E mais uma vez viemos com um dos jogos da Atari no formato “Recharged”, nos quais são jogos refeitos com algumas mecânicas e com uma pequena re-imaginação através da Adamvision Studio e SneakyBox, inclusive já fizemos reviews de jogos anteriores (Centipede, Black Widow e Asteroids) que podem ser vistos aqui:
Agora vamos lidar com Gravitar, um dos clássicos que tinha como definição o uso de Vector graphics, e originalmente lançado para arcades em 1982 e portado para Atari 2600 em 1983.
Vamos então ver o que essa reimaginação nos traz???

Código cedido pela Atari para review, versão Playstation 4
Review baseado no Playstation 5 por meio da retrocompatibilidade
Nome: Gravitar Recharged
Gênero: Arcade, Shooter, Shmup (subgênero: multidirecional shooter)
Desenvolvedora: AdamVision Studios / SneakyBox
Distribuidora: Atari
Plataformas: Playstation 4 / 5, Xbox One / Series S|X, Nintendo Switch, PC, Atari VCS
Lançamento: 2022 ( 2 de junho)
Mídia: até o momento do review, apenas digital

Tela Título

Gráficos



Novamente contamos com os tons de cores inspiradas nos anos 80, porém não tão psicodélicas como os jogos anteriores, com efeitos mais sutis nas explosões e mais traçados pelas formas e cores, dispensando blur’s e outras distorções da tela.
Som / OST
Novamente estamos com o trabalho de Megan McDuffee no jogo, que foca em arranjos mais calmos e focados em sintetizadores, dando imersão à solidão de nosso piloto enquanto cumpre as missões.
Infelizmente não encontrei a trilha sonora para vocês apreciarem.
Jogabilidade

O jogo mantém o estilo de jogabilidade Rotate and Thrust, no qual a nave vira no seu próprio eixo e deve-se pegar um impulso pra ela ir pra frente, baseado na força ou frequência de ativação do botão.
O jogo conta com 2 funções para os gatilhos e 1 para botão de função, porém todos os comandos podem ser personalizados para seu próprio gosto.
Sistema de Jogo
Nosso solitário piloto deverá cumprir missões e tentar achar o caminho de casa enfrentando torretas de defesa, destruindo reatores e outros tipos de missões, através dos sistemas solares que irá enfrentar.
E o que vem de diferente no Recharged?
Enquanto o original se passava em telas estáticas para as missões, sem rolamentos…




… o novo tem mapas maiores e rolamentos de tela conforme sua movimentação.
A mecânica de gravidade funciona parcialmente em ambas as versões, tanto a Recharged como nas antigas, porém com sutis diferenças em algumas fases que comentarei em breve.
Os perigos de um sistema solar renovado…
Pois bem, ao iniciar o jogo, reconheceremos o pequeno hub de missões, que consiste no sistema solar com missões para explorar:


O sistema conta com planetas e bases para explorar, além de pequenos asteróides que podem lhe causar a morte ao colidirem com você (mas podem ser destruidos pelos seus disparos).
Ao passar perto dos planetas você irá aterrissar e temos as seguintes missões:
Recon – ative um número X de faróis no planeta.

Reactor – destrua o reator e fuja antes dele explodir.

Destroyer – destrua todos os inimigos do planeta.

Intel – colete informações secretas.

Os planetas porém podem se repetir entre suas missões e variações, o design das fases porém é fixo. Ao completar os objetivos você deve sair do planeta obrigatoriamente, indo em direção para os cantos externos abertos da tela.
OBS: diferente da versão original, as fases de Recon tem a gravidade centralizada, ou seja, sua nave será puxada para o core da tela, é algo do jogo mesmo, não se preocupe com drift em controles ou quaisquer possíveis erros de jogabilidade.
Mecânicas clássicas, porém recarregadas…
A sua nave mantém o medidor de combustível que é gasto em cada intensidade de impulso, ou pequenos movimentos, raros casos onde a gravidade é a causa do deslocamento.


O tanque de combustível por sua vez pode ser usado em duas formas, recuperando o combustível da nave instantaneamente ou sendo usado para causar dano colateral em inimigos ao ser atingido pelos projéteis deles ou os seus.
Além dos combustíveis, temos as capsulas de resgate que dão pontos de bonificação…

A nave também possui um escudo que lhe protege por um dano ou colisão, ficando vulnerável e sofrendo cooldown até recuperar, tome cuidado.

E por fim… os power-ups que veremos a seguir.
Poderes recarregados, mecânicas reimaginadas…
Como é de costume, os Recharged da Atari sempre tem um adicional para incrementar os jogos, mantendo a ideia dos poderes que se pode coletar no jogo, da mesma forma que os jogos anteriores.
Homing Missiles – mísseis teleguiados para inimigos próximos.

Spreadshot – disparos em raios dispersos, como se fosse uma escopeta.

EMP – inimigos são desativados se estiverem no seu raio de efeito.

Overload – a nave tem uma sobrecarga e fica invulnerável.

Railgun – um canhão de raio único que irá manter sua nave parada enquanto dispara.

Extras / Missões
Como de costume, o jogo conta com missões específicas para serem cumpridas, sendo desbloqueadas conforme avançar nelas.

O modo arcade também possui modificadores de dificuldade que podem aumentar sua pontuação.

Troféus / Conquistas

Dificuldade: 8/10
Diferente do que eu estive acostumado em ver nos outros Recharged’s, dessa vez o pessoal pegou pesado e dificultou a platina em um nível considerável…
De forma resumida você deve:
- Vencer todas as missões Solo
- Recuperar 100 cápsulas de resgate
- Bater no Sol estando sem combustível
- Destruir 150 asteróides no sistema solar
- Sair de uma missão de reator com menos de 1 segundo para explodir
- Concluir o primeiro sistema solar sem perder uma vida
- Destruir 150 torretas
- Matar 50 inimigos inativos pelo EMP
- Matar 125 inimigos com mísseis teleguiados
- Mate um inimigo com o canhão laser das armadilhas
- Mate 25 inimigos sob efeito de sobrecarga
- Mate 25 inimigos com o canhão elétrico
- Mate 200 inimigos com o disparo disperso
- Derrube 300 OVNI’s
- Concluir os 6 tipos de missões
- Concluir os 6 tipos de missões em 4 sistemas solares, chegando ao sistema vermelho
- Aperte 40 botões
- Fazer 10000 pontos no modo arcade
- Use todos os poderes
O desafio está no troféu com descrição em negrito.
Trata-se de ter de cumprir todos os planetas em 4 sistemas solares, que aumentam a dificuldade conforme você progredir, o problema porém se encontra em alguns aspectos.
Não cheguei à ir no terceiro e quarto sistemas, mas se confirmar como é no antigo, seria o seguinte:
O segundo sistema solar negativa a gravidade, em vez de lhe sugar, ela irá expulsar…
O terceiro sistema solar novamente ativa a positividade da gravidade mas torna as paisagens invisíveis…
O quarto e último sistema solar irá negativar a gravidade e manter as paisagens invisíveis…
Acha que conseguirá ser o pioneiro mundial na platina desse jogo???
Considerações Finais
Graficamente o jogo agrada pela sua mudança e sutileza nos efeitos, deixando um pouco a aparência psicodélica vista em Centipede e Black Widow Recharged, apostando em variar um pouco e colocarem cores diversificadas tanto no cenário quanto nas camadas frontais do jogo.
Os efeitos de explosões agradam e não incomodam na sua intensidade de iluminação.
A trilha sonora pode causar sono em alguns momentos, diferente do que Megan fez nos jogos anteriores com ritmos mais dançantes, nesse ela quis deixar o ar mais solitário e melancólico pelo cenário e situação do piloto. Talvez não agrade muitos jogadores e podem tornar a experiência mais sonolenta…
A jogabilidade mantém o desafio de mover conforme a gravidade, da mesma forma que o original, e muitas vezes irá pedir um pouco de parcimônia e atenção na movimentação de sua nave, somado ao desafio que comentarei em algumas linhas à frente…
A performance do jogo no Playstation 5, mesmo rodando a versão PS4 teve um agrado de loads rápidos e mantendo a taxa de frames fixa em 60fps, não havendo fechamentos repentinos ou problemas de execução em longos momentos de jogatina (missões que o digam).
O desafio é moderado alto e excede para o extremo em alguns aspectos, tendo em vista que o jogo irá aumentar a dificuldade conforme passar os sistemas solares, você irá enfrentar corredores com diversas armadilhas, inimigos e torretas estratégicamente colocadas para atrapalhar sua exploração (especificamente nas missões intel). Isso é possível averiguar fazendo as missões, as últimas irão exigir um controle extremo perante seu impulso da nave e colocação para as linhas de tiro, já que o jogo irá exigir desativar dispositivos para quebrar escudos inimigos ou explorar áreas protegidas…
Com relação às adições feitas, há especificamente um problema que irá tirar os jogadores do sério: os mísseis teleguiados não são 100% efetivos, seu rastro irá variar conforme sua posição, ou seja, você pode ter um inimigo próximo de você e o míssil poderá ir em direção à inimigos mais centralizados ou distantes, dependendo do lado que a frente da nave estiver apontando, tal ocasião poderá frustrar os jogadores inexperientes.
De forma resumida, Gravitar Recharged mantém o legado do jogo original com uma dificuldade alta e jogabilidade precisa, a tentativa de fazer com que a geração nova de jogadores conheça o jogo e a antiga que jogou na época, sejam novamente desafiados com as inovações de mecânicas extras para aperfeiçoar suas estratégias no combate e uso de combustível, tirando seu fôlego seja em conhecer esse clássico revivido ou ter novamente a experiência de ser desafiado pela gravidade.
E você??? Está disposto em ajudar nosso piloto à encontrar o caminho de casa ????
