* Esta análise foi feita com o código cedido pela Daedalic Entertainment (versão PS4/PS5)

Distribuidora: Daedalic Entertainment
Produtora: Krams Design
Plataforma: PS4 / PS5 / Xbox One / Xbox Series S / Xbox Series X / Switch / PC / Linux / macOS
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2015 / 2021

Anna’s Quest é um point-and-click onde Anna precisa escapar de uma bruxa e salvar seu avô de doença mortal.

CONTO DE FADAS ÀS AVESSAS

Anna vive com seu avô em uma fazenda, até o dia em que ele adoece gravemente.
Anna sai em busca de uma cura para ele, apesar das recomendações para não se aventurar pela floresta. Recomendações estas que eram importantes, pois logo ela se vê presa por uma bruxa…

Trancada em um quarto, a menina é vigiada constantemente.
A bruxa, por sua vez, quer fazer experimentos com a garota em uma poltrona, tentando despertar o poder de telecinese.

O experimento dá certo, ativando o poder psíquico da menina, que agora pode mover alguns objetos com o poder de sua mente.
Ela descobre também que, entre os brinquedos do quarto, o urso de pelúcia pode falar e se diz chamar Ben.
Munida do novo poder, ela precisa escapar do cativeiro junto de seu novo companheiro e tentar encontrar uma cura para seu avô.

TELECINESE E RACIOCÍNIO

Em sua jornada, Anna conta com sua telecinese e sua capacidade de testar e combinar itens.
Como um point-and-click tradicional, Anna’s Quest baseia-se no uso de objetos para progredir e, às vezes, pensar fora da caixa (em algumas soluções estranhas e, aparentemente, sem sentido).

A telecinese pode ser usada com L2 ou R2, para mover objetos do cenário ou tentar modificá-los via menu.
O touchpad exibe todos os objetos coletados em um livro, permitindo olhar, interagir e tentar mesclá-los.
O menu rápido funciona pressionando para baixo no D-Pad.

Algumas interações com objetos só são possíveis após certos eventos, então uma solução aparente que não funciona pode estar bloqueada por alguma ação ainda não executada.
Para ver quais partes de cada cenário são interativas, você pode pressionar R3, o que exibirá todos os pontos de interesse em círculos azuis (rosas para conversas com personagens importantes).
Ao se aproximar de um ponto de interesse, L1 e R1 mudam o foco para o próximo ponto: X interage com o objeto ou inicia uma conversa; Quadrado permite observar e analisar; Triângulo utiliza o objeto selecionado no ponto de interesse (quando possível).

Entre os objetos e NPC’s para conversar, há também doces, os coletáveis do jogo: eles são pequenos e não aparecem ao pressionar R3, apenas aparecem como interativos ao passar próximo deles, olhos atentos!

Alguns puzzles encontram-se no título, como tocar uma música corretamente em um órgão de igreja e alinhar jaulas suspensas através de três alavancas, entre outros.
Estes puzzles podem ser pulados ao apertar Options, caso você empaque e perca a paciência com algum deles (embora não seja recomendado).

LIVRO ILUSTRADO

A arte de Anna’s Quest possui traços estilizados e cartunescos, bem animados e com uma paleta de cores “sóbria”, de tons consistentes.
Lembra em muito uma animação desenhada à mão.

O jogo é dividido nos capítulos de um livro, intercalando cenas em traços simples sobre as folhas amarelas e cutscenes animadas.

Os diálogos são completamente dublados, com destaque para as vozes de Sophie Le Neveu (Anna), Toni Sellers (Ben) e Nicholas Andrew Louie (Reynand), embora os dois últimos também façam vozes de vários outros personagens.

A trilha sonora utiliza música orquestrada e piano, com um tom sombrio que está quase sempre presente, especialmente na música de menu, que por algum motivo parece sempre ameaçadora.

PLATINA IMAGINATIVA

A platina de Anna’s Quest é tranquila, dada a seleção de capítulos, uma vez que muitos troféus são relacionados a ações específicas em certos capítulos, alguns envolvendo repetição de interações, muitas das quais o jogador não faria normalmente.

Como citado anteriormente, os coletáveis do jogo são os pequenos doces (12 ao total), cada um deles liberando uma ilustração de Ben referenciando filmes e jogos.

RESUMO DA ÓPERA:
Anna’s Quest é um point-and-click no formato clássico, de humor ácido contrastando com os personagens caricatos e lembrando uma animação feita à mão.
As situações pelas quais Anna e Ben passam beiram o ridículo em muitos momentos, incluindo participações especiais de personagens de contos infantis, como a raposa Reynard e Cinderella.

Os puzzles dão um ar fresco ao gameplay, embora alguns possam ser mais complexos.
A dificuldade em entender alguns deles, bem como as ações necessárias para progredir na trama, ficam mais confusas a partir da metade do jogo. O trecho da prisão e o puzzle do pombo me consumiram um tempo considerável.

Anna’s Quest é uma aventura de duração média, de 8 a 11 horas, dependendo da sua dedução para as soluções e a velocidade de leitura, bem humorada e com uma boa trama, que começa de maneira simples, mas vai se tornando mais complexa conforme a progressão.