Review / Tutorial de The Pathless

* Esta análise foi feita com a versão PS5

Distribuidora: Annapurna Interactive
Produtora: Giant Squid
Plataforma: PS4 / PS5 / PC / macOs / iOS
Mídia: Física e Digital
Ano de Lançamento: 2020

The Pathless é um jogo de exploração 3D, com foco na fluidez e liberdade da personagem pelo mapa.

Você controla uma Caçadora, que precisa ajudar a Mãe Águia a restaurar a floresta e os seus Filhos da corrupção espalhada por Deicida.
A Caçadora utiliza o arco e flecha tanto como arma como ferramenta. Acertando talismãs voadores sua velocidade de corrida é aumentada, bem como o tempo de permanência no ar durante os saltos, ganhando novo impulso.

A águia auxilia nos saltos estendidos

A águia, companheira de jornada, pode segurar a Caçadora para planar.
Pequenos cristais dourados, espalhados pelo cenário e obtidos através de pequenos puzzles, enchem uma barra de nível da águia, o que gera uma pena. Tal pena serve para garantir um impulso no voo da águia, aumentando a altura alcançada pela dupla. 

A águia é parte fundamental nos puzzles, carregando pesos ou movendo espelhos e alvos


Os puzzles consistem em colocar pesos em plataformas (a águia carrega e solta os pesos ao seu comando), disparar flechas entre séries de arcos e/ou com a ajuda de espelhos para refletirem os disparos (algumas vezes móveis também pela águia) e interagir com vários grupos de borboletas dentro de um tempo pré-estabelecido (para ganhar mais cristais de upgrade).
Os cristais também podem ser obtidos em baús, geralmente mais raros.
Puzzles envolvendo ritmo de acerto de sinos também geram cristais de upgrade.

Deicida, o Matador de Deuses

Segredos invisíveis também existem pelo mapa e em pequenas construções, visíveis apenas ao se usar uma bandana capaz de evocar a Visão do Espírito.
Além de talismãs invisíveis, paredes azuladas podem ser atravessadas ao se usar tal Visão.

Ao perder a águia na Tempestade, é necessário avançar em stealth, evitando a visão do Gigante


Durante a exploração do cenário, ao se aproximar das áreas de Tempestade (de fogo), ondas de energia vermelha cortam os campos. Caso seja detectada, a sessão stealth do jogo é iniciada.
A águia é arremessada para longe e emite gritos de socorro, caída no campo e chamuscada pelo fogo.
Você precisa avançar até ela evitando o olhar do Gigante corrompido, representado por luz.
Caso seja descoberto e acertado por ele, parte dos cristais de upgrade obtidos é perdida.
Uma vez alcançada a águia, a Tempestade passa e é necessário limpar o corpo do animal da fuligem, para que volte a voar.

Os Gigantes corrompidos tornaram-se de fogo


Os quatro Gigantes, filhos da Águia, estão protegidos por três pilares cada um.
Para desativar os pilares e liberar a luta contra os chefes, é necessário coletar selos com a efígie de cada um dos Gigantes.
Ao se desativar os três pilares, uma triangulação indica a localização da luta.

Três pilares guardam a localização de um Gigante


As lutas se dividem em duas partes: primeiro a perseguição em campo aberto, onde a velocidade é imprescindível para escapar dos disparos de fogo do chefe fugitivo.
Para causar dano, flechas nos talismãs presos ao corpo do inimigo vão minando suas forças, até a águia poder atacar o ponto fraco.
A segunda parte consiste na batalha em si, em uma arena fechada, onde novamente os talismãs precisam ser acertados para expor o ponto fraco.
Uma vez derrotado o chefe, ele perde sua carapaça de fogo e volta ao elemento água, purificando a região.

Os belíssimos efeitos de luz infelizmente perdem qualidade nas imagens estáticas

A parte artística é um dos pontos altos do jogo (característica comum nas publicações da Annapurna Interactive).
Os gráficos possuem cores vivas e animação fluida. A Caçadora desliza pelas planícies enquanto acerta os talismãs, ritmo que pode ser mantido praticamente sem interrupções caso o jogador não desperdice disparos. Retesar o arco por exatamente 50% do alvo resulta em um disparo preciso, que dobra a velocidade da personagem.
No PS5 o jogo faz um belo uso do sistema háptico dos gatilhos aumentando a precisão nos disparos.

Leveza e fluidez são os pontos chave do jogo


O cenário, aberto com vasta vegetação e alguns pequenos templos, lembra em parte The Legend Of Zelda Breath Of The Wild. Animais como lobos e cervos correm livres pelos pastos.
A Tempestade de fogo escurece os céus em tons alaranjados, modificando a atmosfera.
O lore do jogo pode ser aprendido através do espírito de cadáveres de guerreiros e pedras com histórias sobre a adoração aos Gigantes e a guerra trazida pelo Deicida e sua corrupção.

A trilha sonora é fortemente baseada em Khoomei, o canto difônico praticado na Mongólia.
Khoomei possui um estilo mais gutural comparado aos outros estilos de cantos difônicos Tuvan, técnica de canto baseada em sobreposição de tons na garganta.
Khoomei possui ligações com o Animismo, a crença na espiritualidade em todas as coisas, como espíritos de animais, plantas, rochas, etc…


A platina envolve derrotar os quatro Gigantes e o Deicida, além de coletar todos os selos de cada Gigante, localizar números determinados de segredos invisíveis, ler uma parte do lore do jogo, além de diversos desafios de arqueria e falcoaria, como acertar 10 disparos perfeitos seguidos, voar por 1 minuto, acertar 5 talismãs antes de tocar no solo, adquirir 10 penas, etc…

RESUMO DA ÓPERA:
The Pathless é uma experiência contínua, baseada na fluidez de movimento da personagem e liberdade por parte do jogador.
Ao contrário do título anterior da Giant Squid (Abzû), aqui há também desafio e combate, não apenas exploração.
A jogabilidade é precisa e simples, complementada por arte e trilha sonora que compõem um belíssimo quadro numa jornada espiritual, animista e minimalista.
Um título para ser jogado com espírito leve.

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