Jogos eletrônicos são criações artísticas com datação de existência.
Como um produto relativamente novo (o primeiro jogo eletrônico, embora não-comercial, Ping-Pong foi criado em 1969) o pensamento sobre preservação dos jogos surgiu apenas em meados dos anos 90.
Desde então muito se tem discutido sobre como preservar os jogos.
Algumas entidades se predispõem a manter arquivos com os jogos antigos, seja pela emulação dos jogos ou mesmo através de acervos físicos.
O problema começou com os jogos digitais.
Como salvar algo armazenado no servidor da empresa?
Outro ponto de preocupação foram os jogos online: atualizações modificam o funcionamento do jogo e, no caso de MMORPG’s, até mesmo o mundo é modificado.
A solução, no caso de World Of Warcraft, foram servidores com o jogo original mantido, baseado na primeira versão.
No entanto, tal estratégia não é adotada por muitas empresas e muitos MMORPG’s morrem com a perda de público ou mesmo são comprados por outras empresas.
Mas e no caso dos jogos digitais?
Bom, aí a responsabilidade fica por conta das empresas.
Recentemente a Sony desativou servidores de PS3 e PSVita, sumindo com milhares de jogos para não continuar arcando com gastos de servidores para jogos antigos.
Isto inviabiliza novas compras e dificulta (ou anula) o download dos jogos comprados. Como tudo isto funciona ainda é nebuloso e não sabemos que a Sony irá ou não voltar atrás na decisão.
Já o caso da Nintendo é ainda mais grave, com jogos sendo removidos de lojas físicas e digitalmente, estratégia para criar uma raridade artificial no produto.
O problema é que a vantagem da mídia digital é justamente o seu armazenamento e o fato de não ser preciso produzir novamente a parte física dos jogos, sem necessidade de manter estoques.
Casos recentes como a coletânea Super Mario 3D All Stars, que foi removida das prateleiras e do mundo digital (forçando a compra separada dos três títulos) rapidamente elevou o preço já alto do jogo no mercado cinza (o único local onde as cópias físicas agora existem).
Uma estranha estratégia que aumenta os lucros do mercado cinza, sem beneficiar a própria Nintendo e ainda desfavorecendo a imagem da empresa perante os fãs.
Nintendo, afinal, qual é a sua?
Já a Microsoft é a que melhor se sai no departamento de preservação digital, com a retrocompatibilidade de grande da geração passada e retrasada, e ainda pequena do primeiro Xbox (mas ao menos existente), estratégia que a Sony só recentemente adotou com a retrocompatibilidade do PS4 para PS5.
No PC, é claro, as coisas são diferentes, dada a facilidade de acesso a jogos antigos pelo mesmo hardware.
Serviços como Steam e Epic detém inúmeros jogos e o GOG foi criado (inicialmente) para manter e otimizar jogos antigos para o funcionamento em novas máquinas.
Entretanto, mesmo no PC a briga entre Steam e Epic pode ser um problema futuro sobre quem irá ou não manter seus jogos na ativa.
O que fica, no fim das contas, é a necessidade de preservação de experiências artísticas.
O streaming veio para ficar nos filmes e os jogos já ensaiam seus primeiros passos nesse rumo.
Teremos acesso aos jogos antigos no futuro? Ou as experiências se perderão como lágrimas na chuva?
Esperamos ainda ter acesso, afinal, preservar é preciso!
