espécie de avatar virtual, chamado Magellan.

Temos aqui um jogo altamente inspirado pela série Metroid da Nintendo, com uma visão isométrica “top-down”.
A partir de um evento logo no início do jogo, ele vira uma corrida contra o tempo (jogaram Metroid Fusion?). Jenosa é infectada, e a roupa especial que usa detém um pouco o avanço da infecção. Porém sempre a infecção avança, e ela tem de encontrar de tempos em tempos a uma unidade de desinfecção (que também salva o jogo). Se a infecção chegar a 100%, o HP rapidamente começa a decrementar. Andar sobre áreas infectadas aumenta mais rápido o nível de infecção.

Ao derrotar os inimigos eles podem deixar uma esfera verde, que é o XP do jogo, onde acumulando certa quantidade se ganha um nível que aumenta o HP e levemente o dano das armas: aqui o aspecto RPG do jogo. Estas esferas tem um segundo efeito que é regenerar um pouco do HP. Upgrades e armas diferentes são encontrados nos cenários do jogo.
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Para avançar, certas portas vão pedir uma certa quantidade de cartões de acesso, a serem encontrados na área em questão. Mapa é intuitivo, exibindo a localização destas portas (com a quantidade de cartões necessários para abrir) e upgrades assim que a IA Magellan mapear a área. No final de cada capítulo tem uma avaliação da performance.

Diferentes armas para diferentes tipos de inimigos: atacando inimigos do tipo “biológicos” por exemplo com arma de energia, fará com que o efeito seja o contrário, os inimigos ficarão mais fortes, e vice e versão para arma vs inimigo de tipo diferente. A arma padrão não tem vantagens ou fraquezas contra nenhum inimigo, porém é a mais ineficiente do jogo. Armas também servem para acionar certos dispositivos. Comumente o jogador se verá rodeado por uma horda de inimigos de diferentes tipos, tendo de alternar armas constantemente.

Muitos elementos de plataforma, pular, nadar, etc.

Um dos destaques são as batalhas muito boas contra os chefes gigantescos e com diversas barras de HP. Por vezes as batalhas contam com mais de uma fase conforme se vai derrubando as barras de HP dos chefes. A final merece destaque, mas não spoilarei nada aqui.
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Não é um jogo difícil na dificuldade padrão. Ele não tem praticamente conteúdo opcional, apenas liberando progressivamente dificuldades mais altas ao terminar e roupas diferentes para Jenosa. Terminar no hard libera um boss rush, e além depois de rejogar no Hard e no Insane, libera um Ultra mode, que inicia com Jenosa com poder máximo e a melhor arma do jogo.

E vale jogar?

Scurge: Hive é um jogo meio obscuro. A Orbital Media que o criou já não existe mais, deixando uma possível sequência (que o final do jogo deixa em aberto) praticamente descartada. A parte de ter elementos de RPG me surpreendeu, achei que não veria elementos do gênero nele. É um jogo curto e com gráficos coloridos, bem interessantes considerando o hardware do GBA, onde saiu primeiro (na verdade foi quase um lançamento simultâneo com a versão DS, com pouco tempo de diferença). A parte de platformer é geralmente boa com o jogo tendo uma variação razoável de inimigos considerando a duração (entre umas 10 a 15 horas na média). Em alguns poucos momentos é complicado descobrir se dá para pular ou não em certos locais, ou é difícil descobrir a distância necessária sem tentar uma vez. Vide exemplo abaixo.

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Dá para pular?

Em termos de exploração ela se dá quase em uma linha reta, com basicamente um capítulo correspondendo a “uma fase”. Dentro de cada local temos uma espécie de aspecto “mini-metroidvania”, mas não diria que ele se encaixa no gênero, pois completado um local, basicamente é ir para o próximo, sem voltar ao anterior. Os locais não tem uma grande variação, tendo um design não muito memorável. Um problema que vi é que como tanto o GBA como o DS não tem direcional analógico, o controle da Jenosa fica limitado a apenas 8 direções, sendo necessário ficar bastante se reposicionando no cenário para conseguir acertar os inimigos (os inimigos tem mais liberdade de direção que Jenosa). Esse jogo, se por algum motivo fosse relançado, se beneficiaria muito de um controle analógico com liberdade de movimentos para mirar.

Para finalizar, diria que é um jogo que considerando as ressalvas acima envelheceu bem, sendo divertido avançar e tendo uma boa jogabilidade. Só não vá pensando em jogar um Metroidvania, ele parece de início um, mas não é.

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