A Retro-Alimentação do Hype E O Ciclo da Frustração

Hype, uma palavra que atualmente gera bastante…. hype.

Todos nós já tivemos nossa cota de frustração com alguns jogos.
Seja por trailers exagerados, promessas enganosas de desenvolvedores ou mesmo pouco polimento por parte dos estúdios, todo jogador que teve expectativa alta para algum jogo já quebrou a cara.

O lançamento desastroso de Cyberpunk 2077 não é exclusividade da CDR Project.
Quem lembra do lançamento de Fallout 76, No Mans Sky e Anthem?

O hype é um “autocanibalismo” que os próprios jogadores mantêm vivo e muitos estúdios e criadores alimentam.
Para Sidharta Gautama (Buda), o desejo é a origem do sofrimento: quando se deseja algo e não se obtém, a frustração gera o sofrimento; quando se obtém o que se deseja, há o desejo de manter o objeto do desejo.

Talvez o melhor exemplo de franquia que se encaixe na explicação de Buda seja Sonic e seu eterno ciclo.
Os fãs clamam por um novo jogo de Sonic (desejo), o jogo é lançado e decepciona os fãs (sofrimento), os fãs clamam por um novo jogo de Sonic (o desejo pelo desejo é mantido).

Criar expectativa é normal para o ser humano.
Vivemos a cultura do consumo, pois a sociedade evoluiu como tal.
Não precisamos mais nos organizar em bandos e caçar o alimento antes de voltar para a “caverna”.
Nosso alimento está no mercado, basta trabalharmos para poder comprá-lo.

A medicina e a ciência evoluíram ao ponto de vivermos mais e melhor, contrariando a evolução, os mais fracos agora podem sobreviver e se reproduzir, espalhando seus genes, que anteriormente seriam “descartados”.

Ou seja, vivemos mais e temos muito “tempo livre”, o que nos possibilita alimentar esperanças por um anúncio com trailer.
Quanto maior a distância entre anúncio e lançamento, maior é a probabilidade de fracasso do título.

Não há como remover completamente a expectativa de um gamer (desculpe, Sidharta), mas podemos aprender a reduzi-la.
Eu certamente aprendi, depois de jogar Castlevania Lords Of Shadows 2

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