Review / Tutorial de Quest For Infamy

* Esta análise foi feita com o código cedido pela Ratalaika (versão PS4/PS5)

Distribuidora: Ratalaika
Produtora: Infamous Quests
Plataforma: PS4 / PS5 / Switch / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2022

Quest For Infamy é um point-and-click com forte veia cômica, onde você acompanha as aventuras e desventuras de William Roehm.

A BUSCA PELA INFÂMIA

Numa noite fria, William Roehm precisa executar uma fuga às pressas de um terrível perigo: o pai enfurecido de uma jovem quem ele, bem, cortejou com mais “afinco”…

Um herói “diferente”

Pegando carona em uma carroça que passava pela estrada, Roehm desce em Volksville, uma pequena cidade que está animada com o evento do dia: uma execução em praça pública.
Falando com os moradores locais, você rapidamente percebe que nem todos concordam com a sentença do severo Xerife Rayford.

Ao menos ele sabe disso

Estranhos acontecimentos envolvendo a seita dos Morroi englobam Volksville e o reino de Tyr.
Roehm logo se verá no meio desta trama, enquanto tenta escapar do vale, impedido “apenas” por uma ponte de pedra que foi destruída recentemente.

ESCOLHENDO CLASSES

A estadia forçada em Volksville coloca nosso herói (ou seria anti-herói?) em contato com três mestres, cada um responsável por uma das classes do jogo: Prospero ensina o caminho do Mago, Ian o caminho do Ladino (Rogue) e Kurdt o caminho do Bandoleiro (Brigand).

Prospero está mais interessando em ensiná-lo

Aqui é necessário dois avisos: só é possível possuir uma das classes por run; em português Ladino e Bandoleiro, embora tecnicamente sejam ambos termos para ladrões, ficam separados sendo o Ladino focado em stealth, enquanto o Bandoleiro é focado na força bruta.

Essa aqui eu aprendi com o Mestre Ryu Prospero

Cada classe possui suas particularidades: o mago é, de longe, a mais difícil no começo, mas como é praxe em RPG’s, é a mais forte conforme você evolui. Magias de deslocamento cura, ataque e deslocamento facilitam muito a vida do jogador, mas o caminho do mago é o maior, sendo cada uma das diversas magias aprendidas uma quest por si só.

Ian ensinando o básico sobre o Ladino

As três classes possuem “ritos de passagem” próprios, bem como sidequests específicas. O caminho do mago, como citado anteriormente, possui mais sidequests e também algumas das mais difíceis.

NÃO ESQUEÇA DE COMER E DORMIR*
*mães ao redor do mundo

O jogo possui um ciclo de manhã, tarde e noite, que acontece progressivamente, sendo mais rapidamente observado quando objetivos principais avançam a trama, mas pode também ser adiantado manualmente.

Para avançar manualmente, descanse; dormir requer uma barraca e não pode ser executado em alguns locais
Kessel está sempre vigiando a filha

Ao atravessar a noite, é sempre recomendável terminar na pousada de Volksville. Ao amanhecer de outro dia, é sempre possível comer uma refeição feita pela filha do dono, Ina.
O café da manhã está incluso na estadia do negócio de Kessel, apenas mantenha suas mãos longe de Ina.

Sarcasmo é o dialeto de Volksville

Caso passe a noite fora da estalagem, é recomendável possuir algum alimento para se manter durante a manhã. Você pode comprar comida com alguns vendedores, mas a maior variedade de produtos está na loja principal de Volksville; lá também existe outros itens para venda, incluindo uma barraca para passar a noite na floresta.

EQUIPAMENTOS

Você começa com uma espada e uma armadura de couro.
Equipamentos adicionais como armaduras, espadas melhoradas e braceletes podem ser adquiridos de vendedores, mas também dos mestres de classes.
Alguns equipamentos são exclusivos, como Bladerang, uma faca/bumerangue que você recebe ao se tornar um Ladino.

Bladerang, com um suspeito visual de morcego
O básico para começar uma aventura

Outros equipamentos podem ser comprados com os vendedores, sendo necessários para resolver quests: cachimbo, corda com gancho, pedras para fazer fogo, etc.
Itens encontrados na natureza também podem ser usados e/ou combinados com equipamentos para solução de problemas.

Você teria um minuto para ouvir a palavra de Cthulhu?

Bly, o dinheiro do jogo, pode ser encontrado em inimigos abatidos ou obtido através de trabalho no porto de Tyr (carregue caixas por 100 blys é uma boa escolha, mas avançará o dia em um turno).

ÀS ARMAS!

O combate de QFI funciona por “turnos”: o inimigo ataca com intervalos de 3 segundos, cabendo a você atacar, usar uma habilidade ou se defender antes.
Roehm pode usar três ataques de espada: estocada, um corte vertical (de baixo para cima) e o ataque mais forte (um poderoso golpe vertical de cima para baixo); você também pode defender-se. Quanto mais usa cada um dos comandos, mais apto e habilidoso se torna nele (esta lógica serve para outras habilidades, como escalada, esgueirar-se, etc).

Combatendo um “anão” praticamente do meu tamanho

Poções de cura também usam um “turno”. Magias possuem cooldown, aplicada a todas que você possuir, caso clique em uma enquanto ainda não recarregou, você será penalizado com o uso do turno em vão.
Braceletes podem ajudar no processo, acelerando o tempo de recarregamento ou potencializando elementais.

À MODA ANTIGA

Quest For Infamy é um point-and-click ao estilo clássico, isso quer dizer que perder-se é normal, bem normal.
Tão normal que há um pequeno guia no início, explicando o básico do jogo e os desenvolvedores também disponibilizaram um pequeno passo-a-passo, que você pode conferir aqui! (obviamente, haverão spoilers, consulte por sua conta e risco).

Fiquei mais tempo aqui do que gostaria de admitir

O jogo possui alguns mapas rudimentares (apropriados ao estilo medieval), mas a navegação fica mais clara conforme você passa várias vezes pelos mesmos locais e começa a entender direções e atalhos.
Conversar com todos os NPC’s possíveis é sempre recomendável, bem como tentar visitar os mesmos lugares em diferentes turnos.

Como o jogo é um point-and-click, muitos segredos e soluções estarão escondidos: você pode ligar a exibição de pontos de interesse no menu, fazendo com que o cursor mostre nomes e objetos assim que passar por cima deles.

ARTE MEDIEVAL

O gráfico de QFI é pixelado, BEM pixelado, o que pode causar estranheza em um primeiro contato.
O jogo possui tons e cores mais neutros, com exceção de alguns personagens (como Kayanna, que usa não só roupas bem coloridas como também bastante “avançadas” para a época).

Belos gráficos

Um ponto interessante é que TODOS os personagens do jogo possuem dublagem em inglês. Mesmo personagens menores, que sequer possuem foto durante as conversas.
Isto mostra o carinho dos desenvolvedores e também impressiona pela quantidade de dubladores diferentes.

Visão da casa do prefeito de Tyr

A trilha sonora utiliza melodias com temas medievais, bastante relaxantes.
Há também aqui uma boa variedade de temas, mesmo para diferentes trechos da floresta (por exemplo).

Direto do túnel do tempo!

O jogo possui uma veia cômica fortíssima, com muitas tiradas de humor sarcástico (especialmente do protagonista).
Uma série de referências, das mais óbvias, como o bolo de Portal, passando por uma linha de diálogo de Bill e Teddy (que realmente me pegou desprevenido) e algumas referências mais obscuras… o personagem lembra vagamente Aragor e se chamar Roehm, uma possível referência aos Rohirrim? (tá, eu sei que o Aragorn era um Dúnedain, mas me deixe viajar um pouco na interpretação!)

INFAME PLATINA

A platina de Quest For Infamy não é realmente difícil, mas pede um bom uso de saves para diferentes escolhas ou múltiplas runs.
Zerei inicialmente o jogo como Mago e depois recomecei como Ladino e Bandoleiro.

Cada herói tem a carruagem que merece…

Embora a platina em si não seja difícil, alguns troféus podem ser frustrantes por conta de glitchs: lembre-se de fazer múltiplos saves e tentar possibilidades diferentes caso não consiga algum troféu. Infelizmente, em alguns casos, apenas recomeçando o jogo.

RESUMO DA ÓPERA:
Quest For Infamy é um point-and-click nos moldes dos jogos clássicos do estilo, com fortes doses de humor.
William Roehm é um personagem carismático e “charmoso” (ao menos ele assim se considera), que se vê fugindo de um pai raivoso, apenas para se meter em uma confusão ainda maior em uma pequena cidade.

O seu nível de Infame é medido pelas suas ações

O gráfico pixelado nostálgico é embalado por uma bela trilha sonora e um ótimo trabalho de dublagem.
A navegação um tanto confusa e alguns bugs podem atrapalhar a experiência, mas não tiram seu brilho.

O texto sarcástico e bem humorado é o ponto alto desta aventura medieval, que possui um bom fator replay.
Você vai acabar falando com todo mundo, só para ver até onde vão os diálogos.

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