
O livre-arbítrio nos dá a capacidade de escolha.
Acredite você que ele seja uma característica evolutiva de nossa raça ou uma dádiva divina, o livre-arbítrio é uma realidade em nossas vidas e nos garante preferências.
Todos temos nossas preferências, seja na comida, moda, relacionamentos e na arte.
E, claro, não seria diferente nos jogos.
Seja por mecânicas, gráficos, câmera ou outros fatores, nos aclimatamos a determinados estilos e nos afastamos de outros.
Ninguém realmente gosta de todos os estilos, independente de que ramos estejamos falando.
“Sou eclético, ouço de tudo.” é uma frase sem sentido, uma vez que ninguém conhece todos os estilos de música do mundo, tampouco conseguiria abranger tamanha variedade.
Uma pessoa eclética gosta de uma grande variedade de estilos diferentes dentro de uma determinada área, mas nunca de tudo.
Se você gosta de tudo, então você não gosta realmente de nada!
As nossas preferências são justamente aquilo que nos definem como indivíduos únicos, não apenas formigas operárias em uma grande colônia.
É natural que seja assim e que, portanto, por mais gêneros diferentes que gostemos, sempre haverá aquilo que não nos agrada.
Mas alguns indivíduos levam isto a extremos.
Obcecados por apenas um estilo, ignoram a completa existência de tudo aquilo que não encaixar-se no seu gosto específico.
Denúncia!
O próprio Shin, criador do site, ficou alguns anos viciado em Call Of Duty online, ignorando títulos como The Last Of Us e outros da era de ouro do PlayStation 3.
Consumido em seu ciclo eterno de matança e correria no multiplayer do FPS, por sorte ele conseguiu voltar à variedade de títulos disponíveis no mercado, ou sequer teríamos o site.
Entenda, eu falo aqui de pessoas que jogam diversos títulos, mas acabam seduzidos por um.
O sujeito que compra um console apenas para jogar futebol ou corrida é um caso à parte, já que ele muitas vezes desconhece outros gêneros, pensando no console apenas como uma máquina de rodar uma franquia.
O problema é o indivíduo que faz o caminho contrário àquele que conheceu o mundo n’O Mito da Caverna.
Ao invés de libertar-se e ver o que eram as sombras na parede, o jogador voluntariamente acorrenta-se de costas para a diversidade, preferindo olhar apenas para as representações no fundo da caverna, feliz por mergulhar na ignorância seletiva, fechando-se apenas em seu gosto excludente.
O gênero Souls é um grande expoente deste tipo de jogador, transformando outrora conhecedores de games em meros escravos de combate cadenciado e infinitas roladas pelo chão.
Não há problema em exaltarmos um estilo, mas não fiquemos escravos de um gênero, há tanto para se ver na indústria.
Assim como no caso do livro, tema o homem de um jogo só!