
* Esta análise foi feita com o código cedido pela 7 Raven Studios (versão PS4/PS5)
Distribuidora: 7 Raven Studios
Produtora: Ezekiel Rage
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series X / Xbox Series S / Switch / PC / Linux
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2020
The Skylia Prophecy é um jogo de plataforma 2D com elementos de RPG e inspiração em clássicos do passado, seja pelo visual ou pela fórmula mais hardcore.
A Busca Por Redenção de Mirenia
A Guerra dos Nove Anos acabou com a derrota do Senhor das Trevas, mas os Anciões não o mataram, temendo que sua morte ocasionasse uma escalada de violência dos demônios para achar outro líder.
Foi então decidido que o Senhor das Trevas seria selado, ainda com vida.
Uma menina chamada Mirenia matou ele, temendo uma profecia do Livro das Sombras.
No entanto, os Anciões estavam certos e os demônios partiram pilhando cidades, para encontrar seu novo líder.

Após muitas mortes e estupros, um grupo liderado por Artiya, o herói da Guerra dos Nove Anos (e tio adotivo de Mirenia) partiu para lutar contra os demônios.
Neste meio tempo, Mirenia partiu para a Fortaleza Tirkin, com o Livro das Sombras nas mãos, disposta a corrigir seu erro do passado, tendo aprendido uma magia capaz de transportar todo o Mal para um único local, onde poderia ser finalmente aprisionado.
Um “Falso Metroidvania”
Embora pareça pertencer ao “gênero” Metrodvania por seu visual e estilo de fases, Skylia Project na verdade não pertence ao estilo, não possuindo backtracking.
Como a protagonista avisa quando passa por determinadas portas, não há volta para ela, que precisa alcançar a fortaleza e executar a magia, algo surpreendentemente coerente e que vai contra 99,99% dos RPG’s, onde é sempre possível parar a batalha contra o fim do mundo para um animado jogo de cartas, ou mesmo sidequests que envolvem longas viagens (o Armageddon é realmente paciente).

Em cada vilarejo é possível acessar alguns estabelecimentos, como a loja para comprar poções e itens, a taverna para pegar pequenas sidequests (sempre ocorridas em locais próximos) e o hospital (com cura simples e completa).
As sidequets precisam ser entregues antes de se avançar muito, pois alguns locais não são acessíveis novamente.

Mirenia usa para lutar uma lâmina longa, encaixada em seu braço como um escudo, além de uma “pistola” de mana, que dispara energia e é achada um pouco após o início do jogo. Outras duas habilidades são obtidas avançando mais: o Ground Slam (a famosa porrada no chão) e o Heart Shield (habilidade que recupera vida conforme o escudo de eneria é usado).
O escudo de energia, que serve tanto como defesa quanto como ataque, embora apenas de maneira passiva, pode ferir e/ou derrotar inimigos, além de explodir barris (o que deve ser feito com cautela, pois na distância errada você explode junto!). Defendendo projéteis quando na direção certa, o escudo de energia se torna indispensável nas lutas contra chefes.
Calabouços e Monstros
Os cenários são curtos e de fácil navegação, embora haja puzzles e teleportes que podem complicar algumas partes.
Templos, cavernas e floresta abrigam uma miríade de inimigos, de corvos, aranhas e morcegos a estátuas cuspidoras de fogo, cabeças de medusa voadoras e monstros de lama, passando por magos, esqueletos e criaturas do pântano.

Os chefes são o maior desafio do jogo, pedindo mobilidade e combinação do escudo de energia com a espada e a pistola.
Há leves elementos de bullet hell aqui, com alguns chefes disparando pedras, bolas de energia ou fogo que quicam nas paredes e precisam ser defendidas e/ou evitadas na distância e direção certas.
Há sempre uma demônio que oferece ajuda antes das batalhas, por um preço que será cobrado futuramente… aceite por sua conta e risco!

Mirenia evolui os níveis de vida, mana e força, representados por barras crescentes, conforme acha itens ou mata uma quantidade grande de inimigos e chefes.

Tal upgrade, no entanto, mesmo no caso da experiências pelas mortes, é pré-determinado e não pode ser escolhido.
Arte e Profecia
Como dito na introdução, The Skylia Prophecy faz uma homenagem aos jogos do passado, possuindo o gráfico bastante pixelado.
Embora a parte gráfica possua uma semelhança com os 16-bits, os cenários são bastante detalhados e até mesmo possuindo uma cor mais saturada, semelhante às antigas paletas de cores.
Nas grandes telas, o gráfico incomoda um pouco os olhos até você se acostumar.

Já a trilha sonora possui uma qualidade mais limpa, com uso de órgão, possuindo um quê de Castlevania.
Os sons, por outro lado, batem forte na tecla da nostalgia, com saltos e itens característicos das primeiras gerações.

A platina em si é bastante simples e rápida de ser feita, sendo obtida completamente no primeiro capítulo do jogo. Todos os troféus são auto descritivos, então não vou incluí-los aqui
Se você está atrás apenas da platina, a dificuldade alta do jogo não irá alcançá-lo, mas se você continuar jogando (o que espero que seja o seu caso, já que zerar é o mínimo esperado), a coisa rapidamente mudam de figura (esteja avisado).
As missões secundárias ajudam a superar os obstáculos e há três níveis de dificuldade para serem escolhidos.
RESUMO DA ÓPERA:
The Skylia Prophecy é uma ode aos jogos das primeiras gerações, com visual retro, progressão rápida e direta e desafio alto.
O roteiro aprofundado na introdução não é bem explorado durante a aventura, parecendo mais a famosa trama no manual, presente nos jogos antigos.
A jogabilidade é simples e eficaz, mas há alguns pequenos deslizes como saltar em uma plataforma e não poder descer dela (apenas refazendo o caminho através de outra passagem) e a falta de um backtraking básico pode incomodar em alguns momentos.
Os chefes são a melhor parte do jogo, variados e inventivos.
Uma experiência nostálgica, talvez nostálgica demais, carregando em sua essência alguns dos problemas de outras épocas (bem, o desenvolvedor não está mentindo quando fala “Além da nostalgia” na tela do estúdio…
Um jogo simples e divertido, com algumas arestas para serem aparadas, mas uma boa pedida para os gamers nostálgicos.