
* Esta análise foi feita com o código cedido pela Ratalaika (versão PS4/PS5)
Distribuidora: Ratalaika
Produtora: Ametist Studio
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2021

Within The Blade é um jogo de plataforma de ação e stealth, com elementos de RPG.
IMAI E OS NOVE DEMÔNIOS
Japão, 1590 – Após a queda do último Xogunato, uma era de guerras teve início, com diversos clãs lutando pela supremacia do país.
Liderado pelo daimyo Wamoru Imai, o clã da Garra de Aço, começa a se destacar, após o uso de velhas práticas proibidas e a adoração de entidades obscuras.
Tais práticas, no entanto, acabam por fazer Imai ser possuído pelo poderoso espírito de um vingativo samurai.

Agora dominado pelo espírito da vingança, Imai se une a outros nove demônios e juntos formam uma coalizão para corromper a vida no país.
Neste ínterim, enquanto os exércitos vão sendo destruídos um a um pela coalizão demoníaca, a esperança reside no clã de ninjas da Lótus Negra.
Você controla Hideaki, o shinobi de maior destaque em seu clã, com exímio domínio sobre as diversas técnicas de combate e stealth.
VELOCIDADE E PRECISÃO
O combate de WTB é brutal, seja nas execuções de Hideaki ou na ferocidade dos inimigos.
Como um autêntico shinobi, Hideaki pode lutar diretamente com seus inimigos, mas possui vantagens nos ataques furtivos.
Esconder-se em arbustos, bambuzais ou atrás de objetos dá uma vantagem temporária de stealth, caso o inimigo não se aproxime.

Aproximando-se sorrateiramente do adversário, o botão de defesa (triângulo no PlayStation), age como golpe de execução. No entanto, é necessário possuir a habilidade de execução para a arma específica.
O dash serve tanto para os ataques rápidos, cortando enquanto atravessa rapidamente em horizontal, quanto para fugas rápidas.
É possível realizar o pulo duplo mais a corrida na parede para alcançar plataformas e galhos altos.
Já o kaginawa (corda com gancho) serve para escaladas mais longas e telhados, mas também pode ser usado para execuções à distância.
ARSENAL NINJA
Hideaki utiliza como arma principal a katana*, ideal para execuções e golpes em dash, mas conta também com a kusarigama**, que pode realizar ataques em área, mas é menos efetiva em ataques diretos.
*Tecnicamente um ninja utilizaria a espada ninjato, embora haja contestações sobre a existência da mesma no passado. A ninjato é mais curta e reta, com tsuba (guarda) quadrado e maior, enquanto a katana é mais longa e com formato de lâmina curvada.
**Kusarigama é uma arma japonesa consistindo em uma pequena foice (kama) presa à uma corrente (kusari) com um peso de metal na outra extremidade.

Makibishis (semente pontiagudas) para retardar o movimento inimigo, a fukiya (zarabatana para sopro de dardos envenenados), kemuridama (bomba de fumaça) para esconder-se e/ou atacar furtivamente inimigos ou causar explosões, doku kemuridama (bomba de fumaça com veneno), kunais (lâmina de arremesso) e shurikens (estrelas de arremesso) são algumas das inúmeras ferramentas e armas disponíveis.

É possível coletar e comprar materiais para criar equipamentos na vila da Lótus Negra.
Armas como katanas e kusarigamas podem quebrar com o constante uso e não podem ser consertadas, apenas substituídas; tenha isto em mente ao criar os materiais base como tsuka (empunhadura) e aço. Em último caso, assim que a arma quebre e você não tenha outra para equipar, é possível lutar usando taijutsu (técnica ninja desarmada).
O CAMINHO DO SHINOBI
Cada missão possui um ou mais objetivos, além de desafios extras (como não ser detectado, não matar um tipo de inimigo, abrir todos os baús, etc).
Ao final, uma tela com os resultados é exibida, avaliando os desafios extras, além do número de inimigos abatidos, número de detecções, itens coletados e velocidade da fase. O escore resultante dará pontos de evolução, que servirão para aprender novas habilidades com o mestre da vila.

As habilidades variam entre resistência a diferentes tipos de dano, aumento de vida, técnicas de execução, melhor uso de determinadas armas, etc.
O jogo se passa em florestas e castelos, possuindo bastante verticalidade, com galhos de árvores, plataformas e longos paredões escaláveis, além de diversos andares internos nas fortificações, tudo repleto de armadilhas.
Espinhos, lâminas giratórias, plataformas que cedem ao toque, estátuas que disparam bolas de fogos e “sprays” de veneno estão entre os diversos obstáculos presentes.

O protagonista sofre bastante dano nas armadilhas, que resultará em menos pontos de experiência na contagem final.
Mas calma, caso morra, os checkpoints (luminárias de pedra, azuis) irão encurtar seu caminho.
A OPOSIÇÃO
Os inimigos iniciais do jogo são samurais, com ou sem armadura, variando no uso de armas entre espadas e arcos, incluindo lanças.
Os ninjas não tardam a aparecer, lutando com espadas ou kusarigamas e utilizando também shurikens. Grande parte deles estará escondida em objetos ou partes do cenário, tentando executá-lo à primeira oportunidade.

Conforme avança, os infectados surgirão: inimigos mortos ressuscitados/possuídos por demônios, geralmente fracos, mas em grande número.
Os monges de sangue envolvem Hideaki com energia negativa, causando dano; seus altares, quando destruídos, fazem surgir demônios em forma de samurai, resistentes e causando dano por fogo, teleportam-se e podem persegui-lo por bastante tempo.

Os chefes são grandes demônios, com bastante vida e agilidade.
As lutas são intensas e pedem bastante mobilidade. Como combatê-los, cabe a você decidir.
As batalhas são justas; embora os chefes possuam óbvias vantagens, é possível lutar utilizando apenas espada, kusarigama ou utilizando equipamentos de suporte.
Próximo ao fim do jogo, por um descuido, acabei ficando sem armas adicionais.
Na penúltima luta contra chefe, minha última kusarigama quebrou e eu fiquei desarmado: derrotei este chefe utilizando bombas e o dash.
Já na última luta, sem nenhum recurso, incluindo as bombas, precisei derrotar o demônio na base do taijutsu (apenas no soco e muita paciência). Não foi fácil, é verdade (e o jogo já estava platinado), mas com persistência, consegui meu intento, o que mostra o equilíbrio no gameplay.
A ARTE DO NINJUTSU
A arte de Within The Blade segue um esquema retrô pixelado, mas com movimentação fluída.
O gráfico simples possui bastante camadas nos cenários e os personagens são bem representados. O jogo é bem violento e sangrento, com decapitações e desmembramentos constantes e cores fortes.
Existem pequenas cutscenes entre as fases, contando mais da história.

Os cenários são bastante complexos, repletos de armadilhas, passagens secretas e ninjas disfarçados, forçando ao movimento constante.
A trilha sonora é belíssima, misturando música japonesa tradicional, com shamisen, flauta shakuhachi e tambores kagura a guitarras e bateria com elementos de hard rock, dando bom ritmo à ação.
NINJA PLATINADO
A platina de WTB é relativamente fácil, considerando que ela não pede nada muito além da progressão natural do jogo.
Falando sobre os principais troféus: matar 100 inimigos, executar 25 inimigos, decapitar 10 inimigos, criar um item, fazer uma compra, coletar 1000 moedas, matar um inimigo com: shuriken, explosão, a bola da parte de trás da kusarigama (exige o upgrade para o golpe), taijutsu (combate corpo-a-corpo), veneno e fogo, puxar um inimigo com a corda, restaurar a vila, matar cinco samurais de armadura completa, executar o tameshigiri (cortar o bambu com a espada) e os demais troféus relacionados aos chefes do jogo, com exceção do último, ou seja, se tiver feito tudo antes, irá platinar o jogo após derrotar o penúltimo chefe.

Além disso, embora não rendam troféus, o jogo possui uma série de desafios, que variam entre executar uma série de inimigos e/ou avançar até o final de um percurso repleto de armadilhas.
RESUMO DA ÓPERA:
Within The Blade é um jogo de plataforma veloz, com foco na precisão e nos reflexos de combate.
O cenário e os inimigos são brutais, pedindo máxima atenção; sendo um ninja, Hideaki também possui as vantagens do stealth que, combinado ao combate rápido, pode ser usado para desencadear sequências de mortes instantâneas, dependendo apenas da habilidade do jogador.
Falando em habilidade, o jogo, embora difícil, é bastante justo, com gameplay fluído e funcional, dando variadas opções de abordagem nos combates e um arsenal completo e amplo para dar cabo das hordas de inimigos e dos chefes.
Armas e demais equipamentos podem ser criados e devem ser administrados corretamente para facilitar o caminho do jogador (do contrário, você se verá em apuros, tendo que compensar a falta dos recursos).
O jogo conta também com um sistema de upgrades, com diversas habilidades desbloqueáveis.
A arte retrô possui cores fortes e vivas, além de belos e complexos cenários, uma animação consistente e muita violência.
A trilha sonora também merece destaque, combinando música tradicional japonesa com hard rock.
Uma bela surpresa, Within The Blade desembarca alguns anos nos consoles após sua estreia no PC, mas ainda atual em sua jogabilidade, com um alto nível de desafio e diversão.
Imperdível para os amantes da plataforma de ação, Within The Blade é um título complexo em sua simplicidade, entregando um pacote completo, digno dos melhores jogos de ninja do mercado.