
* Esta análise foi feita com o código cedido pela SometimesYou (versão PS4/PS5)
Distribuidora: SometimesYou
Produtora: DP Games
Plataforma: PS4 /PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch / PC / macOS
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2021 / 2022

Summertime Madness é um puzzle em primeira pessoa sobre um pintor que entra em suas pinturas para fugir dos horrores da guerra.
FUGA DA REALIDADE
Praga, Julho de 1945.
Um pintor cria belas paisagens em um sótão, na tentativa de escapar da realidade devastadora da guerra.

A cidade de Praga, então capital da Tchecoslováquia, havia sido palco do Levante de Praga (última tentativa de resistência tcheca em expulsar a invasão nazista) e também da Ofensiva de Praga (último movimento bélico soviético em território na Europa).

Um estranho homem surge no sótão e faz ao pintor uma proposta: entrar no mundo de suas pinturas, para escapar da guerra.
Há, no entanto, um porém: caso ele não consiga sair a tempo, ficará preso para sempre nesta realidade alternativa.
CORRIDA CONTRA O TEMPO
O jogo possui três modos:
Explorador – não há limite de tempo;
Clássico – limite de 6 horas para finalizar a aventura;
Avançado – limite de 3 horas para acabar o jogo.


Você carrega consigo um relógio de bolso, que pode ser consultado a qualquer momento apertando-se triângulo (no Playstation). O relógio serve também para dicas visuais, caso você se perca.
O uso da dica, contudo, consome 15 minutos do tempo total.
MONTANDO SURREALIDADE
Os puzzles de SM são variados em suas mecânicas.
Do simples uso de alavancas, passando por mover pontes, puzzle musical e alternância de realidades e períodos de tempo, os puzzles são relativamente simples em suas execuções, embora em alguns casos a (falta de) explicação possa tornar algumas soluções obscuras.

Há, contudo, pequenas dicas em alguns dos mistérios, pedindo que o jogador avalie bem o cenário em busca de possíveis pistas.


Alguns puzzles são mais complexos, como por exemplo a cidade com o trem, que pede bastante backtracking.
Um puzzle em específico que me agradou bastante, pedia o uso do pensamento fora da caixa, com uma interação incomum do jogo. Sim, está bem vaga a descrição, mas não quero estragar a surpresa.
MÚLTIPLAS REALIDADES
Cada cenário do título baseia-se em uma das obras do pintor, passando-se em ilhas com bastante verde, pontes aéreas, uma cidade com duas torres e “escadas e portas impossíveis” (semelhantes às obras de M. C. Escher).


Além destes mundos dos quadros, há uma “dimensão paralela”, entre as fases.
Um mundo escuro, com grandes estátuas; não fica muito claro o que realmente esta dimensão representa, mas as estátuas dão a impressão de ser parte do subconsciente do artista.
ARTE SOBRE ARTE
Um dos destaques do título é justamente sua parte artística.
As (poucas) cutscenes utilizam imagens mais “aquareladas”, como pinturas em si.

Já dentro da realidade das pinturas, o gráfico é mais desenhado, com tons de cores suaves e uso de hachuras para o sombreamento.
O jogo roda suavemente no PS5, sem engasgos, embora o tempo de loading entre as fases seja um tanto longo.

A trilha sonora é discreta, o que combina com o caráter “subjetivo” do jogo.
Calma em sua essência, pode tornar-se um pouco monótona, uma vez que o título não possui diálogos, afora a narração no início e no fim.
PLATINA VELOZ
A platina de Summertime Madness envolve a captura de certos “coletáveis”: letras de um nome, instrumentos musicais, borboletas, a localização de uma TV, etc.

A dificuldade maior fica por conta dos troféus relacionados ao tempo.
Lembre-se: o tempo é um fator importante na trama, portanto assim também o é em seus troféus.
O desafio fica por conta de zerar o jogo em 6, 3 e 1 hora. O lado bom é que a seleção de capítulos ajuda no processo; o jogo só é salvo nos checkpoints, então você sempre pode voltar para o menu e recomeçar o capítulo para um resultado melhor.
RESUMO DA ÓPERA:
Summertime Madness é um belo puzzle surreal e subjetivo.
A arte, que é o ponto central da narrativa, é bem representada nos gráficos de paisagens imaginativas.


O desafio do tempo pode ser um fator estressante, mas a dificuldade Explorador está lá para quem não quiser se arriscar. Há também a opção de pegar dicas no relógio, mas não espere que o jogo lhe pegue pela mão ao entregar pistas do que fazer.


A trama, no entanto, é bastante vaga, o que não é exatamente um problema para um puzzle, mas poderia ser um pouco melhor explicada.
A apresentação de alguns puzzles atrapalha um pouco suas respectivas soluções.


Um título introspectivo em sua essência, Summertime Madness faz bonito com seu gráfico desenhado e leve.
Só não fique muito tempo contemplando as paisagens, ou você não sairá desta realidade alternativa…