Review / Tutorial de Transformers: Battlegrounds

Allspark novamente em ameaça de cair nas mãos erradas…

Jogos licenciados… a gente nunca sabe o que esperar, seja pela pressão de alguma das partes, ou pela necessidade de lançar para não se prejudicar, dependendo do que houver em lançamento simultâneos…
Caso não saiba, tudo baseado à séries, desenhos, animes, filmes, seja os personagens e seu mundo, contém licenças, e quem quiser usar os personagens em questão, precisa de um licenciamento para a exibição de imagens e histórias relacionadas.

Um legado resumido

Em um simples resumo, Transformers começou como um desenho no ano de 1984 por intermédio de uma encomenda da Hasbro, que pretendia lançar sua nova linha de brinquedos baseados no Diaclone.
O desenho tinha roteiro americano, porém com produção japonesa da Toei Animation, tendo como premissa dois grupos, Autobots e Decepticons, que fugiram do seu planeta Cybertron e vindo para a Terra, despertando apenas no ano de 1984 (porque sim).

A franquia passou em diversos meios de entretenimento como histórias em quadrinhos pela Marvel Comics, Dreamwave Productions e IDW, novas gerações de brinquedo e de desenhos, assim como produções de filmes.
Tal sucesso, acabou se tornando uma franquia muito querida, seja pelas crianças, pelos adolescentes ou pelos adultos. Sua coleção de jogos englobam diversos títulos (considerando plataformas de consoles, mobile e PC), com gêneros variados…
E mais uma vez, a franquia volta numa aposta de RPG Tático… vamos então avaliar como se enquadra a franquia nesse aspecto?
Desenvolvido pela Coatsink e publicado pela Outright Games, o jogo segue a história da série Transformers: Cyberverse, produzido pela Bulder Media Limited e Allspark Animation para a Cartoon Network, sendo encerrado neste ano com um total de 3 temporadas.

Código cedido pela Outright Games para review, versão Playstation 4

Título: Transformers Battlegrounds
Gênero: RPG (subgênero Tactical Role Playing Game)
Desenvolvedora: Coatsink
Publicadora: Outright Games / Bandai Namco Entertainment
Plataformas: Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC
Lançamento: 2020 (23 de outubro)
Mídia: Física e Digital

Tela Título

História / Enredo

Allspark… é um dos lendários instrumentos sagrados, os objetos capazes de criar uma nova vida de Transformer. Suas origens são desconhecidas, perdidas em um passado distante, às vezes anterior até mesmo ao próprio Cybertron, mas muitas vezes dá a impressão de que possui algum tipo de consciência e está trabalhando em direção a um plano cósmico de sua própria divinização ou está executando a vontade de um poder superior. Na verdade, o AllSpark físico é apenas uma concha para conter as incríveis energias vivificantes dentro de si; se essa concha for destruída, as energias permanecerão tão potentes como sempre, apenas esperando que um novo vaso habite. Quaisquer fragmentos que permaneceriam no caso da destruição física do AllSpark ainda possuiriam o incrível poder que o objeto original possuía…

Megatron continua atrás desse lendário instrumento, porém a única coisa que se sabe, foi que Optimus Prime desapareceu juntamente com o Allspark, evitando deixar os rastros para Megatron…
BumbleBee sabendo das intenções do eterno vilão dos Autobots, decide ir em busca de Optimus Prime para que juntos salvem a Terra da ambição de Megatron, onde durante sua jornada, encontrará outros Autobots…

Porém eles não podem sozinhos, alguém que tenha visão periférica de cada situação precisa coordená-los, essa é a sua missão

Gráficos

Feito na Unity, o jogo conta com gráficos simplificados, com tom de cartoon / desenho.
Poucos efeitos de iluminação, texturas simplificadas e com a artwork aparecendo nos eventos.
As artworks dos personagens são estáticas, não havendo animação labial enquanto eles falam, porém há troca de expressões conforme suas situações e piadas.

Som/OST

A trilha sonora contém toda a característica da franquia, seja nos jogos e nos desenhos.
Tendo como arranjo orquestral sua base, ela é diferenciada em diversos gêneros musicais, sendo um jogo bem variante no gênero, porém não na sua concepção.
As trilhas são definidas por temas do seu turno, turno da máquina, situações e atos.

Jogabilidade

O jogo mantém o estilo matricial dos jogos táticos, ou seja, “casas” definem as posições dos personagens e suas ações.

Sistema de Jogo

Num geral, achei a HUD bem organizada, com menus diretos e sem a distribuição de sub-menus como somos acostumados na maioria dos rpgs táticos, usando um sistema bem simples de tática.
Inclusive tem opções de acessibilidade para quem prefere uma interface maior.

HUD pequena? Não se preocupe, você pode definir o tamanho dela nas opções.

A busca por Optimus e Allspark

O jogo não tem apenas a simplicidade no seu gráfico e interface, o sistema de evolução também é acessível para qualquer tipo de jogador na sua execução, ou seja, posso frisar que o jogo não possui um sistema de experiência e level e nenhuma ação te dá experiência independente de quantos inimigos derrotar.

A progressão do jogo é linear, atos são divididos em fases (não há side missions), cada fase tem sua preparação e recompensas (pós batalha), e as fases são divididas em sessões.
As sessões são definidas em destino, eliminação, batalha com rival.

Destino – os personagens devem chegar na área demarcada do mapa, ao chegar lá, a sessão foi cumprida.

Chegue ao seu destino o mais breve possível…

OBS: em algumas sessões de destino, você terá Decepticons, não é possível derrotar todos, pois novos serão chamados quando estiverem em número menor.

Eliminação – você deve eliminar todos os Decepticons da sessão antes de progredir a fase.

O indicador de quantos são necessários derrotar se encontra no canto superior esquerdo

Batalha com rival – um dos Decepticons mais fortes comandados por Megatron irá aparecer, sendo necessário derrota-lo para cumprir a sessão.

OBS: eliminar o rival não lhe poupa de eliminar os Decepticons restantes da sessão…

A eterna batalha dos Decepticons e dos Autobots

Agora vamos ao que realmente interessa, as batalhas…
O jogo tem os seguintes indicadores:

Health Point / Action Point

Pontos de Vida – a barra verde próxima aos seus bots, uma vez terminada seu bot fica desativado até a próxima sessão da fase ou recebendo alguma cura.
Pontos de Ação – é unificada para suas ações de movimento e ataque, sendo 3 pontos. Não é necessário usar todos para terminar o turno.

Action Bar

Barra de Ação – todas as ações equipadas no personagem

Energon Gauge – responsável pelo ataque ultimate, mas disso falarei depois…

Como todo jogo tático, as batalhas são divididas em turnos alternados entre você e a máquina, cada ação feita é irreversível, tornando-se necessário que você estude cada movimento antes de aplica-lo, para não se arrepender…

Movimentação – como disse antes, a barra de ação é responsável pela movimentação e ataques.

Não se preocupe com o cenário, eles passam por cima da maioria dos objetos pequenos………

A movimentação pode ser medida com o alcance de casas que se quer andar, quanto mais casas, mais pontos de ação irá gastar, fazendo com que seu personagem se transforme no veículo de disfarce para andar mais rápido.

Os pontos de ação piscam em cada prévia de movimento antes de confirmar

Como dito antes, as ações são unificadas com movimento e ataques, portanto ao usar 3 pontos de ação no movimento, você não atacará com aquele bot.

Ataques – os ataques também tem suas previsões e a demarcação das áreas que eles terão alcance, assim como suas direções, se distinguem em 3 tipos:
Básicos – ataques relacionados à ataques simples e que geralmente gastam 1 AP.
As infos de dano ficam piscando tanto na barra dos inimigos quanto no painel inferior próximo á barra de ação.

Preste atenção nas informações de prévia dos ataques…

Habilidade especial – ataques com 3 níveis indicando abaixo a variação de consumo no AP.
Especiais que envolvem impulso, mostra-se a direção em que o inimigo será lançado.
Algums especiais podem causar efeitos anormais nos inimigos, como disarm que impossibilita de atacar e anchor que impossibilita de mover, usando os especiais na hora certa pode ser um trunfo ao ter excesso de inimigos.

Note que abaixo dos ataques tem a indicação de consumo dos AP’s.

Ultimate – são os ataques mais fotes via Energon Gauge, podendo variar sua força conforme o consumo que aplicar, 50% / 100%.

Assim como os ataques, também há previsão de área afetada

Ultimate não usa consumo de AP’s, apenas Energon, o que lhe permite efetuar ataques adicionais ou fazer uma retirada, se precisar…
OBS: Energon é preenchido com as ações que você faz com os bots, seja movimento ou ataque, entretanto, APs não usados ao encerrar seu turno adicionam mais energon no seu medidor.

Vantagens com ambiente e linhas de ataque – os mapas possuem alguns pontos de vantagem com relação ao seus ataques:
Cover – ao se aproximar de estruturas, os bots ficam com uma indicação de escudo, com isso eles irão usar a estrutura como cover logo após um ataque:

Objetos destrutíveis – explodem causando danos adicionais nas unidades ao seu redor (independente se for inimigo ou sua), além de um impulso devido à explosão.
Observe que o número indica quanto de dano é preciso para infligir a explosão (no caso dano de ataque 1).

Linha de ataque e choque de impulso – ao estarem em linha de frente diretamente com seu ataque, você pode usar os próprios inimigos de vantagem, ou faze-los se chocar nos prédios em volta para causar danos adicionais:

Usar inimigos pra atacar inimigos, pode sim…

O impulso também pode ajudar em causar danos com objetos destrutíveis que estejam alinhados com o inimigo, usando a habilidade da Windblade por exemplo.

Devo frisar que todos os autobots são divididos em classes:
Scout – efeitos de ataque em área longa ou próxima, sendo aprimorada para danos múltimos em alvos adjacentes e patrulha de turno.
Brawler – efeitos de ataques maiores no seu dano porém com pouca área de efeito, apesar de terem habilidades de distância, o dano é menor comparado com scouts.
Support – causa dano, efeito de reparos, estado de aprimoramentos em aliados e anomalias em inimigos.

Evolução dos bots

Como comentei antes, o jogo não possui evolução baseado em sistema de níveis e experiência, como é de costume dos jogos RPG, em cada missão você ganha sparks que são usados para desbloquear habilidades para eles, sendo comprados no Laboratório da Wheeljack.

Sendo aplicáveis posteriormente no preparo para as batalhas:

Modos de Jogo

O jogo possui 2 modos:

Missões – seria o modo história, definida em atos com suas determinadas fases.
Arcade – escolha modos de jogo com regras já definidas:

  • Capture the Flag – capture a bandeira e retorne para sua base 3 vezes.
  • Decepticon Grudge Match – jogue como os vilões e destrua 2 Autobots.
  • Energon Capturecaptura e defenda o depósito de energon em 10 turnos.
  • Last Stand – quanto tempo suas táticas são boas ao ponto de sobreviver em batalhas sem fim contra exércitos de Decepticons?
  • Destruction – desative o máximo de Decepticons em 10 turnos, usando 4 Autobots e tendo reparos à cada 5 turnos.
  • Cube – tome posse do Cube e adquira pontos enquanto o mantém sob controle até vencer a partida.

Para Capture the Flag e Energon Capture, os Autobots desativados retornam 1 turno depois e Decepticons retornam em 3.
O arcade ainda conta com a possibilidade de jogar em multiplayer.

Troféus / Conquistas

Dificuldade: 4/10
Para domínio/platina do jogo, você deve completar no hard, outros naturalmente serão adquiridos jogando usando as mecânicas e vantagens citadas aqui no review.

Considerações Finais

Transformers se tornou um bom jogo de RPG tático, onde sua simplicidade o torna jogável para qualquer pessoa que já tenha noções de RPG, desconsiderando claro pais que incentivem seus filhos a jogar jogos assim em qualquer idade… (ou na verdade acabam jogando no lugar deles)

A performance até o momento do review pecou em alguns aspectos, com cortes de animação e problemas de LAG nos turnos da máquina, dando uma perda significativa nas animações, principalmente com excesso de unidades. A variação de FPS está presente, não conseguindo se manter sempre nos 60.

A duração é razoável, possuindo uma campanha com 4 atos, porém seu desenvolvimento é nível desenho animado mesmo, tendo referências da série em algumas fases e outras adaptadas, então não espere uma narrativa com um enredo marcante. A seleção de dificuldade é bem padronizada, no hard a máquina usa táticas interessantes, principalmente quando está com pouca vida, sendo mais defensiva, usando pontos de ação variados em movimento, ataque, movimento de recuo, estando em primeira tentativa de flanquear suas unidades.

Com certeza parte do licenciamento irá despertar a curiosidade dos seus filhos, então o review serviu justamente para tentar deixar claro se você quer passar um tempo instigando eles à um gênero de nicho (justamente pelo público alvo em Transformers não ser muito chegado à jogos assim), se caso optar por isso, explore os modos arcade que podem ajudar à ensinar de forma produtiva o ingresso deles nesse tipo de jogo, caso não tenha filhos ou eles não se interessem, simplesmente volte à ser criança e ver seus personagens robóticos em um jogo tático… (não finja que não fica feliz quando anunciam jogos deles)

Num geral, é um jogo que vale a pena pra quem gosta do gênero que ele se encontra, mesmo tendo características simples, muitos podem cansar por ter poucas opções e o quadro de batalha ter sempre a mesma variante (o que mais uma vez faz sentido ser um gênero de nicho, pois a maioria é assim), então, jogue tendo em mente que é um RPG tático simples, não espere muitas variações de gameplay ou sistemas mais complexos como alguns do gênero se destacam…

Seja você sozinho ou incentivando seus filhos, ajude BumbleBee na sua busca por Optimus Prime e o Allspark…

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