Review / Tutorial: Psychonauts 2

Nota do Editor-Chefe: o review em questão era pra ter sido publicado BEEEM antes, mas como tive contratempos com relação à trabalhos externos, acabei demorando para entregar (afinal demorei pra terminar o jogo por falta de tempo), mas espero que isso não acabe tirando proveito da sua leitura.
Meus pedidos de desculpas à Microsoft pelo imenso atraso.

Dezesseis anos se passaram desde que Psychonauts 1 foi lançado. E apesar de ser considerado uma falha em termos comerciais, foi aclamado pela crítica e por quem jogou, por ser um jogo com um roteiro bem direcionado e com uma gama de personagens carismáticos. É inevitável falar do jogo, sem citar a linha cronológica até seu lançamento…

Todos obviamente esperavam um segundo jogo, sendo algo requerido por diversos jornalistas do mercado de entretenimento em jogos eletrônicos e até mesmo os potenciais adoradores do jogo, que foram crescendo conforme fosse sendo conhecido…

A luta entre desenvolvimento e os contratempos…

Da mesma forma que o antecessor, que teve uma série de contratempos durante seu desenvolvimento, o segundo jogo também teve alguns percalços…
Mesmo com a pressão de diversos fãs, Schaffer deixou claro que tinha interesse em fazer uma continuação do jogo, e com isso, o hype por quem presenciou o jogo anterior, foi inevitável…

A expectativa gerada era de um nível notavelmente alto, e justamente pra não estragar essa espera, o jogo sofreu 3 adiamentos durante seu desenvolvimento, com a intenção de entregar um jogo à altura da sua espera…
Sim, o jogo era pra ter sido lançado em 2018, mas teve adiamentos para 2019, 2020 e por fim, 2021, o que por um lado ajudou à ter um desenvolvimento melhorado também para o Xbox Series X…

Claro que há muita história por trás disso, desde o primeiro jogo, mas acredito que isso mereça um artigo especial e dedicado apenas à Psychonauts…

Desenvolvido pela Double Fine Productions e publicado pela Microsoft Xbox Game Studios, vamos ver se a espera, atrasos e expectativas geradas foram alcançadas nesse nosso review???

Double Fine Productions (site oficial)

Double Fine Productions é um premiado estúdio de desenvolvimento de jogos fundado em 2000 pelo veterano da indústria de jogos Tim Schafer. Localizada no distrito de South of Market, em São Francisco, a Double Fine está comprometida em fazer jogos de alta qualidade com ênfase na originalidade, história, personagens e diversão.

Microsoft Xbox Game Studios (site oficial)

Nossos 23 estúdios de desenvolvimento de jogos, agora incluindo os estúdios da Bethesda Softworks, se concentram em oferecer ótimos jogos para todos, onde quer que joguem, seja em consoles, PC ou dispositivos móveis. Somos responsáveis por desenvolver e publicar algumas das maiores franquias de jogos da história: Age of Empires, Forza, Gears of War, Halo, Minecraft, Fallout, Microsoft Solitaire, Microsoft Flight Simulator, DOOM, The Elder Scrolls e muitos mais. Acreditamos que os jogos promovem a união, porque quando todos jogam, todos ganhamos.

Código cedido para review pela Microsoft Studios, versão Playstation 4

Nome: Psychonauts 2
Gênero: Plataforma Tridimensional / Aventura
Desenvolvedora: Double Fine Productions
Distribuidora: Microsoft Xbox Game Studios
Plataformas: Playstation 4, Xbox One / Series X|S, PC (Linux e macOS em breve)
Lançamento: 2021 (25 de agosto)
Mídia: apenas digital

Tela Título

História / Enredo

Caso você não teve a oportunidade de jogar algum dos jogos anteriores, o jogo conta com um pequeno resumo do que aconteceu, dando assim o prólogo para a história do segundo jogo.

Gráficos

O jogo conta com o estilo cartoonesco para o design dos personagens e com uma paleta de cores bem destacada em alguns pontos e mais opaca em outros, dependendo da ambientação do lugar…
Os efeitos de luz são bem aplicados, além do estilo variado na arte dos mundos que Raz irá visitar, mostrando a incrível capacidade da Unreal Engine 4 até mesmo com gráficos com arte desenhada…
As cenas dos eventos são feitas in-game, não tendo CG’s especificamente…

Som / OST

O jogo possui uma variedade na sua concepção músical, com diversos gêneros inclusos, como jazz, R&B, rock e outros. O veterano de composição musical de games Peter McConnel (inFamous, Grim Fandango, Full Throttle) está de volta, pois ele também compôs a trilha sonora do primeiro jogo.
E de bônus, ele disponibilizou o volume 1 da trilha sonora do jogo para vocês conferirem:

Já nas dublagens, temos os mesmos dubladores do primeiro jogo como Richard Horvitz e Nikki Rapp, e também novos, porém conhecidos rostos, como Jack Black e Elijah Wood.

Jogabilidade

O jogo conta com um esquemático que usa todos os botões de ação, triggers e shoulders, sendo bem confortável para as suas ações e com rápida resposta para as necessidades de combate e exploração de Raz.
Porém, o jogo também permite que você personalize o mapeamento dos botões.

Sistema de Jogo

O jogo é um plataforma tridimensional e aventura, dividido em um 3 áreas principais e 1 hub para acessar as fases anteriores. O jogo lida com assuntos delicados relacionados à comportamentos psicológicos e personalidades, porém com uma boa dose de humor e que retrata de forma respeitosa, todos os assuntos.

Psychonauts e a habilidade de entrar na mente…

Uma das maiores (e perigosas) habilidades é saber persuadir as pessoas…
Algumas pessoas tem essa habilidade simplesmente sendo convincentes demais sendo pelo seu carisma ou simplesmente suas formas de conquistar e coagir as pessoas…

O jogo lida com isso em um aspecto cômico, onde os personagens jogam uma pequena portinha em qualquer parte da cabeça, onde irá se conectar com pensamentos e memórias dos personagens em questão, assim como irá lidar com os pequenos transtornos na mente deles…

Evidentemente, as fases em questão são as pequenas (ou grandes) mentes que Raz irá visitar, e nesse universo, tudo será possível…

O perigo da mente das pessoas…

Como é de se imaginar, toda e qualquer pessoa terá suas particularidades nas suas mentes, e isso monta a personalidade conforme as situações que ela passa, ou também a educação que ela teve…

Para essas diversidades na mente dos personagens, os inimigos são tratados como pequenos aspectos psicológicos na mente bagunçada deles…

Conforme a mente for mais difícil de lidar, inimigos mais fortes irão aparecer no decorrer do jogo.

Raz e seus métodos de combate…

Para combater esses pequenos distúrbios, Raz tem a capacidade de atacar em cadeia com golpes psíquicos.

Evidentemente, haverão diversas habilidades para Raz no decorrer do jogo, não irei mostrar todas para não estragar a experiência, mas darei pequenas introduções dessas mecânicas no decorrer do tutorial…

Como todo jogo de plataforma que se preze, as fases terão coletáveis para colecionar, estes coletáveis são baseados nas seguintes possibilidades:

Dentro das mentes você irá notar alguns objetos para coletar, trata-se das criações da imaginação da mente que está visitando. As criações variam sua quantidade conforme a personalidade de cada personagem, além de alguns dos objetos estarem minuciosamente disfarçados…

As emoções por sua vez, terão um simbolismo de malas, que de forma cômica, são as bagagens emocionais do personagem. Porém nesse ponto, você precisa ter o identificador para cada bagagem, além de claro, achar onde elas estarão escondidas.

Os Cofres de Memória (simbolizado como um javali e um ? na traseira) irão conter uma memória mais profunda e que irá explicar algum fato ou motivo de determinado aspecto do personagem. Entretanto, isso é dito de forma em “slides”, sendo uma espécie de projetor, deixando a interpretação totalmente ao seu critério (porém são bem dedutíveis).
Os cofres devem ser destruídos com ataques.

Já os nacos de sabedoria são itens importantes para aquele personagem.
Ainda é possível encontrar os meio cérebros, que são responsáveis em aumentar a energia de Raz.

E ao estar fora das mentes????

Como citei antes, o jogo é baseado em um sistema de hub para as mentes e 3 ambientes gerais que serão explorados no decorrer da história. Entretanto, acredito que apenas 1 deles será necessário para o Tutorial.

Ao começar sua jornada nos Psychonauts, Raz é recrutado como um estagiário no Cortex Central.

Com isso, você deverá subir de nível mostrando a sua incrível capacidade de se tornar um Psychonauts mais habilidoso e ser promovido para nível Junior, é aí que entramos nas melhorias e gerenciamento das habilidades de Raz…

Manual de Campo

O manual é responsável por diversas anotações que Raz fará (dividido em páginas), a primeira página irá mostrar o seu perfil geral, além dos itens de história, energia mental (que nada mais é que o HP de Raz), e os itens de recursos, sendo necessariamente:
Pirulitos PSI – recupera uma pequena quantia de energia.
Balas de Sonho – recupera totalmente sua energia quando ela se esgota.
Núcleo PSI – ao ser combinado com cartas PSI, o núcleo faz Raz subir de nível.
Cartas PSI – a cada 9 cartas, combine com o núcleo para Raz subir de nível.
Psitâneo – use na máquina Ottomática para melhorias dos recursos (detalhes mais pra frente).
Chaves de Baús – use para abrir os baús de suprimentos do Otto.

Os Poderes Psi são evoluídos conforme Raz subir de nível, entretanto, cada poder terá uma exigência específica de créditos. Os créditos são ganhos 1 por nível, sendo simbolizado pela estrela no rodapé da página. Cada poder irá exigir um número X de estrela de créditos para ser melhorado em níveis ascendentes.
Os poderes são atribuídos via menu rápido do jogo e usados nos botões de gatilho e shoulders do controle.

Aqui é onde Raz irá marcar todos os lugares do mundo real e as mentes visitadas.
Além disso, há a página de indicativo de missões de progressão e mapas dos ambientes externos, mas deixarei essas duas de fora para não dar spoiler.

A exploração do mundo real é mais amigável, os ambientes são mais voltados para evolução de história, conversas e coleta de colecionáveis, que são mais voltados para os núcleos, cartas, baús e chaves.

Ainda no mundo real, alguns eventos e missões paralelas irão aparecer pra Raz resolver, se quiser.

“Me devolver minhas roupas”

Habilidades além do combate…

Por justamente o mundo real ser mais voltado para progressão da história e a coleta de colecionáveis, as mesmas habilidades que Raz usa pra combate também podem ajudar à realizar tarefas para progredir ou alcançar pontos difíceis dos lugares.

A evolução de Recursos…

Os psitâneos são usados para gastar na máquina de Otto.
Porém, no início do jogo, o bolso de casaco do Raz pode guardar apenas 100 psitâneos, que tal usar uma carteira??? É aí que entra a loja de Otto.

As 3 opções da loja são auto explicativas na imagem, mas pensando em nossos leitores estrangeiros vamos especificar:
Combinar – use o Nucleo e as cartas PSI para Raz subir de nível
Itens – compre itens e melhore seus recursos
Broches – modifique suas habilidades

Os itens e recursos são especificamente para comprar consumíveis e melhorar a quantidade de cada item na carteira de Raz.

Já os broches podem ter finalidade estética ou de apoio para as habilidades. É possível equipar até 3 broches conforme avançar no jogo, podendo deixar Raz incrivelmente potente. Escolha com maestria.

E o hub???

Em determinado ponto do jogo, o Inconsciente Coletivo será o responsável para revisitar as fases e a mente dos personagens para coletar coisas deixadas para trás…

Os 4 espaços ao redor significam as informações 100% adquiridas na mente (cofres, bagagens etc).

Pode parecer pouco, mas não é…

Infelizmente a parte de tutorial do Review vai ficar limitado até esse ponto, tendo em vista que há MUITA COISA que o jogo irá propiciar enquanto você jogar…
A tentativa aqui foi tentar dar a noção de mecânica para aplicar na sua jogada. Então para evitar quaisquer estrago de experiência ou spoiler, fecharei a parte de tutorial aqui….

Troféus / Conquistas

Dificuldade: 4/10 sem invencibilidade, 1/10 com invencibilidade

Troféus com Mosaico para evitar spoiler

Para a platina do jogo, você terá troféus de progressão de história, fazer as missões opcionais, achar os coletáveis de criações, bagagens e cofres, chegar ao nível 102, melhorar todos os poderes, fazer melhorias de recursos e outros relacionados à combate.

O jogo conta com a opção de invencibilidade, mas há troféus que exigem o uso de recursos, então jogue normalmente para não perder a diversão / desafio.

O jogo dará avisos de preparação para algumas batalhas, mas não há pontos de “não retorno” efetivamente. Entretanto, há 2 troféus que podem ser missable, caso queira conferir quais, clique na caixa de spoiler por sua conta e risco:

Considerações Finais

Graficamente o jogo é um show de detalhes e ambientações. A variação na paleta de cores entre pálidos e coloridos mostram a diferença dos ambientes psiquicos, reais e utópicos. A modelagem dos personagens, apesar de ter um design de cartoon, é perfeitamente detalhada, sendo possível perceber as medalhas dos poderes de Raz na sua bolsa enquanto joga, além do efeito de luminosidade nos diversos tipos de inimigos e ambientes.

A trilha sonora é bastante mista, com arranjos em blues, rock, jazz e orquestrais. Peter sempre fez um trabalho de qualidade nos jogos que trabalhou, e como fez os jogos anteriores da franquia, era de se esperar que o feito se repetiria. A atuação dos dubladores é excepcional para os eventos e conversas dando um maior dinamismo no universo do jogo, com piadas sutis e humor refinado, inclusive nas expressões e tom de voz dos personagens.

A jogabilidade é totalmente confortável e isso se aplica para qualquer tipo de jogador graças à possibilidade de escolher seu próprio mapeamento. As respostas dos comandos são satisfatórias para os combates mais rápidos, incluso o fato de usar a sua criatividade contra os inimigos.

A duração do jogo é de bom tamanho, são 14 horas para completar a história e 26 horas para fazer tudo, de forma exata. A vantagem do jogo ter um tracker in-game ajuda e muito na sua busca por itens faltantes (o jogo deixa uma imagem de CHECK ao completar tudo de uma fase e seus ambientes. O desafio é baseado conforme sua agilidade de reações, haverão lutas com diferentes tipos de inimigos ao mesmo tempo, em um número considerável além da sua personalização de broches que podem ajudar muito em determinadas partes do jogo.

A localização do jogo peca e pequenos fatores (me devolver minhas roupas, foi um exemplo), mas o trabalho em modificar a interface ingame do jogo (no cenário por exemplo) é sinal de um trabalho respeitoso.

A performance do jogo no PS4 FAT foi totalmente satisfatória, sendo fixa em 30fps e rodando sem fechamentos repentinos independente do tempo que estiver jogando.

De forma resumida, Psychonauts 2 se mostrou um excelente título e exemplo de criatividade e dinamismo do universo de um jogo, sabendo lidar de forma cômica, porém respeitosa, as diversas faces do psicológico e emoções das pessoas.
Como todos sabem, o site sempre faz o possível para entregar os reviews na melhor experiência possível para um jogo, e mesmo que eu tenha demorado para entregar o texto, posso dizer com precisão que, independente de quanto você demore para terminar, você irá se prender pelo humor, história (Tim Schafer tá de parabéns), criatividade de batalhas com chefes, variedade nas fases e incrível evolução de mecânica do jogo, sendo uma lamentação em cada partida encerrada por “precisar desligar o console” ou até mesmo terminar ele.
O jogo mereceu estar nos indicados do The Game Awards 2021, e para mim é o meu GOTY, estamos acostumados em ver inovações em jogos do gênero, mas os anos de espera e os percalços de desenvolvimento para Psychonauts 2 me fazem falar com absoluta certeza que REDEFINIU o gênero de plataforma, fazendo com que o site fizesse a estréia de um novo selo, o de “SHIN REVIEWS RECOMENDA”.

Jogue sem medo, e entre na mente dos diversos personagens de Psychonauts…

Deixe uma resposta