Caminhando Por Memórias e Paisagens Ilusórias

O ser humano busca o estado de entorpecimento desde seus primórdios, seja através da bebidas alcoólicas, plantas alucinógenas, drogas sintéticas ou até mesmo através de medicamentos controlados como antidepressivos e ansiolíticos, neste último caso para controlar o sofrimento e os problemas psicológicos.

No entanto, a arte sempre foi usada como forma de escape, um modo “consciente” de esquecer temporariamente seus problemas e relaxar.

Não é diferente com os jogos: jogamos para esquecer de nossas vidas, de nossos empregos, de nossas frustrações e de nossos traumas.

Gastamos inúmeras horas em atividades sem resultado real para nossas vidas.
Claro, existem outros, como atenção, reflexos e raciocínio, mas estas são conquistas indiretas, que não estão ligadas ao progresso do jogo em si, e sim de ganhos contínuos, aos quais não podemos mensurar com precisão.

Mas então, por que jogamos?

O principal fator, é claro, é o entretenimento e/ou diversão.
Poucas mídias são tão interativas quanto o video game. Nos jogos não somos apenas figuras passivas, como quando assistimos um filme ou ouvimos uma música.
Nos jogos realizamos feitos, salvamos mundos, vencemos desafios impossíveis, morremos e voltamos para lutar novamente.

Outro fator importante, o motivo da criação deste texto, é o poder que possuímos dentro dos jogos.
Independente de quem sejamos na vida real, quando ligamos os jogos, nos tornamos pessoas diferentes.

Corajosos, inabaláveis, indestrutíveis, estratégicos, dinâmicos…
Nos jogos somos pessoas melhores, capazes de transformar mundos inteiros com nossas ações, somos importantes, somos respeitados.

No mundo virtual somos, muitas vezes, aquilo que não somos em vida.
Realizações fantasiosas, mas que nos ajudam a aguentar as agruras e vicissitudes do que é ser humano.

No fim, tais feitos apagar-se-ão, restando apenas em nossas memórias.
Memórias parcialmente falsas, é verdade, mas ainda assim, nossas memórias.
Lembranças não vividas, como sonhos que recordamos ao acordar, mas que se apagam de nossas mentes durante o dia.

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