Solodevs sempre são admirados pelo seu empenho nos jogos, seja indies com pixelart ou jogos mais trabalhados em engine gráfica. Bright Memory sempre chamou atenção desde suas pequenas amostras de jogo apareceram e por ser um desenvolvedor solitário fazendo tudo com tamanhos efeitos e detalhes nos cenários…
Desenvolvido pela FYQD Studio inicialmente para mobile em 2019 no sistema iOS, teve versão PC e Xbox em 2020. O chamado Episode 1 era composto de primeira hora do jogo.
Em 2021, foi lançado Bright Memory Infinite para PC, que inicialmente seria a pseudo continuação da primeira aventura de Shelia (Episode 2), e da qual iremos retratar aqui, tendo em vista que não joguei a primeira versão do jogo, não posso confirmar com exatidão as diferenças entre ambos os jogos no aspecto de enredo, porém Infinite foi um projeto refeito e unificado do Episode 1. As versões consoles chegaram em 2022 para a geração PS5, Xbox Series S|X e Nintendo Switch através da publicação da nossa querida Playism (clique no link para ver reviews de outros jogos da Playism).
FYQD Studio
Representado pelo produtor Zeng Xian Cheng, possui sede na cidade de Guangxi. É um estudio pequeno e que tem o interesse em entregar produções gráficas de visuais excelentes. São conhecidos pelos jogos Bright Memory e Bright Memory Infinite
Vamos então mostrar o que Bright Memory Infinite tem em aspecto de jogo e aprender suas mecânicas?
Código cedido para review pela Playism, versão Playstation 5

Nome: Bright Memory Infinite
Gênero: Action, First Person Shooter (FPS)
Desenvolvedora: FYQD Studio
Distribuidora: Playism
Plataformas: Playstation 5, Xbox Series S|X, Nintendo Switch, PC (2021)
Lançamento: 2022 (21 de julho) versão consoles, 2021 (11 de novembro) versão PC
Mídia: até o momento do review, apenas digital

Tela Título

História / Enredo

No ano de 2036, um fenômeno extraordinário para o qual os cientistas não conseguem encontrar nenhuma explicação ocorreu nos céus ao redor do mundo. A Organização de Pesquisa Científica Sobrenatural (SRO, em inglês) enviou agentes para várias regiões a fim de investigar o evento. Logo descobriu-se que os estranhos acontecimentos estavam conectados a um mistério antigo — uma história ainda desconhecida sobre dois mundos, prestes a vir à tona…
Gráficos



O jogo possui gráficos feitos na Unreal Engine 4 e conta com diversos efeitos durante as fases e detalhes de explosões e efeitos de câmera. O HUD é simplório e totalmente futurista, uma vez que as balas das armas são mostradas acopladas nelas. Em contra partida, as breves cenas de história possuem modelagem com menos detalhamento do que o jogo num todo, trazendo uma incoerência gráfica entre cenas e gameplay em alguns trechos.

Algo notável são os pequenos borrões da versão Playstation 5 em momentos rápidos…
O jogo também conta com a opção de direct x ray tracing nos consoles, sendo possível ativar e desativar nas opções.

Som / OST
O jogo possui dublagem em inglês, japonês e mandarim.
No elenco em inglês temos Shelby Young e Sam S. Hughes.
No elenco em japonês temos Yui Ishikawa, Keisuke Tokumori e Kentaro Tone.
No elenco em mandarim temos Yang Mo e Wang Yining.
A trilha sonora possui diversos gêneros e arranjos, incluso músicas orientais, orquestrais e temáticas, sendo composta por Jeff Rona (God of War III, Devil May Cry V) e Cody Matthew Johnson (Devil May Cry V, Marvel VS Capcom Infinite, Resident Evil 2 Remake).
A trilha sonora pode ser apreciada através da cortesia do canal CyberAction do YouTube.
Jogabilidade

Os comandos usam todos os botões de funções, shoulders e triggers do dualsense, porém não se assuste com a quantidade de funções e os combates rápidos, tudo é claramente possível executar e fazer combos das execuções de forma ágil e precisa.
O jogo também conta com a pressão dos botões dos gatilhos.
Sistema de Jogo
Bright Memory Infinite é totalmente linear na sua progressão e Shelia deve usar seus diversos poderes de combate para chegar nos seus objetivos…
As habilidades de Shelia
O combate de Shelia tem 3 aspectos: armas de fogo, arma branca e eletromagnético.
Vamos tentar dividir nesses três tópicos para melhor usufruir do sistema e do tutorial.
Armas de Fogo – Shelia tem um arsenal considerável durante o jogo, apesar de serem poucas armas, cada uma tem o estilo de munição e de infantaria próprio e conhecido por nós, jogadores de fps…
De forma resumida, irei mostrar apenas a ideia da assault rifle e da shotgun, uma vez que o conceito de combate das armas são sutis nas diferenças.

O jogo conta com o ADS (aiming down sights) para maior precisão dos disparos e com instant kill nas headshots. As armas possuem munições comuns e secundárias, que serão diferentes entre cada arma e seus limites de cartuchos.
Ao pressionar a arma ativa a munição especial, sendo o ícone na parte debaixo do HUD da arma. As munições especiais possuem estoque diferenciado das normais.
No caso da shotgun, a munição especial é incendiária e causam dano de morte instantânea.

As gunfights se resumem apenas nisso, agora vamos para a arma branca.
Espada da Luz – Shelia possui diversos aspectos com a espada da luz, onde é um misto de ataque e defesa. Como esperado, Shelia pode aplicar os desmembramentos nos inimigos com sua espada ao atacar eles diretamente.

A espada ainda pode lançar inimigos no ar para serem dilacerados, pressionando o botão de ataque da espada e segurando.

E no aspecto de defesa, Shelia pode defletir os projéteis das armas dos inimigos com a espada ou causar parry se feito em instantes antes de ser atingida.

E por fim, a parte eletromagnética.
Exobraço (ou Braço da Exounidade) – Shelia usa seu braço esquerdo equipado com essa ferramenta que causa danos descomunais e que deixam seus inimigos paralisados no ar por tempo limitado.
O exobraço pode ser útil de forma ofensiva diretamente e de forma estratégica para se encarregar de diversos inimigos por vez.
O raio atrator atrai os inimigos para próximo de Shelia fazendo eles flutuarem no ar, ficando totalmente incapacitados de quaisquer ação.

Ao ficarem nessa posição, Shelia pode usar seus ataques de espada ou armas de fogo nos inimigos, deixando sua criatividade à vontade.


Caso achar necessário, ainda temos o pulso eletromagnético (PEM) que causa morte instantânea, porém usa uma dose maior de escudo eletromagnético, que comentarei a seguir.

O escudo eletromagnético é a barra branca acima da sua energia vital (barra azul), a função dela é agir com suas ferramentas tecnológicas (espada e exobraço) e proteger você por um pequeno momento, sob os ataques inimigos, porém tome cuidado, esse escudo em dificuldades altas gasta muito rápido no aspecto de defesa.
De forma resumida, essa é toda a mecânica de combate de Shelia.
Recursos e Upgrades
As melhorias de Shelia são distribuídas nas 3 bases de ataques:

Alguns upgrades envolvem golpes novos e que precisam ser desbloqueados, antes de serem melhorados.

Os Relicários são esses pequenos artefatos que são os responsáveis pelos upgrades.
Além disso, os inimigos dropam os chamados Relics, que são auras azuis que vem ao encontro de Shelia. Em cada 100 Relics juntadas, você ganha 1 relicário.
Troféus / Conquistas

Dificuldade: 1/10
Apesar de tudo, a platina não é difícil, de forma resumida, você precisa:
- Terminar o jogo na dificuldade Vingança e Inferno
- Desmembrar 100 partes dos inimigos usando armas ou habilidades
- Derrotar 20 inimigos usando armas / habilidades de chama
- Ativar o COUNTER 100 vezes
- Defender projéteis inimigos 20 vezes
- Derrotar 150 inimigos usando quaisquer habilidades
- Derrotar 150 inimigos com assault rifle e shotgun
- Derrotar 100 inimigos com pistola e sniper
- Destrua 5 veículos inimigos em uma sequência de perseguição
- Adquira 50 Relicários (glitch de dados)
- Adquira 100 Relics
- Melhore as habilidades Blade Slash Whirlwind e Rocket Punch ao nível 3
A dificuldade fica 1/10, pois o jogo permite que você reinicie apenas a batalha final na dificuldade INFERNO, em vez de fazer como eu que rejogou todo o jogo (LOL), além de outros fatores que irei falar nas considerações finais.
OBSERVAÇÃO: para quem jogar em português, o jogo possui erro de tradução nos troféus GET RICHER, que se refere como RELICS em vez de RELIQUARIES. Além de ter um glitch de progressão da contagem de ativação do troféu.
Considerações Finais
Graficamente o jogo cumpre tudo que foi visto em suas amostras no decorrer dos anúncios e exibição de gameplay. Entretanto, a versão Playstation 5 é notável pequenos borrões e exagero no BLUR em momentos rápidos, como as explosões:

Evidentemente isso não tira o brilho gráfico do jogo, mas talvez incomode pessoas sensitivas para esses efeitos. De qualquer forma, é perceptível o talento do nosso solodev em questão com relação à Unreal Engine.
A trilha sonora dá uma boa imersão nas batalhas e nas situações que Shelia está enfrentando, se mostrando sutilmente variada nas composições. No aspecto de voice acting, eu joguei em japonês e achei a dublagem razoavelmente emotiva, não cheguei à testar em inglês e mandarim.
A jogabilidade é o forte do jogo, pois retém toda a criatividade de combos nas mortes dos inimigos em considerável número no mapa, apesar de Shelia parecer overpower, a diversão é focada justamente nessa variedade de poderes que ela pode ter.
A duração do jogo é extremamente curta, questão de 2 horas para completar o jogo e com desafio moderado baixo, digo isso porque a dificuldade está no dano dos projéteis dos inimigos com relação à você, mas no aspecto agressivo, a IA deixa à desejar, muitas vezes os inimigos aguardam você derrotar alguém para reagir, ou então são facilmente enganados e atraídos em pontos isolados que você pode ficar no mapa e mata-los de formas isoladas.
Já no aspecto de performance, o jogo que testamos foi na versão européia, não tive problemas sérios com bugs que atrapalhassem a experiência, com excessão do primeiro boss ficar trancado no cenário:

Em outras ocasiões, tive relatos de amigos que compraram o jogo e tiveram problemas com glitch gráficos e que deixavam o jogo com o save “corrompido”, atrapalhando a performance e progressão do jogo:
Vídeo cortesia do canal DaniloSouza84:
O resultado gerou um descontentamento evidente com o jogo e a necessidade de atenção do solodev, que com certeza merece um mérito pelo seu trabalho de engine gráfica, mas que aparantemente esqueceu de pontos cruciais da diversão, como IA baixa e erros de performance que possam comprometer seu trabalho. O caso em questão do vídeo ocorreu com 2 pessoas, pelo que sei.
De forma resumida, Bright Memory Infinite pode ser considerado uma breve diversão com demonstração do poder da Unreal Engine para quem sabe programar e se empenha nos motores gráficos do jogo, mas que também traz uma duração de campanha considerável para um solodev, que diverte na sua proposta de jogabilidade, talvez se vier alguma sequência inesperada ou jogos novos do estúdio, que tragam essa essência de jogo de forma definitiva e mais madura no aspecto performance de jogo.