Review / Tutorial de Trigger Witch

* Esta análise foi feita com o código cedido pela EastAsiaSoft (versão PS4/PS5)

Distribuidora: EastAsiaSoft
Produtora: Rainbite
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch
Mídia: Física e Digital
Ano de Lançamento: 2021

Segue abaixo os links para as versões físicas do jogo (região asiática), exclusivas da Play-Asia (apenas Switch e PS5), ainda em pré-venda.

Switch Versão Standart Switch Versão Limitada PS5 Versão Standart PS5 Versão Limitada

Trigger Witch é um dual stick shooter passado em um mundo onde as bruxas abandonaram a magia e adotaram as armas de fogo.

O HOMEM DE PRETO

O reino de Ozryn possuía bruxas e monstros convivendo harmoniosamente, até que um portal se abriu e de lá surgiram diversas armas.
O evento mudou para sempre a vida em Ozryn, especialmente para as bruxas, que abandonaram a maior parte da magia e passaram a usar armas de fogo, limitando o conhecimento mágico a criar mais munição.

A barreira Norsou Partition separou as Bruxas dos Goblins

O uso das armas de fogo logo causou problemas entre Bruxas e Globins e então elas criaram a Norsou Partition, uma barreira mágica que separou ambos os povos.
As Bruxas criaram um clã de elite/força armada, The Clip, para proteger o seu reino dos monstros presentes nas florestas.

Você controla Collete, uma jovem bruxa, filha de Hilda, a líder atual da força protetora do reino e deve ir até o portal receber a sua arma e passar pelo teste de aprovação.
Ao chegar ao portal, Collete recebe uma hand cannon que a acerta na cabeça, nocauteando-a. Atordoada, ela não consegue ver direito a figura que também sai pelo portal, trajando um longo manto com capuz, o Homem de Preto.

Hilda, mãe de Collete e líder da atual Clip

Collete vai até o teste junto de suas amigas, Remi e Shelly, mas ambas fracassam, sendo Collete a única aprovada.
Sua primeira missão é ir atrás do Homem de Preto, precisando para isto encontrar três artefatos que serão utilizados numa poção para remover a Norsou Partition.

A LINK TO THE SHOOT

O jogo presta algumas homenagens a jogos da era 16-bits, mas principalmente The Legend Of Zelda – A Link To The Past.
Não apenas na aparência do mapa, mas de certa forma na estrutura de navegação e dungeons.

Atirar na instrutora do teste, Collete realizando o sonho de muitos estudantes

Os cenários possuem paisagem e clima distintos, passando por deserto, nevasca, bosques, cavernas e até mesmo uma ilha flutuante (da qual as quedas de Collete possuem um grito curiosamente parecido com o de Link).

As dungeons possuem sistema de arenas, com portas bloqueadas até você derrotar todos os inimigos da sala

As dungeons possuem puzzles envolvendo plataformas de pressão, dispositivos ativados por disparos e uso de “fusíveis” coloridos.
As dungeons possuem também múltiplos andares, sendo necessário percorrê-los para revelá-los, mas mapas podem mostrar o formato das áreas não exploradas. Também há armadilhas como lâminas que cruzam eixos metálicos e precisam ser esquivadas.

Os puzzles requerem raciocínio, mas também velocidade

Falando na esquiva, ela funciona através de um dash (para qualquer direção) que precisa recarregar automaticamente após ser usado duas vezes, mecânica tradicional dos dual stick shooters.

SE SANGRA, PODE MORRER

Enquanto o gráfico é “colorido e feliz“, com cores amenas e mesmo inimigos de aparência relativamente amistosa, o jogo possui um alto nível de gore.
As paisagens e o chão das dungeons rapidamente ficam manchados pelo sangue dos inimigos mortos.

Collete deixando sua “marca” no mundo

Mas fique tranquilo: caso queira mostrar o jogo para crianças (ou mesmo jogar ao lado dos seus filhos), há uma opção para substituir o sangue por confete, transformando os inimigos em piñatas móveis, o que de certa forma até combina com o tema.

O gore pode ser substituído pela opção Piñata

Não só de sangue (ou confete) são feitos os inimigos, mas também de coloridas gemas, que podem servir para recuperar as poções de vida de Collete, bem como servem de dinheiro.

Uma pequena amostra da variedade de inimigos


Os inimigos possuem uma boa variedade, indo de fantasmas, aranhas com rosto humanoide, escudos voadores, insetos, caranguejos, cavaleiros com “lanças-shotgun” e soldados humanos armados com rifles de laser. Há muito mais além disso, mas fica até difícil descrever alguns deles, jogando você entenderá.

Vassouras mágicas são o veículo perfeito para enfrentar chefes voadores

Já os chefes em geral possuem formas gigantescas e fortes poderes, além de uma extensa barra de HP, que não é mostrada.
Enquanto alguns são enfrentados no chão, normalmente, outros em combates aéreos, onde Collete sobe um uma vassoura voadora.

VOCÊ TROUXE UMA ARMA PARA UMA LUTA DE FEITIÇOS?

Munição não é um problema no jogo, afinal, criá-la é uma das poucas magias que as bruxas ainda sabem utilizar.

Collete começa com o “canhão de mão”, mas logo ganha acesso a outras armas, mais potentes.
Um par de submetralhadoras uzi, uma shotgun, um lança-chamas e um rifle de precisão são algumas das armas disponíveis no arsenal da jovem bruxa.

Os upgrades podem ser comprados na loja, mas desbloqueie-os antes com peças de armas

Todas as armas podem ser melhoradas na loja do reino. Para tal efeito, é necessário primeiro achar maletas com partes de armas escondidas pelos mapas e pelas dungeons.
Cada parte desbloqueia para upgrade um dos quatro atributos de cada arma: poder de fogo, precisão de disparos, velocidade de recarga e capacidade de munição, sendo estes upgrades feitos com o gasto de gemas.

Mais perigo do que uma Collete armada? Apenas duas Colletes!

O título pode ser jogado em coop local, com facilidade de acesso, podendo o segundo jogador entrar e sair a qualquer momento.

VIOLÊNCIA, MAS SEM PERDER O BOM HUMOR

Uma das características mais marcantes do título é o seu senso de humor.
Seja nas piadas entre as personagens, sendo as principais com nomes baseados em trocadilhos com tipos de armas ou nas referências a filmes nos troféus e mesmo em alguns diálogos.

“Eu entendi essa referência!”

A própria identidade do Homem de Preto, que eu gostaria muito de revelar, mas vai estragar a surpresa, possui um bom efeito cômico.
Só digo que um sorriso provavelmente despontará em seus lábios assim como ocorreu comigo.
A mistura entre gráfico fofinho, violência e humor nonsense dá estranhamente certo.

TRILHA SONORA E ARMAS CROMADAS

A trilha sonora de Trigger Witch é variada, transmitindo um bom senso de aventura, alternando com versões mais “agressivas” durante os combates. Destaque para o tema à lá western, que ganha guitarra e fica mais agitada quando os os inimigos surgem.


A platina é relativamente tranquila, pedindo mais atenção no troféu de não errar nenhum tiro com as duas uzis (esvaziando o pente) e de completar o teste de Collete com 15 segundos sobrando (que pode ser refeito voltando-se ao local em qualquer momento).
Coletar as 36 partes de armas requer exploração.

Os demais troféus devem vir naturalmente durante o jogo ou após zerá-lo, já que o mapa fica aberto. Existe também a possibilidade de New Game +, caso queira jogar novamente com desafio adicional e carregando o progresso.

Resumo da Ópera:
Trigger Witch é uma curiosa mescla entre jogo de exploração 8-bits, bullet hell (nas lutas contra chefes) e shmup (durante as sequências na vassoura).

O alto humor contrasta com o gráfico mais infantil e com o gore “excessivo” (mas que pode ser desligado nas opções).

A trama é consistente e interessante, mantendo o interesse do jogador, bem como os puzzles (simples, mas criativos).
A jogabilidade rápida e precisa encerra com chave de ouro o pacote.

Uma divertida e insana aventura com bruxas armadas até os dentes, podendo ser jogada também em coop, Trigger Witch diverte com boa duração (em torno de 8 a 10 horas) e um plot twist vindo absolutamente do nada, mas que arrancará gargalhadas involuntárias do jogador.

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