Nunca Antes Visto na TV

Setembro foi instituído como o mês da prevenção ao suicídio, o denominado Setembro Amarelo, dada a grande quantidade de casos ocorridos justamente nesse mês do ano.

A cor escolhida se dá pelo caso de Mike Emme, jovem americano de 17 anos que cometeu suicídio em 1994, dentro do Mustang 68 que ele mesmo reformara, pintando o carro de amarelo.

A campanha, ao contrário de meses como o Outubro Rosa e o Novembro Azul, possui pouca divulgação.
Muito disto se deve à crença de que falar sobre o suicídio estimula sua prática, motivo pelo qual a imprensa não costuma noticiar casos relacionados.

Porém, a arte costuma abordar o tema com certa frequência e maturidade, seja nos filmes, livros, séries e, mais recentemente, nos games.

Depressão e suicídio tornaram-se mais comuns em jogos nos últimos anos, seja pela abordagem de experiências pessoais dos desenvolvedores nos jogos indies, ou mesmo plot de jogos AAA (embora em número bem menor).

Há de se fazer uma distinção aqui: o suicídio do qual falamos é o ato intencional de acabar com a própria vida definitivamente, sem segundas intenções.

Pode parecer estranho falar disto, mas pular em abismos, atirar granadas no chão ou mesmo deixar-se atingir por inimigos ou armadilhas é prática comum nos jogos e parte da decisão do jogador, não tendo relevância para o roteiro do jogo.
O ato heróico de sacrificar-se para salvar outros também não está sendo considerado aqui.

Falamos da opção de Lee Everett pedir que Clementine o mate (ok, está mais para uma eutanásia) no final de The Walking Dead Season One (Telltale Games); de Henry tirar a própria vida após ter matado o irmão, Sam, então infectado, em The Last Of Us.
Mas falamos também de jogos que abordam o assunto como tema principal: Actual Sunlight, que aborda a destruição da vida de um homem pela depressão; ou mesmo Drowning (referindo-se à sensação de “afogamento mental”), sobre um jovem que descobre a depressão cedo em sua vida.

Vale citar também Sea Of Solitude, que aborda a solidão extrema de uma mulher e como os sentimentos negativos a transformam progressivamente em um monstro (embora aqui a abordagem fique mais por conta da depressão do que do suicídio).

O que percebemos com estes jogos é que a experiência do suicídio, abordada diretamente e de forma interativa nos jogos, ajuda a lidar com o problema em si.
Experienciando a morte em vida, aprendemos a suportar nossas mazelas, mais do que com campanhas de ajuda invisíveis.

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