
* Esta análise foi feita com o código cedido pela Blowfish Studios (versão PS4/PS5)
Distribuidora: Blowfish Studios
Produtora: RSU Horizon / Pixel Perfex / Good Job Multimedia
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch / PC / macOs
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2022

Krut: The Mythic Wings é um jogo de ação e plataforma 2D, inspirado na animação tailandesa Krut: The Himmaphan Warriors.

AS CRIATURAS DO FOLCLORE TAILANDÊS
A Tailândia é um país com grande base do budismo theravada (a mais antiga linhagem budista existente até os dias atuais), tendo também influências hinduístas e animistas em seu folclore.

As lendas rurais espalharam-se pelo país, possuindo forte caráter antropozoomorfista, ou seja, seres mitológicos parte homem, parte animal.
Dentre tais criaturas, destacam-se as Nagas, cobras que representam deidades nas culturas hindu e budista e os Garuda, homens-pássaro representados por águias com braços, também populares no hinduísmo (sendo um garuda a montaria do deus Vishnu).

Já os Kinnara são criaturas musicais, sendo parte pássaro e parte humano (na Índia a parte pássaro é substituída por parte cavalo), vindos do Himalaia, zelam pelo bem estar dos humanos em tempos de perigo.
No Sudeste Asiático, especialmente na Tailândia, as Kinnari (versão feminina), são provenientes da floresta mítica Himavanta, localizada no Himalaia.

Os Rakshasa, por sua vez, são ogros (ou espíritos malignos) provenientes do budismo e hinduísmo, representados em diferentes formas, sendo a versão de pedra a presente no jogo.

A QUEDA DE GARUDA
O exército de ogros de pedra, Rakshasa, invadiu Krut, a cidade dos Garuda. Após intenso combate, o exército Garuda é derrotado.

Veera, um guerreiro ferido vai parar na ilha de Himmaphan (Himavanta), onde encontra um misterioso sábio de sua espécie, aparentemente o único que restou no local.
O sábio passa a ser o mentor de Veera e lhe concede um poderoso artefato para combater os Rakshasa: as Asas Míticas.

O artefato, também chamado de Asas de Prata, no entanto, precisa de energia para ser recarregado completamente.
Para tal feito, Veera deve obter o poder espiritual presente na ilha, protegido por poderosos guardiões; só assim ele poderá derrotar o impiedoso comandante dos Rakshasa, Zurah.

COMBATENDO POR TERRA E AR
Veera utiliza rápidos combos de espada, podendo lançar rajadas de poder ao final da sequência de golpes ou durante o uso das Asas de Prata energizadas.
É possível também carregar o poder, para golpes mais fortes.

A esquiva, em terra, funciona como dash durante os saltos e o voo.
Conforme derrota inimigos, você obtém orbes de diferentes cores, sendo as azuis responsáveis por concentrar o poder das Asas, as verdes recuperar vida e as amarelas funcionar como a moeda do jogo.

É possível fazer upgrade no personagem apenas durante os checkpoints, sendo que cada checkpoint custa 1000 para ser desbloqueado.
Sim, é isso mesmo, você gasta 1000 do seu dinheiro apenas para desbloquear o ponto e pode utilizar o restante para comprar mais vidas, recuperar toda a vida, estender os combos, aumentar o poder concentrado dos golpes e aumentar o ataque durante o uso das Asas, dentre outros upgrades.

Quando o poder das Asas está totalmente carregado, apertando L1 + R1 (PlayStation), você alça voo, atacando com poderosas rajadas disparadas pela sua espada. O uso das Asas de Prata, no entanto, funciona por tempo limitado.

OS OPOSITORES
O título possui uma boa variedade de inimigos, de insetos voadores a plantas carnívoras, passando por homens-lagarto, golens de pedra e até mesmo piranhas e escorpiões.

O combate cadenciado pede bom uso da esquiva, especialmente contra os inimigos terrestres.
Os combos longos funcionam quando você entende o timing de resposta, podendo usar a esquiva e rapidamente retomar os golpes, para só então finalizar o ataque. Esta técnica se mostra bastante útil na execução dos maiores combos do jogo, uma vez que não é possível executá-los completamente de uma vez só.

As piranhas podem saltar para fora d’água, o que se torna perigoso durante uma fase com navios naufragados e pedras que servem de plataforma, com a maré constantemente subindo.

Chefes e subchefes possuem longas barras de vida, com lutas mais demoradas e estratégicas.
Aqui, o uso da esquiva torna-se imprescindível, uma vez que nocautear os chefes é impossível.
BELEZA MÍTICA
KTMW possui belos gráficos em 3D num ambiente 2D, com fundos detalhados e um ótimo uso de cores.
Os cenários variam entre praias, florestas, desertos, o mar e uma cidade em cerco de guerra.

O gráfico fluído roda liso no console, sem engasgos ou grandes quedas de FPS, com ótima resposta dos comandos.
Durante as conversas, os personagens são representados por desenhos estáticos.

A trilha sonora, no melhor estilo épico, acompanha bem o ritmo do jogo, mas você pode distrair-se dela, dada a tensão dos combates e a concentração exigida do jogador.
O som dos golpes é especialmente marcante.
PLATINA VOADORA
Tecnicamente a platina de KTMW não é difícil, uma vez que basta terminar o jogo, sendo praticamente todos os troféus relacionados à trama em si.
Mas perceba que eu usei o termo tecnicamente, por conta de um troféu, em específico, que é o de não usar continue ao terminar no normal ou hard.

A dificuldade do título é bem impiedosa, especialmente dado o sistema de vidas, que podem ser compradas nos checkpoints.
Finalizar o jogo no hard também é um desafio alto.
RESUMO DA ÓPERA:
Krut: The Mythic Wings é uma grata surpresa vinda do Sudeste Asiático, baseada em uma mitologia que não é tão conhecida no ocidente.
O combate rápido e visceral é recompensador e leva tempo para ser dominado.
A dificuldade alta é complementada com belos gráficos coloridos e vivos, além de uma trilha sonora de boa qualidade.
A trama surpreende por ser mais profunda do que o trailer do jogo aparenta.
Krut: The Mythiv Wings é uma excelente pedida para os fãs hardcore de plataforma e um sopro de novidade em um título consistente vindo de um estúdio novo.