
Ola, aqui é o Pena e hoje vamos com um jogo de estratégia que puxa um pouco do terror psicológico, o Monark.
Ele foi desenvolvido em conjunto do estúdio FuRyu, do qual boa parte dos desenvolvedores já trabalharam na série SaGa e produziram o The Alliance Alive (review aqui), e do estúdio Lancarse, formado por desenvolvedores que já trabalharam na série Shin Megami Tensei e produziram o SMT: Strange Journey (e um jogo produzido anteriormente pelo dois foi o Lost Dimension, aonde algumas mecânicas lembram o que encontramos no Monark).
A publicação dele ficou a cargo da NIS, que já fizemos diversos reviews com eles envolvidos aqui, entre eles o Legend of Heroes: Trails of Cold Steel 4 e o Poison Control (todos os que fizemos você encontra aqui)

(código cedido pela NIS)


História

Logo no começo do jogo somos apresentados ao colégio Shin Mikado que durante as suas aulas foi envolta por uma barreira mágica que impede qualquer entre ou saia dela.

Se a barreira não fosse o bastante, também surge uma névoa estranha em diversos pontos do colégio que deixa qualquer um exposto a ela por muito tempo louco.

Nesse contexto controlamos um dos estudantes que foi encontrado na névoa e perdeu as suas memórias. Durante a sua fuga eles são tragados para o outro mundo e atacados por demônios, forçando o protagonista a formar um pacto com o Vanitas (representando o pecado da Vaidade) pra sobreviver.

Agora com esses poderes você precisa encontrar as outras pessoas que fizeram um pacto com um dos demônios dos 7 pecados capitais pra acabar com essa loucura e sobreviver no colégio.
A história base é um pouco arrastada, demorando bastante pra engrenar na parte mais interessante dele (por volta de 15~20 horas até pegar todos os personagens principais), mas depois disso o desenrolar dela é bem mais interessante.
Gráficos

Os gráficos do jogo são todos em 3D puxando pro estilo mais anime, mas um pouco mais simples em comparação aos que nós encontramos na geral atual de consoles. Enquanto não são mal feitos, talvez desagrade aqueles que prezam demais gráficos mais detalhados, mas caso não tenha problema com isso, dá pra curtir bastante o jogo.

O maior ponto mesmo do jogo é o detalhe que, tirando os chefes, você enfrentará constantemente os mesmo demônios em forma de caveiras. Enquanto a aparência deles varia muito dependendo dos equipamentos e classe relativa a um dos 7 pecados, não deixa de ser a mesma apresentação básica no jogo.

Pelo menos os chefes são bem diferentes entre eles e o cenário geral das batalhas tem uma variação interessante.
Áudio

Enquanto os gráficos são mais simples, as musicas do jogo tem uma variação bem grande entre os locais do colégio e as batalhas no outro mundo, tendo uns rocks bem legais com uma variação instrumental bem grande e gostosa de ouvir.
Isso sem contar com a colaboração do “KAMITSUBAKI STUDIO“, um canal dedicado a trazer diversas musicas produzidas por V-Tubers. No jogo a colaboração com eles produziu as músicas tocadas durante as batalhas dos chefe, então todas as musicas aqui são cantadas e o estilo varia bastante dependendo do artista que fez ela.
No Spotify tem o álbum com a colaboração da KAMITSUKABI STUDIO (você encontra o album aqui), mas como não encontrei as musicas base do jogo lá, decidi colocar a playlist que eu encontrei no Youtube pra entender melhor como são as musicas do jogo.
O jogo tem dublagem em inglês e japonês e caso prefira manter o clima anime do jogo e usar a dublagem nipônica, segue alguns dos dubladores que trabalharam nele:
- Kotori Koiwai: Dubladora da Kokoro, faz a Millium da série Legend of Heroes e a Elaine do The Seven Deadly Sins;
- Shigeru Chiba: Dublador do Vanitas, faz o Pilaf e o Raditz da série Dragon Ball e o Sebas da série Overlord;
- Shinichiro Miki: Dublador do Kurama, faz o Randy da série Legend of Heroes e o Zenkichi no Persona 5: Scramble.
Jogabilidade

Monark é um jogo de estratégia por turnos que mistura um pouco de terror psicológico. Logo no começo ele te da um teste psicológico que define as suas caracteristicas dentro dos 7 pecados, que vai afetar mais o uso dos seus apoios, que eu entro em mais detalhes posteriormente

Tem também a opção de ativar o modo casual, que diminui o dano recebido durante as batalhas, assim se você não está acostumado com esse tipo de jogo, ajuda bastante pra conseguir aproveitar ele.
Menu

O menu do jogo é bem direto, mas tem vários pontos pra mexer, então vamos por partes. A opção “To-Do List” marca as tarefas necessárias pra avançar na campanha, então esse eu não coloquei direto pra evitar qualquer spoiler geral. Sempre que tiver algo novo aparece o ícone de notificação no local

Na opção “Map” você tem uma visão geral do escola e conforme avança na campanha libera os pontos pra acesso rápido, o que agiliza bastante a exploração.

Geralmente, o sinal do celular esta bloqueado por causa da barreira, mas ele é recuperado quando está perto do Vanitas, permitindo o uso das ligações.
Na opção “Call” o jogo te permite digitar números que te levam pra as batalhas. Números aleatórios FUNCIONAM, mas normalmente são batalhas de alto nível, mas caso ache um numero registrável, ele te direciona pra uma batalha dum campo pré-definido

O histórico e contatos guardam os números que foram utilizados, o que ajuda a sua vida, já que a quantidade de números que aparecem no jogo é bem grande

Na opção “Character” temos acesso a todos os personagens do seu grupo, tendo 2 tipos:
- Humanos: os protagonistas do jogo, eles só tem acesso a melhoria do personagem e mudança das roupas (“Buddy” é o humano que esta acompanhando o principal na historia);
- Fiends: esses são os demônios sob o controle do principal, sendo que eles podem equipar vessels e mudar a sua aparência conforme desejar.
Em especial para o protagonista, aqui você vê os status dele para os 7 pecados, não afeta diretamente nas batalhas ou interações, mas é utilizado para desbloquear algumas coisas no jogo.

A evolução dos personagens lembra o sistema do Cailuga. Pra melhora-los você gasta spirit pra comprar técnicas e cada técnica comprada ou melhorada o personagem sobe de nível. Só que aqui o spirit
é compartilhado entre todos do grupo, então você precisa gerenciar o gasto pra não deixar um personagem extremamente forte e outro muito fraco.

Os vessels são os equipamentos dos fiends (usado tanto pelos os do seu grupo como os inimigos), conseguidos nas batalhas. Cada equipamento também muda a aparecia deles e alguns tem técnicas extras.

Ainda nos fiends, temos como mudar a aparência dele, desde tamanho, rosto, cabelo e voz. Boa parte dessas mudanças são recebidas como recompensas dos troféus / conquistas do jogo.

A opção de “Items” é praticamente só visualização dos itens que você tem no inventario, já que tirando a barra de sanidade (MAD), nada é alterável fora das batalhas.

Na opção “Library” todos os documento importantes que você encontra dentro do jogo ficam guardados. Muitos deles são usados pra avançar na campanha ou liberar novas batalhas, além de claro ter bastante informação da historia do jogo.
Além disso, tem uma parte que mostra todos os testes psicológicos que você já fez e também a parte com todas as musicas liberadas, tem umas bem legais aqui.

Na opção “Achievements” mostra todos os troféus / conquistas do jogo, claro que vários estão escondidos devido a spoiler. Ao completar uma delas, libera uma recompensa, então aqui vale a pena completa-las mesmo que estiver jogando a versão do Nintendo Switch ou o jogador não faça questão desse sistema no geral.

Em Records mostra tudo que foi feito até o momento do jogo, assim temos um controle geral do andamento da campanha.

Conforme você explora o colégio e conversa com os alunos e professores, a informação deles são liberadas na opção do “Profile“. Alguns desses personagens tem uma marca na frente, que indica que eles tem um cristal conhecido como “Alter Ego” e se tiver o cristal preenchido, é que você já encontrou ele.
As abas finais são de sistema e apoio. Vale comentar que você pode salvar o jogo em quase qualquer momento, contanto que não seja durante a exploração na névoa ou durante as batalhas.
Exploração

O jogo todo passa dentro do colégio envolto pela barreira, então a exploração geral do jogo fica nesse contexto.

Vanitas, o demônio que fez o pacto com o personagem principal tem uma pequena “loja”, por assim dizer. Conversando com ele você criar itens em troca de spirit . Sim, aqui, assim como muito estão acostumados com a série Souls, o mesmo material usado pra evolução dos personagens é usado nas transações, então você precisa gerenciar bem isso.

Já na enfermaria o serviço é gratuito. Conversando com o doutor lá você recupera a barra de MAD do grupo, então pode ter certeza que aqui será um ponto de passagem periódico na campanha.

Um coisa que eles mantiveram da jogabilidade do Caligula Effect é que cada um dos NPCs são únicos e muitas vezes você precisa conversar com eles pra conseguir passar nos inúmeros enigmas que temos no jogo.

Esse cristal é o “Alter Ego” que alguns NPCs tem. Após conversar a 1° vez com um que tem esse cristal no profile, ele materializa em algum ponto do colégio. Pegar eles aumenta permanentemente alguma característica do grupo, mas o principal precisa de um certo nível de um dos 7 pecados pra isso.

Dentro do jogo você encontra testes psicológicos que medem a sua personalidade e dão bônus pra um dos 7 pecados ao serem respondidos, então vale bem a pena realizar esses testes.

Conforme você explora os locais com a neblina, a barra de MAD enche aos poucos e se chegar a 100%, você é mandado pra a enfermaria.

Dentro da neblina encontramos alguns alunos que ficaram presos lá e perderam boa parte da sua sanidade, muitas vezes atrapalhando a sua exploração e gritando, que resulta num grande aumento do MAD.

Além disso, enquanto você não completar a batalha relacionada ao numero que o Vanitas te da ao entrar numa nova área com neblina, você recebe aleatoriamente os “Chamados Mortais” (Dead Calls). Eles fazem os alunos na neblina atacar seus personagens enquanto tiver tocando e se você atender, é mandado pra uma batalha de alto nível (singelos inimigos de nível 99).

O objetivo geral de quando entramos na neblina é encontrar o ponto aonde recebemos a ligação que leva pra o local que o “Ideal” está. Só que pra encontrar eles temos muitos enigmas e varias vezes a dicas NÃO ESTÃO no local atual e muito menos de fácil entendimento, boa sorte queimando os neurônios neles.
Batalhas

As batalhas do jogo são de estratégia em turnos, lembrando bastante o outro jogo dos estúdios, o Lost Dimension.
O movimento dele não é por quadrados, mas sim num raio de alcance, podendo andar livremente nele

Os ataques em “Arts” são os comandos físicos que dependem do alcance da arma que o personagem está utilizando. Nesse jogo não temos MP, então usamos o HP pra usar esses ataques (com exceção do ataque base).

Ataques contra um único alvo pode ativar ataque de suporte das outras unidades sem custo extra, só precisa tomar cuidado que isso também funciona pros inimigos. Ataques físicos unitarios pode ter um contra-ataque e se atacar por traz causam mais dano e evitam contra-ataques

Já ataques na categoria “Autority” são especiais utilizáveis apenas por humanos com um pacto e os demônios. Esses especiais não ativam o suporte e usam uma porcentagem da barra de MAD da unidade, mas geralmente são comandos que tem um bom poder estratégico.

Uma coisa interessante aqui é o uso do “Defer“. Com isso uma unidade transfere o turno dela pra outra unidade, mas isso tem um custo. Cada vez que a unidade recebe um “Defer“, a barra de MAD também aumenta e cada vez o valor sobe, precisando de cuidado no uso dessa estratégia.

Uma coisa especifica para o personagem principal é o uso de técnicas de “Ressonância”. Com elas, ele qualquer unidade ligada a ele (pode ser até com inimigos) dividem todos os bônus e penalidades e até mesmo as “Autority“. Isso tem um grande valor estratégico mas também e perigoso, pois se uma uma unidade receber um efeito, por exemplo Charm, todos ligados a ele também recebem.

Eu comentei varias vezes o aumento da barra MAD aqui e agora eu explico isso e também da barra AWAKE, que afetam as unidades com os seguintes efeitos:
Madness: caso o MAD chegue a 100%, a unidade fica louca e descontrolada. Nesse momento ela fica bem mais forte, mas depois de 3 turnos ela morre;
Awakened: Somente pra humanos, ao chegar em 100% em AWAKE, deixa a unidade bem mais forte e libera o especial dela. Durante esse status não há gasto de HP ou MAD usando as técnicas. A barra de AWAKE enche conforme recebe dano ou utiliza técnicas pra enche-la;
Enlightenment: isso ocorre quando ambos o MAD e AWAKE chegam em 100%. Deixa a unidade extremamente forte e libera um especial especifico desse modo. Assim como no Awakened, durante esse modo não há gasto de HP ou MAD usando as técnicas.

Nos mapas também temos armadilhas que podem causar status negativos ou dano, como também pontos que recuperam HP, paredes quebráveis e outros elementos que influenciam bastante o andar da batalha

No final da batalha tem um rank dependendo das ações que ocorreram na batalha e eles aumentam o quanto de Spirit que você recebe. Além disso, dependendo dos inimigos derrotados, o principal também aumenta as caracteristicas dos 7 pecados.
Extras

Depois que você fecha o jogo, libera o pós-game dele, com desafios extras pra você achar versões mais fortes dos chefes. O detalhe aqui é que você precisa encontrar os sinais durante as batalhas aleatórias e a chance de cair é muito baixa, forçando o compartilhamento entre os jogadores pra consegui-los (fizeram algo parecido com isso no 1º Caligula Effect).
DLCs

O jogo conta com algumas DLCs, mas são apenas roupas para mudar a aparência dos personagens, não afetando em nada a jogabilidade em si dele, mas pra aqueles que curtem a variedade, é uma boa pedida.
Conquistas

O jogo força bastante o grind pra avançar na campanha, dai não é surpresa que a lista de conquistas dele também pese bastante nesse ponto. Entre as mais trabalhosas temos:
Conquista | Descrição |
Seven Wonders of Shin Mikado | Encontrar os arquivos sobre as 7 maravilhas do colégio |
Ability Artificier | Chegar no nível máximo com todos os personagens |
Happily Ever After | Finalizar os desafios do pós-game |
Overblown Offensive | Causar 10.000 de dano num único turno |
Conclusão

Monark traz uma mescla entre jogos de estratégia com o terror psicológico que tem uma premissa interessante mas demora um pouco pra engrenar na história.
Os gráficos são um pouco mais simples pros jogos que encontramos nessa geração, mas ainda assim mantém uma boa qualidade e nível de detalhes, só que infelizmente não tem uma grande variedade de inimigos.
Já o áudio dele é bem agradável, a variedade de musicas que temos nele é bem grande, tendo rock e pop que agradam os diversos gostos.
O ponto forte do jogo são os enigmas e as batalhas, forçando bastante a cabeça do jogador pra conseguir passar esses pontos.
A história demora bastante pra engrenar, só realmente avançar melhor depois que você passa todas as áreas iniciais que apresenta os personagens do grupo, dando umas 15~20h nisso, mas depois disso a história melhora bastante.
No geral, enquanto a história não entra na parte mais interessante, as batalhas seguram o jogador que gosta de estratégia, tendo umas mecânicas interessantes que foge um pouco do básico desse gênero.
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