
* Esta análise foi feita com o código cedido pela TinyBuild Games (versão PS4)
Distribuidora: TinyBuild Games
Produtora: Pinokl Games
Plataforma: PlayStation 4 / Xbox One / Switch / PC / Linux / MacOS
Mídia: Digital
Ano de Lançamento: 2018 (2020 nos consoles)
Party Hard 2 é um jogo de stealth/estratégia onde o foco é matar discretamente os festeiros inconvenientes.
Como o famoso assassino serial Party Hard Killer, ou um dos outros personagens desbloqueáveis (um alienígena e um panda), você deve se infiltrar em aglomerações e eliminar alvos específicos ou matar todos, além de uma série de outros mini-objetivos opcionais.
Privação de Sono e Violência
Após os eventos do primeiro jogo, Darius está consultando com uma psiquiatra e tomando alguns comprimidos.
Em uma cama de hotel, o som e a luz de um bar não o deixam dormir.
A insônia e o ódio dominam sua mente, ele coloca sua máscara de hóquei, pega a faca e sai para caçar novamente.

Os eventos se passam ao longo de alguns dias que precedem a entrevista da Dra. McBride, a psiquiatra de Darius.
Durante 13 fases (single player ou cooperativo local), o personagem precisa lidar com uma série de situações envolvendo festas, gangues de motoqueiros, seguranças e a polícia.
Pensando Fora da Caixa
Existem inúmeras formas de matar as vítimas em PH2: de atropelamentos a envenenamentos, passando por esmagamento por estantes, explosões de narguilés e queimaduras em churrasqueiras portáteis, virtualmente qualquer objeto pode se tornar uma arma.

Como arma principal, o Party Hard Killer usa uma faca e possui também um ataque em área, que pode matar quantos inimigos estiverem no raio, salvo alvos imunes (policiais, seguranças mais fortes e empregadas), mas tal ataque precisa ser recarregado executando-se mais alvos até que a barra seja preenchida novamente.
Armas de choque, coquetéis molotov e granadas de diferentes tipos são algumas das armas equipáveis que podem ser coletadas no cenário. É possível também fabricar algumas armas (garrafa de bebida + galão de gasolina = coquetel molotov, por exemplo).

Armadilhas são grande parte da estratégia para abater alvos solitários, escapar de perseguições ou causar múltiplas mortes simultâneas.
Importante sempre perceber objetos do cenário e alvos (usando o Instinto do personagem), sendo possível perceber objetos passíveis de sabotagem: caixas de som para explodir, máquinas de venda para causar choques, carros que podem ser ligados para atropelar em linha reta (ou mesmo veículos que podem ser pilotados, como motos e empilhadeiras).

Outros itens mais incomuns também se tornam armas nas mãos de Darius: galões de gasolina podem ser usados para derramar combustível e criar um rastro de fogo; combine isto com eletrônicos de potencial explosivo e você tem um bom combo de mortes encaminhado.
Alguns itens parecem muito aleatórios à primeira vista: por diversas vezes achei camisinhas nos cenários. Uma vez que você pode carregar apenas três itens por vez e eu desconhecia a utilidade da camisinha (NO CONTEXTO DO JOGO, ok? pode tirar esse sorriso malicioso do rosto), geralmente as descartava.
Até que em um determinado cenário, avancei até uma das mulheres marcadas como meu alvo nos objetivos e equipei a camisinha; falei com ela e a mesma passou a me seguir: foi quando encaminhei-me até uma área afastada e… esfaqueei-a até a morte.
A partir daí, passei a elaborar mais armadilhas e possíveis rotas; percebi o potencial adaptativo do jogo.
As ações do jogador ao passar uma fase são classificadas em quatro tipos, sendo cada uma delas responsável por desbloquear itens específicos ao longo da campanha:
– Criminal: enfrentamento e fuga da polícia (responsável por desbloquear o alienígena Kao Tech);
– Anarquia: baseada na quantidade de caos causado pelo jogador, envolvendo múltiplos combos e grandes explosões;
– Furtividade: o quão silenciosas são suas ações, incluindo ocultamento de cadáveres e mortes por armadilhas (responsável por desbloquear Shawn O’Panda)
– Místico: a categoria mais difícil de executar, envolve os elementos aleatórios do jogo, como o disco voador e o homem no tapete voador

A Beleza no Caos
Os ambientes de PH2 são bastante variados (na medida do possível pelo tema), incluindo bar, laboratório e estação de metrô.
O caos é generalizado nestes locais, com brigas entre NPC’s, venda de drogas, o aparecimento súbito de um androide protetor (no melhor estilo T800 do Exterminador do Futuro), um disco voador e mesmo um homem voando em um tapete mágico.
Toda essa bagunça é construída em um gráfico pixelado mas, ao contrário do primeiro jogo, que possuía o “pixel puro”, aqui houve uma interessante evolução gráfica, com pixels 3D, causando um efeito de “alto relevo” nos personagens.
Tudo é muito colorido, como em uma psicodélica viagem de LSD. A trilha sonora possui temas dançantes, acompanhando o clima da vida noturna.

Dedicação aos Troféus
A platina de Party Hard 2 exige bastante do jogador, possuindo poucos troféus relacionados ao enredo do jogo, sendo eles mais focados em combos de mortes e feitos variados.
O desafio alto combinado às exigências dos troféus/conquistas aumentam em muito o fator replay do jogo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Party Hard 2 expande o universo de loucura e mortes do primeiro jogo, com uma trama instigante e um belo plot twist próximo do final.
Humor e insanidade caminham juntos no título, pedindo criatividade e paciência do jogador.
A performance (no PS4 FAT) não demonstrou problemas de framerate ou bugs (ponto para a desenvolvedora).
O alto desafio pode tornar a experiência frustrante (maldita quarta fase, fiquei muito tempo preso nela).
Um jogo recomendado especialmente para fãs de stealth e jogadores pacientes.
PONTOS POSITIVOS:
– gráficos “pixelados em 3D”
– desafio dinâmico (itens mudam de local) e viciante
– humor escrachado e caótico
– roteiro interessante
PONTOS NEGATIVOS:
– desafio com picos de dificuldade e inimigos indestrutíveis (como a empregada doméstica)
– tutorial simplificado, não ensinando alguns comandos básicos (como a corrida no L1)