Review / Tutorial de Destroy All Humans! 2 Reprobed

* Esta análise foi feita com o código cedido pela THQ Nordic (versão PS4/PS5)

Distribuidora: THQ Nordic
Produtora: Black Forest Games
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / PC
Mídia: Física e Digital
Ano de Lançamento: 2022


Destroy All Humans! 2 Reprobed é um remake do jogo (de 2006) open world de ação onde Crypto precisa recuperar seus equipamentos e o DNA coletado após a nave mãe ser destruída pelos humanos.

ATAQUE SOVIÉTICO

Após derrotar Sombra e a Majestic, Crypto e Orthopox preparam-se para abandonar a Terra, levando consigo o DNA necessário para melhorar o processo de clonagem.
Tudo parecia resolvido, mas os soviéticos tinham outros planos…

As coisas já começam agitadas em Reprobed, após a queda da nave mãe
Orthopox agora é apenas um holograma… mas continua ditando as ordens!


Disparando uma ogiva nuclear contra a nave mãe dos furons, o DNA cai na Terra e Orthopox consegue transferir sua consciência para um dispositivo antes de morrer.
O disco voador de Crypto também é danificado no processo e ele perde suas armas e itens, precisando recuperá-los com a ajuda de Orthopox, apenas na versão holograma.

Crypto retorna em plenos anos 60
O jeito é se misturar aos hippies…


Agora Crypto precisa recuperar as armas e restaurar sua nave através de vários países onde as peças caíram, lidar com uma nova conspiração humana, além de estabelecer uma seita em nome do deus Arkvoodle, para criar uma rede de humanos que o ajude.

TUNGUSKA

Enquanto o primeiro jogo (análise disponível aqui) utiliza como inspiração o caso Roswell (1947, Novo México), passando-se nos anos 50, Reprobed toma como inspiração os anos 60 e a repercussão do Incidente em Tunguska (1908, ainda Império Russo), considerado como uma possível queda de OVNI nas décadas subsequentes.

O Major Jesse A. Marcel segurando o que seriam destroços do disco abatido em Roswell, em 1947


Atualmente, sabe-se que o incidente foi a queda de um grande meteorito (ou parte de um cometa) na Sibéria, próximo ao rio Podkamennaya Tunguska, em 30 de junho de 1908.
A explosão devastou uma área de aproximadamente 2.000km² de floresta, tendo um impacto que calcula-se ser equivalente a 15 megatons de TNT (1.000 vezes a bomba de Hiroshima) e um terremoto grau 5 na escala Richter.

O local da explosão nunca mais viu árvores… o que só ajuda nas teorias conspiratórias
Foto tirada na época, mostrando o impacto causado nas árvores da região


O posto comercial/vilarejo de Vanavara, há cerca de 60km do local de impacto, foi a localidade mais afetada, tendo presenciado uma bola de fogo no céu. Nos dias subsequentes, por várias regiões da Eurásia foi possível ver os “céus incandescentes” à noite, gerando uma série de especulações à época.

Relatos dos “foo fighters” eram comuns entre os pilotos durante a Segunda Guerra


O mistério aumentou com o fim do Império Russo e o surgimento da União Soviética, que fechou o cerco sobre várias informações locais.
Especulações sobre um ataque efetuado por invasores extraterrenos ou mesmo a queda de um disco voador abatido pelos russos somaram-se aos estranhos relatos de OVNIs que povoaram a Segunda Guerra Mundial.

TOUR DA PAZ

O jogo se passa nos anos 60 então, sim, eles estão por todos os lados: hippies!
E eles são necessários para criar uma seita, afinal de contas, quem melhor para aceitar um alienígena do que pessoas levemente alteradas psicologicamente e que querem “expandir a mente”?

Uma comunidade ideal para começar uma seita
Não, não é uma reunião dos Beatles… é só a população de Albion


O título cobre quatro localidades ao redor do mundo: Bay City (inspirada na São Francisco dos EUA), Albion (a Londres da Inglaterra), Takoshima (uma amálgama do Japão) e Tunguska (na União Soviética/Rússia, a única localidade “real”), além de um quinto mapa, fora da Terra.

Ninjas brancos recrutados com sucesso
Quando em Takoshima…


Os locais possuem a maior quantidade possível de estereótipos sobre a população em geral, dado o nível cômico do jogo.

Eu escolhi esse disfarce porque, bem… siga lendo o review!!!
Tunguska, o mapa mais triste do jogo (ignore minha roupa de shinobi)


Cada mapa possui seus grupos próprios e a KGB, que está infiltrada em todos os locais.
O objetivo de Crypto é obter os infonúcleos, que contêm suas armas e as de seu disco voador também.
É claro que para isto, o furon conta com suas habilidades psíquicas, como a possessão temporária de corpos, a extração de cérebros e apagar a memória de alvos.

ARSENAL PERDIDO

É hora de recuperar as armas clássicas de Crypto, como o Eletrizante, o Deslocador, o Raio Desintegrador e, claro, a Sonda Anal.
O Amor Livre faz sua estreia, uma arma que coloca os alvos para dançar.

O Amor Livre é uma das novas armas do arsenal furon


Já no disco voador, o Raio Mortífero, o Sugadormaster V8, o Repelidormático e a Antigravidade estão entre as armas disponíveis.

O Raio Mortífero é a arma base do disco e a única que não precisa de munição


É possível fazer upgrade de todas as armas através do uso de DNA coletado nas missões e peças Furotech (estas obtidas por completar objetivos secundários).
Já os poderes psíquicos de Crypto podem ser melhorados no Liquidificador de Genes, sendo necessário coletar uma determinada quantidade de seres humanos com o Sugadormaster V8.

O Sugadormaster V8 pode coleta humanos para o Liquidificador de Genes
Várias skins já estão disponíveis no início do jogo e outras aparecem conforme as missões avançam


O visual do furon pode ser modificado com as roupas disponíveis (via menu), sendo algumas delas desbloqueáveis apenas após cumprir determinadas missões; o mesmo se dá com o aspecto do disco voador, sendo que este só pode ser modificado no menu acessível quando em terra.

Belo visual para o disco voador… uma pena precisar mover-se com ele invisível a maior parte do tempo
Cumprir os desejos de Arkvoodle desbloqueia novos locais de pouso


Os locais de pouso do disco são desbloqueáveis após cumprir o desejo de uma estátua do deus Arkvoodle (o mesmo da seita), envolvendo geralmente sacrificar humanos para ele, remover entulhos à volta da estátua ou destruir veículos.

DOMINANDO O PLANETA

Além das missões principais, onde o jogador conta com a ajuda de aliados como o agente Reginald Ponsonby-Smythe (do MI6) e a agente renegada Natalya Ivanova (KGB), também possuindo uma série de Trabalhos Temporários e a seita para espalhar pelo mundo.

Ponsonby e seu estilo pomposo
Natalya, o interesse amoroso de Crypto


Os trabalhos envolvem realizar pequenas tarefas para líderes de facções, espalhando desinformação ou mesmo assassinando alvos específicos e causando caos.

Os Trabalhos Temporários devem ser conseguidos utilizando disfarces humanos
Shama Llama, o fantoche guru espiritual da seita de Arkvoodle


a seita de Arkvoodle passa a ser liderada pelo guru espiritual Shama Llama (ou assim ele pensa, inicialmente).
Nas missões da seita, é necessário espalhar a palavra de Arkvoodle e a Virilha Sagrada entre o maior número de pessoas, especialmente os hippies de cada localidade, momentos em que o Raio Mortífero é convertido em propaganda, utilizando o Amor Livre para arrebanhar as massas, isto enquanto lida com as forças locais, claro.

A seita espalha-se pelo mundo
A barra acima da tela indica o tempo restante até que o disfarce seja desmascarado


A utilização do disfarce é essencial, especialmente nas missões para a seita e para os trabalhos temporários.
Diferentemente do primeiro jogo, entretanto, agora a energia do disfarce não pode ser reposta lendo a mente de NPC’s, possuindo um tempo limite, que pode ser reduzido caso você utilize outros poderes no corpo da vítima.

ARTESANATO ESPACIAL

Graficamente, Reprobed é um deleite, possuindo estilo gráfico bem cartoon, com modelagens sólidas e NPC’s convincentes.
Cores vivas representam bem o estilo sessentista das localidades, especialmente Takoshima, com sua “poluição visual” tipicamente nipônica. Tunguska, por outro lado, se mostra mais sombria, contrastando prédios e fábricas de cores escuras com a neve soviética.

Takoshima é o mapa mais colorido do jogo (sim, eu estou de mariachi)
Crypto e a crítica ao estado atual de alguns ports para PC?


O jogo conta com um sistema de destruição massiva durante os ataques, especialmente dentro do disco voador.
Construções inteiras vão abaixo com alguns ataques e a fumaça cobre temporariamente a região, o que a engine do jogo segura sem grandes problemas.
Entretanto, durante a noite, especialmente no mapa de Albion, o título sofre de quedas mais brutas de framerate.

Destruir construções com o disco é sempre garantia de diversão!
Crypto quebrando a quarta parede mais uma vez


A trilha sonora varia entre temas próprios e mais “alienígenas”, passando por rock dos anos 60 e temas russos clássicos.
É uma trilha bem eclética e que combina com o tom bem humorado do jogo.



A dublagem em inglês ganha destaque nas vozes de J. Grant Albrecht (Crypto), Richard Steven Horvitz (Orthopox), Anthony Head (Ponsonby) e Courtenay Taylor (Natalya).

Preciso dizer mais alguma coisa?
Eu acho que não…


Destaca-se também a ótima localização para o português, com referências bem obscuras, como citações ao Chacrinha, ditados brasileiros e até um troféu chamado Não É Bliskedo Não (referência à personagem Dona Jura).

PLATINA INTERPLANETÁRIA

A platina de Reprobed é tranquila, embora consuma um certo tempo, especialmente pelos coletáveis.
A maior parte dos troféus gira em torno de completar a campanha, todos os trabalhos temporários e a seita, coletar todos os pôsteres, discos de vinil e artefatos alienígenas.

Destruir banheiros públicos rende um troféu
Um minigame para passar o tempo entre um ataque e outro


Há troféus específicos envolvendo as armas e habilidades psíquicas do furon, além de rotas para serem feitas usando o sistema P.A.T.I.N.S.
Os objetivos secundários devem ser completos em todas as missões da campanha, que podem ser revisitadas através do Holopoxdeck, incluindo os Mutators, pequenos cheats disponíveis dentro da missão (e que não impedem a obtenção de troféus).

RESUMO DA ÓPERA:
Destroy All Humans! 2 Reprobed é uma ótima maneira de revisitar a obra de 2006, com gráficos refeitos e uma engine consistente.

Essa referência…


O jogo é lotado de piadas e referências, elevando o bom humor, além de ser um pouco mais fácil que seu antecessor (o que não impede uma luta final infernal aqui).
A mudança de países dá boa variedade ao título, possibilitando diferentes facções, como os ninjas e a Yakuza no Japão.


Há uma boa variação de missões, embora o elemento do disfarce usando corpos humanos seja mais repetitivo aqui.
A jogabilidade fluída e responsiva é agradável e a navegação pelos mapas é mais livre que no título anterior.


Para quem quer dar boas risadas enquanto destrói a humanidade, com um personagem sarcástico e que quebra (com frequência) a quarta parede, Destroy All Humans! 2 Reprobed é uma excelente pedida.

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