Estranhos Prazeres


Ok, calma!
O texto é sobre guilty pleasures, não precisa se preocupar com o conteúdo (eu acho).

Um guilty pleasure, ou um prazer culposo (e é por isso que não traduzem), é a apreciação por algo que se sabe ruim, mas mesmo assim é inevitável gostar.
O termo é bem conhecido entre os cinéfilos, especialmente para quem costuma consumir filmes B e/ou trash.

Não existem argumentos pra justificar gostar de Ultravioleta, especialmente pelo CGI


É comum enaltecer as qualidades daquilo que se aprecia mas, às vezes, surge algo sabidamente ruim, mas que você não consegue evitar.
Só para citar um exemplo (ainda nos filmes) eu gosto de Ultravioleta. Sim, aquele mesmo, com a Milla Jovovich.

E pode me julgar, eu sei (e concordo): Ultraviolenta é realmente um filme ruim.
Mas ele é tão ruim que dá a famigerada volta e acaba se tornando bom.
Algo tão ruim que chega a ser bom é uma das definições de guilty pleasures.

Boboboubo Boubobo Hajike Matsuri, um jogo rítmico onde você ataca com o bigode…


É claro que, com o aumento considerável na produção de jogos eletrônicos, não demorariam a aparecer os jogos tão ruins que ficam bons.
Dá pra fazer uma lista extensa de coisas que joguei, principalmente na era do PS2, de Mister Mosquito a Boboboubo Boubobo Hajike Matsuri (aquele jogo do anime em que o cara luta usando o bigode), passando por várias “pérolas” do underground.

Mas entre títulos avulsos, como Wheelman (o jogo do Vin Diesel, lembra?) e SAW (I e II, jogos de qualidade extremamente duvidosa), a verdade é que o meu real guilty pleasure é um estilo de jogos.
E não!
Não estou falando de musou, um gênero que eu genuinamente aprecio em sua simplicidade.

Wheelman, um daqueles títulos duvidosos e cheios de bugs


E sim de Match 3, um gênero de jogo puzzle onde você precisa combinar pequenas peças para eliminar os conjuntos.
Embora simples, jogos de Match 3 tem um potencial altamente viciante e, quando plantados no solo fértil do mercado mobile, tornam-se uma droga devastadora.

Jogos aos quais você geralmente utilizará enquanto ouve um podcast ou algo do gênero, no qual a atenção não precisa ser 100% focada.
E que encontraram no mercado de celulares um local de expansão infinita, junto a práticas duvidosas, como vidas limitadas, venda de power ups, entre outros.

Match 3, um gênero perigosamente viciante


É aí que você precisa enveredar por um de dois caminhos perigosos no gênero: ser o cara que compra os power ups com dinheiro real (alimentando o sistema) ou o cara que fica só na parte de graça, mas é punido com longas esperas e grindings absurdos (o meu caso).

Assista mais um comercial para liberar uma vida extra ou pegar um power up extra.
Logue todos os dias para ganhar o bônus diári
o, que muito provavelmente será desperdiçado em seguida.
Expanda o seu vilarejo ou reino, pois aparentemente isso é quase mandatório nos jogos mobile.

Em minha defesa, Sega Heroes era realmente bom


Mas se eu reconheço que estes jogos são realmente safados, por que continuo a jogá-los?
Porque este é o meu vício: entrar na play store e ficar vasculhando atrás de um match 3 mais satisfatório do que o atual, perpetuando o ciclo de sofrimento.
Eu não preciso de críticas, eu preciso de tratamento!

Dizem que assumir o problema é o primeiro passo para nos livrarmos de um vício.
Então me diga: qual é o tipo de jogo que você joga no escuro do seu quarto?

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