A Morte da Inocência


Kratos arranca a cabeça de Helios violentamente, enquanto você abre um sorriso ao presenciar a cena.
Eis que a sua mãe passa perto da TV e reage, chocada com o nível de violência da cena e o questiona sobre como pode encarar com naturalidade tal ação brutal.

Você provavelmente já esteve em alguns destes estranhos momentos, seja durante a execução de um Fatality de Mortal Kombat ou explodindo um Locust com uma shotgun durante uma cena em Gears Of War.
Um parente incauto presencia a ação, perplexo com o nível de gore e a sua reação indiferente ou mesmo de prazer.


Crescemos jogando títulos violentos e acompanhamos a evolução gráfica do gore através das gerações.
Enquanto nos acostumávamos com a escalada de sangue e tripas virtuais, nos adaptamos sensorialmente ao fato.

A brutalidade nos jogos, afinal de contas, nada mais é do que virtual e, enquanto seres humanos saudáveis mentalmente (ou quase), conseguimos separar o real do fictício em nossas mentes.
Mas aqueles que não possuem o hábito de acompanhar games, ainda fazem a associação entre o personagem 3D e uma pessoa real sofrendo o mesmo trauma.

O clássico comercial das mães reagindo a Dead Space 2



Porém, não nós! Não senhor!
Através de incontáveis desmembramentos, decapitações e barris de sangue e vísceras, fomos nos distanciando desta associação, fomos nos dessensibilizando da violência ficcional.

Que fique claro, entretanto, que a violência virtual e real deve possuir uma separação em mentes saudáveis.
Este é um dos motivos pelos quais existem os órgãos classificadores de idade nos jogos, pois crianças muito novas tendem a possuir uma interpretação mais maleável sobre os dois mundos.

Tudo isto também depende da criação que recebemos e da orientação de nossos pais.
Uma criança pode jogar jogos violentos dependendo de seus pais e/ou tutores (embora não indicado) desde que seja ensinada sobre as diferenças entre o virtual e o real.
Afinal, simulações de violência sempre foram parte das brincadeiras infantis, em especial entre os garotos.

E, claro, embora os jogos possuam um efeito maior sobre a influência de uma mente em formação, dado seu grau de interatividade, a passividade do simples assistir também causa seus efeitos, ainda que em menor escala.
Crianças habituadas a ambientes violentos podem tornar-se adultos violentos (ou mesmo reproduzirem a violência doméstica na escola).

Portanto, a educação e a orientação são sempre o melhor caminho na formação de uma criança que, invariavelmente, terá acesso a conteúdos violentos, seja nos games, na TV ou mesmo na internet.

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