Little Witch Nobeta é um RPG de ação com uma jogabilidade focada em explorar dungeons, no estilo “Souls-like”. Ele foi lançado a alguns meses na Steam como “Acesso antecipado” e tem no momento 3 áreas criadas das 6 planejadas para a versão final. Aqui vou fazer um review da versão atual (escrito no início de Janeiro de 2021), sendo que o jogo está ainda em desenvolvimento, logo, podemos ter diversas alterações para a versão final.

Título: Little Witch Nobeta
Desenvolvedora: Pupuya Games
Distribuidora: Simon Creative
Gênero: RPG de ação / Dungeon Crawler / Souls-like
Plataforma: PC (Acesso antecipado)
Lançamento: 2020 (versão final prevista para no decorrer de 2021 ou 2022)
Links para a página na Steam (com demo disponível), Patreon para arrecadação de fundos para o jogo e Facebook onde estão atualizando periodicamente sobre o desenvolvimento do jogo entre outras coisas.
https://store.steampowered.com/app/1049890/Little_Witch_Nobeta/
https://www.patreon.com/user?u=42628911
https://www.facebook.com/LittleWitchNobeta/
O Jogo
Para descobrir o mistérios sobre seu passado
A pequena bruxa vai sozinha até o castelo
Masterize o poder das magias elementais
Desafie poderosos espíritos
Segredos ocultos jazem nas profundezas do castelo
Descubra a verdade.
E chegando ao castelo, se inicia a jornada de Nobeta, nossa protagonista. Little Witch Nobeta (ou LWN para simplificação) foi criado por uma desenvolvedora indie, a Pupuya Games e é fortemente inspirado pelo gênero dungeon crawler (ou explorador de calabouços) e o estilo “Souls-like” criado pela From Software (Demon’s Souls, Dark Souls, Bloodborne). O foco se dá na exploração do castelo, dividido em diferentes áreas e intercaladas por batalhas contra chefes (normalmente gigantes) e com um grau de desafio elevado, sendo que o foco do jogo é em usar magias com ataques a distância, com cada elemento tendo uma forma bem distinta de se utilizar. Há 2 dificuldades disponíveis.

A história é bem minimalista, é um jogo com poucos diálogos e focado na jogabilidade. Grandes áreas para explorar, sem mapas (faça o seu mental), com músicas calmas tocando no fundo contrastando com o desafio de se manter vivo. Muitas mortes esperam o jogador no decorrer da jornada.

As estátuas como a acima salvam o jogo, sempre é começado com Nobeta acordando em uma, seja ao carregar um jogo salvo ou depois de morrer. Ao descansar nelas inimigos derrotados reaparecerão. Mortes não perdem almas, até o momento não é conhecido penalidades em morrer, a exceção de itens amaldiçoados (será falado mais adiante).
Almas são adquiridas ao vencer inimigos, servindo tanto como moeda para compra de itens e experiência para melhorar atributos (aumentar HP e Mana ou poder das magias, taxa de regeneração de Mana). É outra função liberada nestas estátuas no decorrer do jogo.
Stamina é gasta no correr, pular ou esquivar, e é regenerada rapidamente se não correr ou usar estes movimentos. Caso estiver correndo e a stamina acabar, Nobeta tropeça e cai. Já a Mana é regenerada com o tempo e usando ataques físicos ou esquivando precisamente de ataques de inimigos.
Itens e upgrades são encontrados ao longo das áreas, como um que aumenta o limite de itens a carregar. Alguns itens são amaldiçoados, rendendo um menor número de almas adquiridas se morre (é o único caso onde se perde almas ao morrer). A maldição é curada ao descansar em uma estátua.
Há bastante elementos de platforming no jogo, como para acessar o baú acima no fundo. Além de itens comuns como de regeneração de HP, estes baús podem conter magias e upgrades de habilidades, como ganhar o pulo duplo por exemplo. Tentar acessar áreas ocultas é um dos pontos altos do jogo, com cenários com verticalidade também, especialmente na terceira área.
Há 4 magias no jogo. De início apenas uma estará disponível (Arcana), devendo as magias serem adquiridas através de alguns livros encontrados em baús pelos cenários. Níveis das mesmas são aumentados encontrando livros em baús também.
Há 3 formas de ataque e um counter, que veremos a seguir.

Ataques físicos: são fracos mas ajudam a regenerar Mana mais rapidamente.

Ataques elementais normais: a forma principal de atacar os inimigos, sendo instantâneos e consumindo pouca Mana a cada ataque.

Ataques “carregados”: tem alguns segundos de carregamento, consumindo mais Mana, mas sendo bem mais fortes que os outros tipos. Podem atacar múltiplos inimigos. Manter um carregamento sem usar (atacar) tem outros efeitos, como proteção contra fogo (magia elemental de gelo) ou velocidade maior (elemental de raios).

E temos a partir de um certo momento acesso a uma espécie de contra-ataque mágico, que além de impedir o ataque iminente dando uma invencibilidade temporária também regenera HP e Mana. Isto é feito apertando o botão (ou tecla) de ataque físico no exato momento em que vai levar o ataque.
Design, gráficos e áudio
Os gráficos são simples e variam em termos de qualidade de design conforme a área. Na primeira área a simplicidade predomina (a área jogável na demo), com cenários menos elaborados e mais vazios. Disto, a minha primeira impressão sobre o jogo foi de um início morno, porém vai melhorando bastante no decorrer, com áreas maiores e com design mais elaborado. Os inimigos se repetem bastante, especialmente no início, e vai variando um pouco mais no decorrer, ficando razoável a variação com o decorrer do jogo. Cada tipo de inimigo tem um padrão de ataque ou estilo bem trabalhados, desde os que atacam a distância a outros que saem correndo para atacar a curta distância. Vendo um tipo já saberá como este irá se comportar. Um porém é que muitas vezes se atacar a distância um em um grupo não alerta o restante, pode ir atacando individualmente um a um sem o restante se importar.
As animações dos ataques e dos chefes especialmente são boas. Além disto temos bons efeitos como em alguns momentos fontes de luz projetando sombras.

Quanto ao áudio é composto de músicas ambientes calmas na maior parte, achei interessante o contraste com o clima de certas partes do jogo e músicas calmas de fundo hehe. Nas batalhas contra bosses aí muda de figura e temos composições mais “enérgicas”. E falando em chefes, segue um vídeo da segunda batalha contra chefe do jogo que gravei, para uma melhor ideia sobre o design e as animações dos mesmos.
Opinião
Resumindo, foi um lançamento (antecipado) bem interessante de 2020. Não se deixem enganar pelo visual do jogo, é um RPG de ação com dificuldade elevada, especialmente no confronto com chefes, que requer pegar os padrões e ter precisão nos movimentos. São 3 áreas principais e uma extra, que se pode acessar depois de derrotar a terceira chefe do jogo, com “New Game +” onde se mantém itens e atributos da jogada anterior. Um elemento que particularmente gostei foi de sempre ter uma estátua próxima dos chefes, nada de ter de andar 5 minutos para uma nova tentativa se não conseguir vencer hehe. Ponto alto na minha opinião é exatamente o desafio nos chefes e a parte de dungeon crawler, onde a primeira área não me impressionou, mas a partir do primeiro chefe não consegui mais largar o jogo, e a terceira área tem um design muito mais elaborado, com baús mais escondidos, mais verticalidade na dungeon além de áreas maiores horizontalmente (e sem mapas, achei que encaixou na proposta do jogo). O jogo está enraizado em gêneros que particularmente gosto bastante: RPG de ação, Metroidvania/Dungeon Crawler, platformers, e a estrutura “Metroidvania” bem criada é exatamente um dos pontos da diversão: vasculhar áreas secretas, itens escondidos. Fazia tempos que não encontrava um jogo diferente com este tipo de característica de exploração de dungeons (sem ser de séries consagradas ou mais antigos). Acima de Souls-like, Little Witch Nobeta se mostra um excelente dungeon crawler, onde dá para ver a dedicação que os desenvolvedores colocaram no jogo. Há melhorias que podem ser feitas, como retornar direto a estátua mais rapidamente depois de uma morte, por exemplo, mas não vi elementos que julguei ruins realmente, apenas um polimento aqui ou ali podem contribuir para melhorar a experiência. Mesmo em acesso antecipado, dá para se divertir e o jogo na minha experiência não apresentou nenhum bug significativo, e nenhum crash, mostrando que a engine já está robusta o suficiente para o lançamento. Assim, fica a recomendação.
